Black Widow - Devil's Night

CAPÍTULO 1

Porra, tem sangue na minha calça. Eu odeio me sujar!

O babaca estava muito perto quando cortei sua garganta. Mas pelo menos, é mais um trabalho concluído!

Dou uma última tragada, apagando meu cigarro e guardando a bituca no bolso. Não sendo idiota de deixar DNA para trás!

Subi na pantera e liguei o motor, sem nunca me cansar do seu rugido. Esse é o apelido carinhoso da minha Kawasaki H2 preto fosco.

Não ria, minha moto, minhas regras!

Após um banho de banheira relaxante, desabei sobre a cama, exausta demais para qualquer outra coisa. Afinal, ficar 12 horas de tocaia, esperando uma oportunidade para pegar meu alvo, não é exatamente um descanso!

Mas minha paz não durou nem dez minutos, antes do meu celular vibrar na mesa de cabeceira. Revirei os olhos, bufando.

Porra, quem está me escrevendo em plena 3 horas da manhã?

Apesar de saber que só pode ser Claus.
Claus é meu “corretor de corpos”, o apelido que dei ao homem que seleciona meus alvos.

Já disse, minhas regras!

Liguei a tela do celular, me deparando com sua mensagem. Mais um nome. Caralho nem um dia de descanso? A escravidão já acabou!

“Gabriel Torrance, ilha de Thunder Bay.”

Que porra de cidade é essa, nunca sequer ouvi falar. Juntando o restante das minhas forças, fui até minha mesa e peguei o notebook para saber quem diabos é esse homem.

A dark web nunca decepciona.

Gabriel é um empresário excêntrico, e seu histórico não é nada menos do que eu esperava. Criminoso, abusador e estuprador. Faz parte da máfia russa desde muito novo, já teve vários crimes abafados e se casou com uma criança. Eles tiveram um filho, Damon Torrance. Hoje, com 17 anos, é aparentemente um sucessor para as merdas do pai. Quem sabe não faço um favor e acabo adicionando um nome bônus a missão. Amanhã eu decido, estou exausta!

***

Mas que inferno, será que não vou conseguir dormir um dia na minha vida, sem acordar gritando e suando igual uma porca?

Acho que devo agradecer ao filho da puta que um belo dia, decidiu que eu, uma menina de sete anos e minha mãe, éramos bonitas demais para deixar passar. Ele invadiu nosso apartamento em Ipanema no Rio de Janeiro, se passando por alguém da manutenção e estuprou nós duas durante horas. Depois de satisfeito, matou minha mãe a facadas. Mas ele não teve coragem o suficiente para me matar também, me obrigando a passar 36 horas abraçada ao corpo dela, e só então, os vizinhos começaram a suspeitar do cheiro.

Éramos só nós duas, e por isso, passei por vários orfanatos ao longo dos anos. Alguns eu apanhava, em outros era torturada… mas em um deles, a diretora gostava de agendar horários com homens poderosos, que gastavam muito dinheiro para passar uma noite com alguma de nós. Com dezoito anos, eu finalmente estava livre. Mas alguns desses milionários me rastrearam, eu era uma presa perfeita para ser escravizada em suas torres sexuais, considerando que não tinha mais ninguém que pudesse procurar por mim.

Eu fugi para o único lugar que eu sabia que estaria segura, e foi assim que entrei na favela da Rocinha. Morei e trabalhei para a facção por um ano, até que um americano notou que eu era boa demais para estar no meio daquela bagunça. Claus. Ele me recrutou, cuidou de mim e me ensinou tudo que eu sei.

É claro que não posso agradecer a ele por me tornar uma assassina profissional treinada. Mas posso gostar dele por isso!

Dois anos depois, me formei em primeiro lugar na academia interna, e era a melhor que já passou por suas mãos. Foi então que fiz uma pequena viagem ao Brasil.

Primeiro eu visitei o filho da puta que assassinou minha mãe, e garanto que ele não gostou de morrer sufocado com o próprio pau. Depois foi a vez do orfanato. A diretora ainda era a mesma, mas na época já estava com seus cinquenta e seis anos e uns 15kg acima do peso. Foi difícil encontrar o buraco do seu cu, mas foi mais difícil ainda para ela, que teve que aturar um cabo de vassoura enterrado nele e na boceta, enquanto ela engasgava com seu próprio sangue!

A sensação de vingança foi incrível, mas aparentemente não o suficiente. E hoje, seis anos depois, não consigo dormir uma noite sem ter pesadelos igual uma garotinha.

Cada um com seus fardos não é mesmo?!