CAPÍTULO 6

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Helena

A moto vibrava em minhas mãos enquanto tentava decidir o que fazer com Damon. Saí há pouco da casa dos Crist e nem mesmo o sexo me fez esquecer que estavam brincando comigo.

Só percebi que era na casa dos Torrance que estava parada, quando um dos guardas veio até mim, fiz o percurso sem nem me dar conta. Encarei o imenso portão, ponderando o gosto de uma vingança rápida.

Não, definitivamente quero me divertir mais um pouco.

Acelerei a moto antes do homem me alcançar, ouvindo seus gritos de “pare” atrás de mim.

***

Já passavam das 7h da manhã quando comecei a preparar meu café, essa noite eu dormi um pouco melhor.

As engrenagens da minha mente estavam girando enquanto encarava a vidraça da cozinha, exatamente no mesmo lugar que Torrance esteve parado aquela noite.

O celular tocou, me tirando dos pensamentos. O nome de Claus piscava na tela.

— O que aconteceu? — Atendi.

— Temos uma mudança nos planos!

Nós nunca mudamos os planos, que porra era essa?

— Meu cliente quer que você encontre Natalya Delova, ele tem indícios de que ela ainda está viva e em Thunder Bay!

Isso não é bom, e meu pressentimento diz que ainda vai ficar pior.

— Natalya, esposa de Gabriel? — Perguntei, mesmo sabendo a resposta.

— Quando a localizar me ligue imediatamente, uma equipe de extração irá encontrá-la. E preste atenção Helena, Gabriel precisa morrer no exato mesmo dia, entendeu?

Claus nunca mudou os planos, muito menos durante a execução. Tem algo muito errado.

— E seu filho, Damon Torrance? — Não consegui evitar a pergunta.

Ele fez uma pausa na linha, talvez tentando entender o porquê me interessava saber dele.

— Ele não é problema nosso, mas duvido que viva muito mais tempo! — Respondeu, seco.

Senti um frio na barriga, como se alguém estivesse usando minhas estranhas de corda, dando nó atrás de dó.

— Quem é o cliente? Por que ele quer somente a Natalya?

Claus pigarreia do outro lado, me fazendo endireitar a coluna quando percebi que estava passando do limite.

— Helena, você sabe que essa não é uma informação que lhe diz respeito — ele parou um momento, mas continuou. — Um antigo amigo de Natalya, esse é o cliente., e ele é muito importante nos meus negócios, sendo assim, não foda com tudo!

Semicerrei os olhos, buscando encaixar as informações na minha cabeça.

Por quê um amigo de Natalya iria querer separá-la do próprio filho?

— Claus, eu terei que ficar na cidade ao menos trinta dias, e agora, não sou mais uma sombra, as pessoas já me viram aqui — esfreguei o rosto, extremamente irritada. — As chances disso dar merda são gigantes, você sabe!

— Ordens são ordens Helena, apenas faça o que mandei e eu garanto o resto — desligou.

Bati com a mão fechada no mármore da bancada, estressada com o rumo que as coisas estavam tomando. Tudo mudou, é preciso começar imediatamente a organizar meus passos pois quanto mais eu me demorar aqui, mais questionamentos irão surgir, e minha identidade ficará a um fio de ser descoberta.

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