CAPÍTULO 4

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Fiz todo o percurso da volta extremamente rápido, sequer me dei o trabalho de conferir o retrovisor, tentando manter a esperança de que ele desistisse no meio do caminho.

Chegando em casa, estacionei na garagem, vendo as luzes do farol parando atrás de mim em seguida.

Esse infeliz realmente veio!

Desci da moto e assim que retirei o capacete, senti uma respiração atingir minha nuca. Com uma mão ele rodeou minha cintura, não me dando chance de escapar, a outra afastou meu cabelo e acariciou lentamente meu pescoço, descendo pelo ombro até encontrar minha mão ao lado do corpo. Nossos corpos colados, encaixados perfeitamente como se feitos assim. Um arrepio acompanhou cada toque, seguido pelo rastro de chamas que seus dedos deixaram na minha pele.

— Ver você tão pequena dominando uma máquina dessas, é sexy pra caralho, viúva negra — sussurrou no meu ouvido. — Meu pau está duro até agora!

Meu corpo tremeu involuntariamente quando me dei conta do volume pressionando minhas costas, suas palavras criaram raízes no meu ventre e se espalharam, refletindo na excitação pela minha calcinha.

— Problema seu Torrance, sua calça vai permanecer bem fechada essa noite.

Ele foi rápido em me virar para si, cravando os dedos no meu pescoço.

— Não foi isso que apostamos! — Rosnou. — Você vai quebrar sua palavra?

Os olhos eram dois orbes completamente negros, mas quase consegui ver as chamas crepitando neles pela possibilidade de não conseguir o que queria.

— A aposta era vir até minha casa para você passar a noite, e assim eu fiz — retirei sua mão. — Em nenhum momento me disse para quê. Se eu não concordei com nada a mais, então não existe palavra a ser quebrada!

Já disseram os advogados: coloque tudo no contrato, do contrário, você se fode!

Ele espumou pela boca pela impotência o atingindo, e como fez no bar, me arremessou de encontro à parede.

Damon encontrou rapidamente o caminho para a minha garganta e o aperto não foi nada gentil. O ar entrava escasso em meus pulmões.

— Não brinque comigo Helena, eu posso ser pior do que você imagina — ele apertou ainda mais —  Eu sempre pego o que preciso.

Já não estava me divertindo mais, minha cota de paciência foi gasta com o mesmo garoto explosivo mais cedo. E mesmo no limite, hesitei.

Por que caralhos? Não faço ideia!

Normalmente, ele já estaria estirado no meu chão com uma faca cravada em sua mão, para aprender que ninguém tinha permissão de me tocar assim. Não desde que sai daquele maldito orfanato!

A lembrança me incendiou, e com um golpe no seu cotovelo, me livrei do aperto, lançando um soco no seu peito em seguida. Ele tropeçou dois passos para trás, não esperando por essa reação.

— Não ache que eu sou uma das garotas que você costuma caçar Torrance — apontei o dedo em sua direção. — Comigo as coisas são diferentes!

Estava em guarda, esperando que devolvesse o golpe, mas ele apenas me ofereceu um sorriso sem dentes, virando-se e seguindo em direção ao carro. Ele se deteve, segurando a porta aberta e me olhando por cima do ombro.

— Eu adoro caçar Helena, logo você vai descobrir isso!

Como cabia tanta arrogância em um menino de dezessete anos?

Esse riquinho devia estar acostumado a conseguir tudo de todos, nem que fosse coagindo e intimidando. Mas iria ensinar a ele que existe um mundo além desta ilha, e que as coisas lá fora eram bem mais complicadas do que as que o seu papai podia comprar.

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