Black Widow - Devil's Night

CAPÍTULO 20

Michael 

Estava encarando através da minha vidraça o apartamento abaixo. Ele ainda estava vazio, mas era ali que Rika moraria em pouco tempo. Ela irá se mudar para fazer faculdade aqui em Meridian e eu organizei tudo para que ficasse aqui e pudesse ser vigiada por nós, enquanto o plano seguia em andamento.

Kai tem me pressionado para dar os primeiros passos, mesmo tendo combinado que esperaríamos Damon estar conosco. Já não sabia mais quem era ele, ou em quem ele se transformou. Tudo que achava saber e conhecer sobre ele, vinha caindo por terra. O cara que entrou por aqueles portões, nunca mais saiu 

Will não ficava atrás, apesar de ser quase o mesmo, seu vício em bebidas, drogas e mulheres, tem mostrado o quanto ele estava sofrendo. Mas isso não passava de uma fuga, ele queria apenas esquecer o que viveu lá dentro, aproveitando tudo que a vida tinha a oferecer. Porém, estava indo rápido demais e eu temia que pudesse se perder em alguma dessas curvas da vida.

— Michael — Helena gritou do quarto. — Me ajuda!

Coloquei o copo que estava em minhas mãos na mesa de centro, prestes a correr até lá.

— Esqueci a toalha — riu alto. — Pode pegar, por favor?!

Puta merda, quer me matar do coração?

— De novo, Lena? — Entrei na suíte com a toalha em mãos. — O que seria de você sem mim, ein?!

Ela abriu a porta do box e eu estaquei, admirando o quanto essa mulher era linda.

O cabelo molhado aderia perfeitamente à curva acentuada da lombar, quase tocando a bunda grande e redonda. Músculos definidos se espalhavam por todo o corpo, e a cada movimento, se tornavam ainda mais salientes. Os seios fartos e o bico rosado e empinado, eram uma obra de arte à parte. A luz da lâmpada refletiu os pingos d'água pelo corpo, evidenciando a pele clara, lisa e macia, que deixava suas tatuagens ainda mais vivas. Uma tela recém pintada. 

Seu rosto era expressivo, com a mandíbula delineada e as maçãs do rosto sobressalentes. A boca carnuda me deixava maluco toda vez que beijava. Mas eram os olhos que mais mexiam comigo. Helena era dona de um olhar felino, alongado e afiado, que contava de longe sobre o perigo que morava ali dentro. Um alerta para os mais fracos, e um convite irrecusável aos mais arriscados.

Ela era lindamente proporcional, a mistura perfeita entre o bruto e o delicado. Entre a morte e a salvação. Um antídoto desconhecido, que poderia curar ou destruir. Você nunca sabia.

Helena enrolou a toalha no corpo e saiu do box. Eu continuei admirando em silêncio, enquanto ela esfregava o hidratante pelas curvas.

— Aí, merda — gemeu.

Me aproximei e peguei a escova das suas mãos, me posicionando nas suas costas e desembaraçando seus cabelos. Ela machucou o ombro semana passada em um dos seus encontros com Banks. Lena me disse que já havia acabado o treino e estava praticando capoeira, uma luta de herança afrodescendente muito comum no Brasil. A ginga em forma de dança, disfarçava uma das lutas mais mortais!

— Quando você vai contar para o Kai sobre a Banks? — Perguntou.

Lancei um olhar pelo espelho, mas continuei a escovar seus cabelos em silêncio.

— Kai ainda acha que ela é mulher de Damon — pressionou. — Sei que eles se gostam Michael, eu vejo o quanto sofrem longe um do outro.

Soltei a escova e a abracei por trás.

— Ele nunca me perguntou — depositei um beijo no seu ombro. — Além do mais, não é problema meu.

Sua boca formou um O perfeito e ela franziu a testa, incrédula. Sorri com a expressão mundana, as vezes ela parecia um ser humano comum!