Conflito

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MADELAINE SMITH

Gostaria de poder dizer a vocês que minha vida melhorou e que me sinto mais relaxada, e de uma certa forma me sinto, em Hilltop tenho uma total liberdade em me sentir eu mesma.

Mas ainda falta alguma coisa, eu odeio ficar dentro desses muros o tempo todo, odeio essa ansiedade que cresce a cada dia ao pensar que alguém que eu ame aqui dentro pode não sobreviver nessa guerra.

Me sinto sufocada em pensar que daqui a alguns dias seremos os perdedores ou os vencedores.

Tenho medo pelo meus pais, de consideração que cuidam de mim como se eu fosse realmente filha dele.

Tenho medo pela minha gatinha gigante, sei como ela vai ficar arisca com tanto barulho, e sei como vai querer proteger a mim e ao rei, mesmo que custe sua vida.

Tenho medo pela Rosita, quem diria que agora teria medo de ver a surtada morrer, mas jamais contarei isso a ela.

Tenho medo pela Maggie, a Sherry ficaria orgulhosa por saber que conseguir fazer uma amizade depois dela, tenho medo pelo bebê que ela carrega em seu ventre.

Tenho medo pelo Jesus, ainda sendo um ótimo lutador, ele é mais alheio com armas e nessa guerra, até uma criança vai segurar uma arma e atirar em qualquer inimigo.

E tem o Daryl, ah o caçador grosso e Durão, tenho tanto medo por ele, a vingança cega as pessoas eu já vi isso, e pelo o que ele passou no santuário sei que vai querer se vingar.

Tenho medo de perdê-lo, medo de não poder mais abraçar seu corpo rígido, de não beijar mas sua boca ressecada, ou segurar suas mãos cheias de calos.

Medo de não conversarmos uma última vez e resolver esse impasse que o faz ele fugir de mim.

Queria muito saber o que o deixou tão envergonhado por ter deitado ao meu lado e dormido comigo.

Posso está sendo um pouco bruta, mas não vou mudar de ideia até ele ter a coragem de vim falar comigo.

E mesmo com essa ideia firme, não conseguir pregar o olho, rolei de uma lado pro outro até cansar e decidir levantar e trocar de turno com o Rick, que tava caindo de sono.

Ser líder não deve ser nada fácil por isso estou longe disso, ser responsável por uma pessoa já dá trabalho, imagina uma comunidade inteiro.

Agora no muro vigiando a escuridão na floresta a frente, fico tentando ver se acho qualquer movimento na minha frente.

Talvez seja uma paranoia, mas tive quase certeza de ver uma luz bem no meio das árvores que encaro agora, faz uns 5 minutos que não pisco tentando entender se é só uma loucura da minha cabeça ou realmente vi aquela pequena luz branca, como se fosse uma lanterna.

Meus olhos começam a arder depois de exatos 6 minutos e 47 segundos sem as pálpebras encostarem uma na outra, esfrego as palmas nos olhos e ando até a outra parte do muro.

Com uma AW 338 na mão, coloco a arma entre os muros e foco no mesmo lugar que estava antes, na mira da arma aproximo mais até avistar vultos de um lado pro outro.

O movimento me faz ficar em alerta, e tirar o rádio do coldre que uso.

- Jesus? - Chamo meu melhor amigo depois de ligar o rádio.

A Filha Do Inimigo - DARYL DIXONOnde histórias criam vida. Descubra agora