Gramado floral

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Sigla dos personagens:

Ss - Severo Snape 

Jp - James Potter

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Vendo o quão perto estavam um do outro Severo se afasta o mais rápido possível até suas costas baterem em uma das prateleiras de livros, mas no momento seguinte o tal capitão, o qual estava tentando manter a distância, se joga bem ao seu lado e pega o seu livro de suas mãos. Aquilo deixou Severo indignado com a ousadia do capitão, mas ele não era louco o suficiente de falar alguma coisa para aquela pessoa que poderia em um estalar de dedos ceifar sua vida. Era melhor ignorar e ficar na sua onda.

Jp – Esse era o único livro não acadêmico que eu era permitido ler pelos meus pais. - comenta olhando entre as páginas do livro – Ele virou o meu favorito e sei de tudo sobre ele. - Severo olha para James com uma cara tão aceda que foi impossível o capitão não perceber, uma cara que dizia com toda certeza de que o homem havia acabado de falar a maior das calunias – Se continuar enrugando sua testa dessa forma ela pode nunca mais voltar ao normal. - fala tocando na linha enrugada entre as sobrancelhas de Severo, que assim que recebe o toque do capitão o ômega não perde tempo em afastar a mão do capitão de seu rosto.

Ss – Nunca vi um capitão pirata tão imaturo. - sussurra para si mesmo, mas pela aproximada James não pode deixar de escutar.

Jp – Meus companheiros falam sempre a mesma coisa. - fala de forma risonha. Severo fica com medo de que James pudesse ter se chateado com o que ele falou, mas vendo que passou um tempo e ele não fez nada contra si por causa do seu comportamento pode se acalmar um pouco.

Depois dessa breve conversa eles entram num silencio, até que confortável na opinião de Severo o que ia contra todas as suas probabilidades, e então puderam desfrutar da leitura do livro sobre lendas juntos sentados um ao lado do outro. Por não ser um livro grosso e ter mais ilustrações e poucos textos não demorou para terminarem o livro.

Ss – Esse é o único livro do gênero. - comenta assim que terminou sua leitura. Quando começou a frequentar a biblioteca ficou por um bom tempo analisando os livros e como imaginava a grande maioria deles é sobre medicina e bem poucos, um cinco no total, era sobre outro gênero.

Jp – O lado ruim de ser um pirata. Não podemos gastar o dinheiro que temos com besteiras como um livro sobre lendas, mesmo que tivéssemos tanto dinheiro sobrando. - comenta acompanhado com um suspiro derrotado.

Ss – Piratas com certeza tem mais lados ruins do que não poder comprar um livro. - fala como se fosse a coisa mais óbvia.

Jp – Se é o que você acha, eu te desafio aqui e agora a falar no mínimo três motivos ruins de ser um pirata. - desafia James com um sorriso malicioso brincando em seus lábios.

Ss – Moleza. Primeiro, piratas não tem uma casa para onde possam voltar, já que assim que se autodenominam piratas perdem todos os seus bens e podem até fazer com que sua família na terra fique em perigo. - fala de forma explicativa e recebe de James um acenas de cabeça positivo e murmurando que era um bom motivo – Segundo, eles têm sangue de inocentes em suas mãos.

Jp – Devo discordar desse ponto, pequeno ômega. - interrompe James – Pelo que eu saiba os marinheiros matam muito mais inocentes que os piratas, e até nós temos as nossas regras e não levantamos as espadas para pessoas inocentes e se por acaso fazemos tem um motivo por trás, e enquanto isso os tais homens da lei não parecem se importar com os inocentes e você é um exemplo disso. - rebate com bons pontos e fazendo até Severo concordar, mesmo que contra sua vontade – Posso medir isso por Bart, ele é um dos piratas mais velhos ainda vivo e em sua carreira nunca matou um inocente, apenas bandidos e inimigos. E pelo que me lembre o último assassino em seria conhecido não era um pirata e matou centenas de pessoas. - com aquela fechada se encostou na prateleira com orgulho de si mesmo – Pode continuar.

Ss – Terceiro. Piratas que passar o resto dos seus dias fugindo. - fala o terceiro ponto incerto, já que não vinha mais nada em sua mente.

Jp - São todos bons pontos e você em razão, as vezes eu quero poder voltar para casa e sei que nunca mais poderia voltar, não apenas por ter fugido, mas por ser um pirata. - aceitas os pontos de Severo. James não conseguia acreditar que estava aceitando ser desafiado daquela forma, se lembrava muito bem que a última vez que foi desafiado a cabeça da pessoa acabou abaixo dos seus pés, mas escutar aquele ômega o desafiando daquela forma o deixava com o peito quentinho e uma sensação agradável. Talvez aquilo que sentia fosse sintoma de alguma doença, ele iria até Remus depois. - Mas assim como tem um lado negativo também tem um lado positivo.

Ss - Já que você me desafiou, agora é minha vez, eu te desafio a falar três lados positivos. - Severo não sabia de onde vinha aquela coragem, mas sentia que podia fazer tal coisa.

Jp – Primeiro. Por viajarmos por muitos lugares, tem em primeira visão paisagens lindas, culturas diferentes e a verdade que o governo tenta esconder. Por exemplo, o povo oriental que o nosso governo chama de selvagem são mais civilizados do que pensamos. Sabia que eles têm uma lei que protege os ômegas de serem vendidos ao mercado negro? - aquilo pegou Severo de surpresa, quem sabe ele não conseguisse convencer sua mãe de irem para o Oriente assim que voltasse para casa – Segundo. Pode não parecer, mas são os piratas que realmente ajudam os mais necessitados, metade dos nossos lucros são transferidos para as regiões mais pobres do mundo, o governo nunca vai ajudar esses lugares e então resta para nos ajudar. - Severo não gostava de estar com os piratas, e isso era um fato, mas pelo que pode ver os piratas não eram os vilões que o governo pintava, eram na verdade melhor do que eles em muitos quesitos – E o principal, o terceiro ponto. Quando estamos no mar podemos sentir em primeira mão a sensação de liberdade.

Ss – Eu não entendi. - fala sincero, nos dois primeiros pontos Severo conseguiu compreender e até ficou maravilhado com essas descobertas, mas não conseguiu entender essa tal liberdade.

Jp - Não é algo que possa ser falado em palavras, ele tem que ser sentido. - fala não sabendo como explicar ao certo - Já sei!

James puxa Severo pelo braço até a prova do navio, que surpreendentemente estava vazio, e para não correr o risco de Severo cair na água o segura em sua cintura e então se aproximam na ponta do navio.

Jp - Faça exatamente tudo o que eu mandar agora. - exige James, e como Severo estava tão perto da água e se não fosse por James o segurando, achou que não seira uma boa ideia não obedecer – Feche os olhos e levanta os braços formando uma cruz com o corpo. - mesmo não entendo o porquê daquela posição não tardou em obedecer – Agora imagine você deitado num gramado florido durante a estação da primavera, vendo o quão azul está o céu diurno e enfeitado com aquelas nuvens branquinhas que mais se parecem com algodão doce. De repente você recebe uma brisa de vento recheado com aquele cheiro floral do campo e aos poucos sente seu corpo tão leve que parece ser uma pena voando pelo vento. - apenas de escutar aquelas palavras daquela voz grossa e relaxante de James, fez com que Severo sentisse aos poucos seu corpo relaxando e se estivesse deitado sentia que já estaria caindo no sono – Abra os olhos agora. - como ordenado Severo abre devagar seus olhos e podia dizer com certeza que nunca viu algo tão lindo.

Estava quase anoitecendo, então o céu estava uma mistura de roxo, amarelo e laranja, e em abaixo dos seus pés estava o mar num tom profundo de azul, que apenas deixava aquela paisagem ainda mais bonita. Para melhorar aquela sensação que sentia em seu corpo o vento batia delicadamente em seu rosto, aquela era a perfeita definição de liberdade que James tentou explicar. Severo acreditou que nunca iria poder presenciar algo assim estando na sua cidade natal, talvez não fosse tão ruim estar longe da sua casa.

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