Xícara de café

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Sigla dos personagens:

Rl - Remus Lupin

Ss - Severo Snape

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Severo estava tão cansado emocionalmente, por cauda de toda a confusão que estava sua vida, que nem percebeu quando caiu no sono e acordando no dia seguinte no horário de sempre. O diferencial foi que parecia que tinha acabado de sair de uma briga de tão cansado estava se sentindo, ficando ainda pior pelo fato de sentir pontadas de dores em algumas partes do seu corpo. Talvez não deveria ter dormido na posição em que estava, nem parecia que era um jovem adulto e sim um velho de oitenta anos.

Finalmente se levantando da cama, depois de escuta uma sinfonia de estalos vindo diretamente de suas costas. A primeira coisa que Severo faz é seguir para o banheiro no final do corredor onde ficava sua cabine, e então joga uma boa quantia de água em seu rosto para ao menos disfarçar o cansaço que sentia, mas o que realmente estava desejando naquele momento era uma grande e forte xícara de café, só isso faria com que Severo acordasse de verdade. Apenas de imaginar aquele líquida negro e forte já fazia com que sua boca começasse a salivar. Estando minimamente apresentável, Severo segue para o escritório de Remus que como todos os dias o esperava com uma xícara de café, agora ele se perguntava se estava indo para lá por Remus ou pelo café. Nunca saberia.

Como sempre ia para o escritório de Remus todas as manhãs, já não era necessário bater na porta e anunciar sua presença, então chega entrando no escritório e lá na frente do médico da tripulação estava aquilo que mais desejava, uma xícara de café. Sem nem falar com o homem apenas pega uma das xícaras e se joga na cadeira oposta da mesa de Remus, podendo finalmente desfrutar daquele líquido quente, amargo e energético.

Rl – Aconteceu alguma coisa? - pergunta Remus depois de olhar a óbvia insatisfação do ômega, além de poder ver claramente uma grande e escura olheira abaixo dos olhos do mesmo.

Ss - Não é nada. - tenta desconversar, mas Remus o lançou um olhar afiado que nem Severo conseguia ignorar, mas não estava confiante de contra seus problemas e mesmo tendo uma espécie de "amizade" com o médico ainda não conseguia ponderar contar seus segredos, ainda mais sobre sua futura fuga.

Rl – Sabe que além de médico eu tenho experiencia com psicologia, pode falar para mim qualquer coisa. - fala Remus tentando ser compassivo e confiável.

Ss – Posso fazer uma pergunta? - pergunta recebendo um acenar positivo de Remus – Como você se tornou um pirata? - seria eufemismo se Remus não dissesse que aquela pergunta não o pegou de surpresa, ele esperava qualquer coisa menos aquilo. Mas aquela pergunta o deixou pensativo e nostálgico ao mesmo tempo, mas como tinha falado para Severo teria que responder.

Rl – Acho que para entender tenho que dizer que minha infância não foi muito boa, meu pai foi o culpado de todas as minhas cicatrizes. - fala tocando delicadamente em uma delas no seu rosto – Devo dizer que antes do acidente eu pensei que o matar de uma vez por todas, libertando eu e minha mãe das garras daquele monstro, mas fui covarde e ignorei essa ideia. - fala com um olhar nublado enquanto se lembrava daquele acontecido – Isso me lembra que você é a primeira e única pessoa com que eu falei isso, nem meus amigos mais íntimos sabem desse meu pensamento. Os únicos que sabem disso agora somos eu, minha mãe e agora você.

Aquilo pegou Severo desprevenido, mas não deixou de ficar meio feliz por Remus tê-lo confiado um segredo tão pessoal como aquele.

Rl – Depois de minha mãe expulsar ele definitivamente, eu decide que queria ser médico e salvar todos para que ninguém sofresse como eu sofri. Dediquei toda a minha juventude estudando medicina na minha antiga vila, até mesmo fiz algumas pequenas cirurgiãs, e quando vi que estava pronto eu fui para a cidade grande a procura de um trabalho melhor e ainda mais experiencia, além de ter dinheiro o bastante para proporcionar uma vida melhor para minha mãe. Mas as coisas ficaram mais difíceis do que eu imaginava. - dá uma parada para bebericar seu café esquecido na mesa – Assim que eu chegava nos hospitais logo era barrado de imediato, tudo por causa das minhas cicatrizes, nas mentes deles apenas um criminoso ao algo parecido poderia ter tantas cicatrizes. Lembro-me que fui em todos os hospitais daquela cidade, mas fui rejeitado em cada um deles. Quando me vi sem nenhum dinheiro para me sustentar aceitei qualquer tipo de trabalho e foi assim que me tornei garçom numa taberna mal frequentada e deplorável, eu odiava aquele lugar, as pessoas que iam lá e principalmente o meu chefe, mas como o dinheiro era uma necessidade tinha que aceitar tudo calado e de cabeça baixa. Em uma noite normal de trabalho enquanto jogava o lixo fora acabei vendo um homem deitado no meio do chão cercado por uma poça de sangue, e como um médico não podia apenas deixar a pessoa naquele estado e não fazer nada, então eu roubei alguns suprimentos médicos da taberna e tratei o homem. Salvar aquele desconhecido me fez lembrar do porque eu me tornei médico e fez com que eu voltasse a ter esperança, mas eu esqueci toda esses sentimentos em poucas horas quando descobri que meu chefe sabia do meu roupo, mas como pouco se importava com as outras pessoas ele apenas me espancou e me mandou para fora como um cachorro com sarna. - conta terminando de tomar seu café - Naquela noite u rondei toda a cidade e tinha decidido que iria voltar para minha vila, nunca iria conseguir um emprego descente e já estava cansado e ser tratado como um criminoso e pior ainda, como uma doença ambulante. Mas antes de ir embora eu encontrei novamente aquele mesmo homem na qual eu salvei e ele me falou a coisa mais louca que já escutei em toda minha vida. - fala essa parte com um sorriso no rosto – Ele me disse que era um pirata e que iria construir uma tripulação que seria conhecida pelo mundo e me queria como o médico. Aquilo me pegou completamente desprevenido e meu primeiro instinto foi negar completamente e ir embora de uma vez, mas eu percebi que aquela era a única chance que eu tinha para ser um médico. Se eu tivesse permanecido na cidade teria uma vida miserável por causa da minha aparência desformada, mas se eu fosse com eles realizaria meu sonho e mesmo com o futuro incerto eu aceitei e foi assim que eu me tornei o médico dos Golden Marauders. - fala tudo com um tom nostálgico.

Ss – Você se arrepende? - pergunta entretido na história que foi contada.

Rl – Nem um pouco. - fala com um grande sorriso – Sendo um pirata eu pude ser o médico que tanto desejava, eu conheci culturas e lugares diferente, eu conheci pessoas que vou levar para o resto da minha e vida e ganhei tanto dinheiro que finalmente deu a vida que minha mãe merecia, agora ela vive com uma rainha aproveitando sua velhice. - fala se lembrando da sua mãe e como ela era muito especial para ele – Mas porque me fez essa pergunta? - agora era a vez de Remus.

Ss - Não é nada demais, apenas curiosidade. - desconversa focando na xícara de café em suas mãos.

Depois dessa longa conversa eles passaram o resto do dia como todos os dias anteriores, lendo e debatendo sobre medicina, um dia normal para eles, mas mesmo entretido com Remus e sua medicina Severo ainda estava pensativo e a história de Remus apenas o deu mais coisas para pensar. Assim que a noite chegou Severo voltou para sua cabine e finalmente tinha uma decisão sobre o seu futuro incerto.

Severo decidiu que não iria mais se preocupar com mais nada, ele deixaria tudo nas mãos do destino. Se ele voltasse para sua casa ele voltaria, mas se ficasse com os piratas ele ficaria. Pela primeira vez em toda sua vida Severo deixou sua teimosia de lado por um instante. 

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