Pirate's fiance

Reflexão mórbida

Sigla dos personagens:

Ss - Severo Snape

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Aos poucos Severo foi tomando a consciência, mas ele não sabia dizer por quanto tempo esteve apagado, a única coisa que sentia era uma dor excruciante por todo o seu corpo, não tinha nenhuma parte sequer sua que não estremecia de dor com o mínimo de movimento de sua parte. Estava tão dolorido que parecia que havia sido espancado, sabia muito bem como era essa sensação e poderia descrever ela com todas as letras. Por causa desse seu estado de dor profunda Severo decidiu se manter deitada, numa estranha cama fofa, e com os olhos fechados tentando arranjar coragem o suficiente para espantar toda aquela dor ou a maioria dela.

Em dias como aquele Severo era acordado por sua mãe com uma xícara de chá fumegante para se acalmar e logo ela fazia curativos em todos os seus machucados, eram esses momentos que faziam valer a pena proteger sua mãe dos ataques brutais de Tobias. Severo ficou bons minutos em completo silencio apenas esperando que sua mãe viesse até si com seu sorriso caridoso e remédios que ardiam ao tocar sua pela machucada, mas nada dela e nem de seus remédios doloridos. Foi assim que Severo se lembrou de tudo o que aconteceu na noite passada.

Severo sabia que não era amado por seu pai, mas nunca passou por sua mente que um dia ele o usaria para quitar uma dívida e sendo ainda pior que era justamente com a tripulação de piratas mais aterrorizantes de todo o mundo, e no final ainda sendo humilhado pelas palavras vis daquele homem que deveria o proteger e ao invés disso o dava de bandeira como se ele não fosse nada mais do que um animal de fazenda. Mas o pior disso tudo Severo só tinha um arrependimento, que nunca mais veria sua mãe e poderia se aconchegar em seus abraços acolhedores e quentes que fazia todo o seu sofrimento ir embora num instante, pior ainda era que não estaria lá para protegê-la de pessoas mal-intencionadas. Nunca mais veria a única pessoa que sempre esteve ao seu lado nos piores e melhores momentos, mais piores do que melhores.

Com todas as lembranças vindo em sua mente de uma única só vez fez com que Severo se levantasse da cama um ato súbito, o que apenas fez com que o seu corpo já dolorido apenas reclamasse ainda mais de dor e praticamente implorasse para voltar a se deitar. Mas Severo estava exasperado demais com toda aquela situação que se encontrava que apenas ignorou a dor que percorria cada mínimo canto de seu delicado corpo, mas aquele não era momento para se demonstrar fraco. Era o momento perfeito para levar em consideração os ensinamentos de sua mãe sobre sobrevivência básica e o primeiro passo era reconhecer o local em que estava, então mesmo com dor e um pouco de sono começou a analisar o local onde foi aprisionado.

Não era um local grande, era na verdade um quarto pequeno que não possuía muitas características, tanto o teto quanto as paredes e o chão eram de uma madeira de carvalho escura quase chegando à cor preta. Os únicos moveis que decoravam aquele pequeno quarto era uma cama de lenções brancas, a cama mais confortável que Severo já teve a sorte de poder se deitar, já que a dele mais se parecia com uma pedra do que com uma cama, e junto disso havia uma escrivaninha de madeira clara bem no canto do quarto, mas pelo tamanho do local não ficava tão longe da cama. Para poder iluminar aquele lugar todo havia bem no meio uma janela circular que entrava bastante luz do sol, mostrando que havia amanhecido a muito tempo e que Severo estava adormecido por muitas horas.

Aquele lugar não era tão opressor quanto Severo imaginava que seria preso, além de que para si ele seria amarrado ou acorrentado, mas não havia nenhum sinal de nenhum desses itens em lugar nenhum daquele quarto. Na sua mente passou a ideia de que queriam brincar com sigo e fingir que ele estava livre para no momento certo apenas ser morto da pior forma possível, era uma boa tática para os piratas mais terríveis de todo o planeta. Mas Severo tinha um problema dentro de si que sempre foi malvisto, principalmente por Tobias que sempre fazia com que acabava sendo espancado pelo mesmo, ele tinha uma curiosidade tão grande que não conseguia ser controlada e foi sendo guiada por ela que Severo resolve olhar pela pequena janela circular e o que viu foi apenas o vasto e azulado oceano, sem nenhum único sinal de qualquer terra em quilômetros.

Era oficial, ele nunca mais veria sua amada mãe e aquela vila onde nasceu e pensou que morreria também. Dentro de si Severo tinha a esperança de que ainda poderia fugir e voltar para os braços calorosos de sua mãe e fingir que aquele episódio nunca aconteceu, mas o seu destino não parecia estar ao seu favor. Quem sabe o que seria dele daqui para frente, seria transformado em um escravo dos Golden Marauders, ou pior ainda, teria que se tronar um escravo sexual do capitão e passar sua miserável vida com apenas o dever de lhe servir sexualmente, em sua mente passava milhares de possíveis futuro e nenhum deles era positivo e sempre acaba em um grande tormento. Ainda preso numa reflexão mórbida Severo nem sequer percebeu quando a porta do seu pequeno quarto foi aberto e tinha uma pessoa lhe encarando.

— Finalmente você acordou. - coloca a bandeja que segurava, cheia de diversas comidas, na escrivaninha e logo em seguida se virando para Severo - Já estava começando a ficar preocupado.

Ss - Quem é você? - pergunta se afastando até chegar na parede oposta do quarto, tentando ficar o mais longe possível do desconhecido a sua frente.

— Eu sou....