{Capítulo VII: A arte de dialogar}
Era a primeira vez na vida que gostaria que minha intuição estivesse incorreta, que infortúnio.
Apoiei a mão em meus olhos, sentindo a cabeça latejar pelo o excesso exorbitante de luz que adentrava pela janelas de vidro, o cheiro de vinho preenchia todo o ambiente, e apenas pensar em levantar estressava meus nervos. A bagunça no quarto desse bebum não deveria ser considerada normal para o convívio humano.
Me sentei na cama, olhando aquele campo minado que chamavam de chão, enfeites de roupa, acessórios, garrafas de vidro, xícaras, talheres, livros... céus, aquilo era uma pá de jardim?
Com um longo suspiro para manter meus ânimos funcionais, comecei a pensar. Isso é uma maldição, e para quebrá-la precisamos cumprir alguma condição imposta por quem a fez, vulgo a deusa da luz, arrependimento ou perdão não parecia ser o suficiente.
Então o que era?
Pensando nos acontecimentos que desencadearam isso, não havia muitas possibilidades disponíveis, poderia ir até a cratera com o quarto príncipe para avaliar algo, porém não era muito possível criar este encontro.
A floresta durante o inverno é patrulhada para prover segurança, como explicaria eu e o quarto príncipe indo até uma cratera no meio do nada sem companhia? E outra, quem nos tiraria de lá? Não é uma ideia útil, descartada.
— Estou deixando sua refeição na porta — ouvi a voz de um rapaz e em seguida o som de um carrinho de servir sendo estacionado.
Não precisarei me encontrar com sua família hoje? Que benção.
Me levantei com cuidado, medindo os centímetros de cada passo meu para não pisar em nada, ao chegar na porta coloquei o carrinho para dentro com dificuldade devido aos entulhos e a fechei de novo.
Não havia condições de eu conseguir ter uma refeição adequada em meio a esse lugar. Puxando um pouco as mangas da blusa, fiquei decidido a organizar este quarto para passar o tempo.
E de fato, o tempo passou mais do que esperava, era tanto lixo e desordem que foi necessário parar ao meio e me alimentar antes que desmaiasse, e ainda assim durou mais três horas, ao total seis horas de faxina.
— Esse garoto, ele é um porco, como vive nessas condições!?
Suspirei aliviado ao finalizar quase tudo, não sabia o que fazer com a pá, então apenas a deixei ao canto do quarto como se fosse uma decoração rústica.
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De Repente, às Avessas!
Fiksi Sejarah"Oh, não!! Estou no corpo daquela cria do capeta!" É o primeiro pensamento de Zayn após acordar não só em um corpo diferente, mas no de Theodor, o jovem marquês da família Morisete, e ouvir como o avô desse garoto berra aos quatro ventos seu desejo...