Incêndio

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Capítulo IX

— Aí ele teleportou a gente pra cá. — Tales dava um gole no copo d'água que tinha em mãos.

— Caramba. — Alexia cobria a boca, incrédula. — Mas você tá bem?

— Me recuperando. — Ele suspirou. — Deixei a minha armadura com o Míron e os meus machucados tão sarando aos poucos.

— Que bom. Não foi fácil aqui sem você.

Eles abriram sorrisos amarelos.

Tales acabara de ficar sabendo das novidades do Santuário. A invasão de Ares, a traição de Ágata. A morte de Jade.

Já Alexia, havia descoberto que Raphael e Nesso estavam mortos. Além de tudo, a história do amigo para retornar ao Santuário a aterrorizou.

Como dignos defensores de Atena que eram, precisavam seguir em frente. Seus corações feridos, porém, nunca tinham chance de cicatrizar.

Ao seu redor, os cavaleiros de ouro começavam a se agrupar para dar início à Reunião Dourada. A Deusa estava sentada em seu trono, acompanhada de Panos.

— E o Rubi? — questionou a jovem, olhando ao redor.

— Não falei com ele desde que voltamos. — Tales deu de ombros. — O Cristal chamou ele pra uma conversa, não sei sobre o quê.

— E nem vai. — O Leão, último dourado a se juntar aos colegas, lembrava um professor entrando em sala e silenciando a classe barulhenta. — Esse é um assunto que não diz respeito a cavaleiros de prata.

— Cadê ele? — O garoto franziu a testa.

— Não vai participar hoje — disse Cristal, sucinto.

Tales estranhou. O sigilo daquela informação lhe era descabido. Além disso, seu mestre era pontual como um relógio suíço. Somente algo importante lhe impediria de participar.

— Parece que nos reunimos todos os dias agora. — Turquesa de Câncer suspirou. Suas fundas olheiras contrastavam com a pele cadavérica.

— Peço desculpas, mas é o preço de se estar em uma Guerra Santa — o Grande Mestre respondeu. — Tenho certeza de que vocês já lidaram com coisas piores.

— Vamos começar para que não percamos tempo, então. — Atena estava mais séria que de costume, segurando firme em seus apoios de braço.

Seu habitual sorriso acolhedor dava lugar a um semblante fechado. Panos fez sinal para Onix de Capricórnio e Topázio de Sagitário, que se aproximaram.

— Certo — disse o sagitariano —, vamos começar pelo Granada, depois Tales de Pintor. Hoje será um dia cheio.

— Tenho algumas questões. — Granada de Aquário tinha em mãos uma prancheta. —Como chefe da logística, sou obrigado a resolver algumas pendências.

Cristal revirava os olhos. Safira parou de prestar atenção por completo. Havia um claro desgosto entre os presentes pelos temas que o aquariano trazia.

O cavaleiro seguiu seus relatos.

— Me reuni com os engenheiros e a reforma da estátua de Atena ainda levará alguns dias. — Ele acompanhava as informações no documento com o indicador. — A estrutura não foi abalada.

— Que bom. — Turquesa cobria um bocejo com a mão.

— Além do mais, os aldeões têm perguntado se ainda organizaremos o carnaval.

— Ah, verdade, o festival em Rodorio. — Panos levou a mão à testa. — Tinha me esquecido completamente.

— Será que é uma boa ideia? — questionou Onix.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando Nós - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora