Qualquer Um, Menos Ele

Capítulo 14 (POV: JAMES)

POV: JAMES

  Caminho rindo sozinho pelos corredores escuros, tampando minha boca para não soar como um psicopata em crise, prestes a cometer um crime em meio à sua loucura.

  Sirius vai me matar.

Minhas gargalhadas vão aumentando, junto com a minha preocupação. Mas ainda estou muito feliz.

Mas o que eu posso fazer? Curtir o momento independente do futuro sempre foi meu estilo de vida.

E obviamente não é o do Regulus.

  Procuro por ele de forma discreta, sem que pareça que é por querer. Arrumamos o biblioteca em completo silêncio e eu até usei alguns feitiços, o que é contra as regras, mas quem liga?

  Tudo pra que esse castigo acabasse rápido e eu pudesse voltar a conversar com Regulus.

  Mas o que eu devo fazer se ele anuncia que vai ao banheiro e nunca mais volta?

  É óbvio que ele fugiu de mim.

  Na virada do corredor, ouço alguns passos apreçados e uma porta sendo aberta.

  Sorrio ao mesmo tempo que seguro a porta, quando ela está prestes a fechar.

-Achei você.

  Ele franze as sobrancelhas e aponta uma varinha pra mim. É claramente uma pose de ataque. Seus olhos me intimidam tanto quanto a varinha apontada para mim.

-Você sabe do que eu sou capaz. - Diz Regulus em um tom de ameaça, com a voz sussurrada e dura.

  Levanto meus dedos, contando em tópicos, à medida que cito "do que ele é capaz":

-De me chamar de lindo, dizer que seu coração dispara quando me vê, de me beijar com jeito na biblioteca e-

Ele, rapidamente, coloca a ponta da sua varinha entre minha garganta e meu queixo, me fazendo levantar levemente a mandíbula para que eu não me machuque. E, por um segundo, eu engulo seco.

Que esquentadinho.

-Pensa bem, Reg - Digo devagar, sorrindo num tom de voz convincente, mirando rapidamente seus lábios antes de continuar a falar. - Não vai poder me beijar daquele jeito de novo se estourar meus miolos.

Sua mão treme e, consequentemente, sua varinha no meu pescoço.

Ele não diz nada. Só fica ali por um segundo, nervoso e pensando no que deveria fazer.

Sorrindo, desvio o olhar, observando rapidamente ao nosso redor e agarro sua varinha, envolvendo-a com a minha mão e colocando-a para o lado, me tirando da sua mira.

Aproximo meu rosto, me inclinando na sua direção, muito satisfeito.

-Não gostou dos efeitos colaterais, né?

Ele bufa e abaixa a varinha rapidamente, com raiva.

-Eu não ia te matar. - Regulus esclarece, ignorando a minha provocação. É até fofo.

Ah! Ainda bem!

-Eu sei que não.

  Ele me olha de cima a baixo.

-Mas não venha atrás de mim. - Ele se vira, continuando o corredor atrás da porta.

Fecho a porta e vou atrás dele.

-Você não vai se casar, né?

Sigo um pouco atrás dele, deixando-o liderar o caminho.

Ele me ignora.