Capitulo 31 (POV: REGULUS)

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POV: REGULUS

Me olho no espelho encardido ao lado da janela, enquanto escuto a água do chuveiro se chocar contra o chão do box onde James toma banho.

Visto suas roupas. Uma camisa social branca e uma calça preta. Apenas mais um dos uniformes de Hogwarts, apenas faltando a capa e uma gravata. Apesar disso, não consigo deixar de me sentir mais confortável que o normal vestindo-os.

  Seguro a gola de sua camisa e a aproximo do meu nariz, inalando o cheiro suave e familiar.

  Me sinto bem em suas roupas. Como se eu estivesse sendo abraçado por ele, ou algo do tipo.

Observo o quarto. Não é muito diferente do meu, apesar das chamativas cortinas, edredons e tapetes em vermelho.

  Uma mesinha ao lado da cama de James abriga uma pilha de livros e suas capas gastas revelam leituras intermitentes e esquecidas. Entre eles está "A Arte da Defesa Contra as Trevas", "Um Guia de Feitiços Inusitados" e "Poções Nojentas Que Devem Ser Evitadas".

  Imagino que os dois últimos livros não sejam usados para as aulas, mas sim para seus "projetos pessoais". Me pergunto se algum desses livros contribuiu para a criação da "poção gemível".

Suas coisas estão bem arrumadas, apesar da sua mente hiperativa.

  Sobre a janela, onde James estava apoiado um tempo atrás, está uma capa de cor indecifrável. Não que ela não tenha cor. Mas eu realmente não consigo decidir qual é a cor dela. Se é azul ou vermelho, eu não consigo descrever.

  É aquela capa que James havia jogado acima do ombro enquanto me mostrava o mapa do maroto.

"O que é isso?" Eu havia perguntado.

"Meus segredos" Ele respondeu.

  Me aproximo para observá-la. Então esse é outro segredo de James? O que pode ser tão chocante quanto aquele mapa mágico?

  Aliás, ele parece não saber que eu sei sobre ele ser um animago. Mas eu não conheço sua forma animal. Qual será?

Estendo a mão para toca-la. Mas antes que eu possa, ouço a maçaneta do quarto se movimentar. Seu barulho metálico volta e se repetir algumas vezes quando aquele que tenta abri-la falha.

Franzo os sobrancelhas com preocupação e, devagar e silencioso, estendo a mão para alcançar o mapa do maroto sobre a pilha de livros.

-Juro solenemente não fazer nada de bom. - Sussurro, balançando minha varinha em sua direção.

O mapa se ilustra imediatamente, desenhando passos e nomes se movimentando. Observo especialmente o nome em frente à porta: Sirius Black.

Solto um suspiro controlado. Como eu imaginava: Só podia ser ele.

Corro em direção à porta do banheiro com os passos leves, evitando ao máximo fazer barulho.

-James. - Sussurro, embora o barulho da água corrente seja bem mais alto do que o da minha voz. É improvável que ele me escute.

Dou um leve toque na porta, e volto a sussurrar:

-James.

-James!? - Ouço Sirius gritar do outro lado da porta, chamando-o.

Meu sangue gela imediatamente. Minha respiração fica cada vez mais rápida, embora eu tente controlá-la para evitar ser notado.

-Alohomora! - Ouço, atrás da porta.

Não espero que ele termine de lançar o feitiço. No mesmo segundo, apoio minha mão contra a maçaneta do banheiro e abro a porta, abrindo-a para entrar e fechando-a quase no mesmo segundo.

Qualquer Um, Menos EleOnde histórias criam vida. Descubra agora