Capitulo 9 (POV: JAMES)

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POV: JAMES

Espero por Regulus por horas.

A culpa provavelmente é minha. Eu cheguei mais cedo para o castigo, como se isso significasse que eu fosse vê-lo mais cedo também.

Mas Regulus não chega mais cedo nos seus compromissos. Ele chega no horário.

Mas agora, eu espero estar enganado. Porque ele não está aqui, então espero que ele chegue atrasado.

Afinal, ele prometeu não me ignorar, não é?

Ele me mandaria para o castigo sozinho, sem me avisar, depois de prometer falar comigo?

Durante o meu tempo esperando, arrumei quase a sala inteira. Dessa vez, é a sala de Poções. Limpei até mesmo debaixo das mesas, tirei os chicletes que eu mesmo grudei debaixo da mesa e arrumei especialmente a carteira de Regulus.

Agora, estou sentado na sua cadeira, batucando os dedos na madeira da mesa.

Eu sempre fui exatamente como eu sou hoje em dia. Desde o meu nascimento. Isso já me causou alguns problemas, mas eu não achava que eu era problemático por isso.

Extrovertido, emocionado, falante, energético, alegre, curioso...

Mas agora, eu dependo isso.

As vezes, ter sentimentos a flor da pele é uma maldição. Porque, de um segundo para o outro, estou obcecado por alguém que me odeia. E eu estou, feito um cachorro carente, esperando ser reconhecido.

Eu sei que não é grande coisa, mas fazem horas que estou esperando por Regulus.

  Ele me prometeu que não me ignoraria, e eu fiquei exageradamente feliz por isso. Mais do que eu deveria, porque se emocionar com as coisas torna a decepção maior quando elas não dão certo.

  Eu deixei de ir à festa da Cornival pra vê-lo. É aquela sensação de ansiar por alguém que te despreza.

  Não estou bravo com ele, nada do tipo. Estou chateado comigo mesmo por me entregar tanto para coisas que não me correspondem.

  Solto um suspiro exagerado e triste e deito minha cabeça nos meus braços encima da mesa, fazendo-os de travesseiro.

  Talvez, se eu esperar mais um pouco, ele apareça.

  Antes que eu perceba, estou meus olhos se fecham e eu caio no sono.

  Parece que mais horas se passam quando eu acordo de novo. Acordo num pulo, com o estrondo de uma mão acertando a mesa em que estava dormindo.

-O qu-

-O que você está fazendo aqui!? - Ouço a voz de Regulus. - São quatro da manhã, Potter!

  Ainda preso ao sono, confundindo minha cabeça, não sei direito o que está acontecendo. Esfrego os olhos e me espreguiço.

-...O que? - Digo, devagar.

  Ele ainda está com aquela mão apoiada na mesa. Sua outra mão está na sua cintura, pousando ali com uma postura de quem dá ordens.

-Por que você está aqui? - Ele diz.

  Sua voz está mais suave do que normalmente, embora a pouco estivesse gritando. Fecho os olhos ligeiramente, observando-o e matando a charada.

-...Você está... bêbado?

  Ele aponta pra si mesmo, com os olhos arregalados, profundamente ofendido.

-Eu?

-É.

-Eu não.

  Ficamos em silêncio por um segundo, até eu entender o que está acontecendo.

Qualquer Um, Menos EleOnde histórias criam vida. Descubra agora