27. Amarração

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Evan de fato sentia algo por Anna, talvez apenas uma leve obsessão por ela ser a primeira que ele se envolveu além de pensar apenas em tentar levar pra cama, e de alguma forma, talvez espiritualmente, ela fosse atrativa a ele, como quem vê o brilho da pessoa certa chegando em sua vida. Aquela que vale a pena, tanto que ninguém mais ninguém menos que Apolo, que jamais namorou ou sequer demonstrou disponibilidade pra esse tipo de coisa, se atraiu por ela de imediato. Ela tinha o "molho".

Mas pensou, talvez seu guia apenas o proibiu de ir atrás dela pelo acordo de demanda que Apolo havia feito pra ele. E se Apolo não estivesse nos caminhos? Afinal esse cara só fez mal pra ela e foi com ele que Anna achou afago quando mais precisou. A energia foi perfeita, até Apolo se meter novamente, e sabe lá o que mais ele fez pra ter ela de volta. Evan era malandro, geralmente não ligava pra nada além dele mesmo, mas aí que está... mexeu com ele, como poderia se acovardar por uma demanda? Ele não confia em seus guias? Isso ficou pessoal... e ele sabia exatamente o que fazer...

Evan conversou com pai Billy em uma gira antes disso tudo acontecer, logo que ele saiu do hospital e se afastou de Anna. Antes dela sumir e ter o chá revelação. E desde então Evan veio fazendo tratamento com seus Exus e Pombogiras, ele tinha seu Tiriri e Maria Padilha. Apesar da sua conexão maior ser com malandro Zé Pilintra. Por ser Ogã, teve que desenvolver sua espiritualidade de forma mais manual do que em gira, fazendo feitiços de todos os tipos com pai Billy aos finais das giras, Evan era muito inteligente, apenas não tinha muita conexão com seus guias de esquerda por ter diariamente mais pratica com os de direita.

Nesse tempo outro Ogã ficou responsável e o que Anna não sabia era que nesse período em que esteve fora, Evan se aproximou de seus Exus que lhe fizeram revelações e favores, bem como lhe orientaram sobre o que ele estava buscando. E desde então, Evan estava em processo de se libertar da demanda de Apolo, abrir seus caminhos financeiros e amorosos que ele tanto temia de certa forma, por poder sofrer um karma de tanto mal que fazia para algumas mulheres, teve que agradar muito Padilha, que logo ela, jamais aceitaria esse comportamento irresponsável com as mulheres.

Evan era de Oxóssi e Iansã. Caçador e barraqueiro, o pacote completo pra uma confusão gostosa. O tempo passou e ele cresceu na internet como Ogã Vini, que além de conteúdos de umbanda, compunha músicas da religião e vendia conteúdos adultos então não queria revelar seu nome verdadeiro. Seus caminhos financeiros mudaram da água pro vinho. A demanda de Apolo havia sido quebrada e sua pombogira alertou:

Maria Padilha: Filho, você errou demais nessa vida, merecia ficar sozinho, abrir seus caminhos já foi mais que benção suficiente, mas eu vejo que ta buscando melhorar, isso me agrada, sempre soube do seu potencial, ainda que estejas longe de tudo que tenho pra te oferecer, se continuar assim, vou te entregar com gosto tudo que me pedir.

Evan: Eu tô feliz com tudo que já me destes minha moça, como dissestes, isso é mais que suficiente em relação ao que mereço, mas quero melhorar sim, não por querer mais de ti, e sim pra me redimir contigo e ser de fato alguém melhor nessa vida, aquela fase não faz mais sentido pra mim, já passou, mas tem apenas uma coisa que eu quero, minha moça, o amor da Anna... o que achas dela?

Maria Padilha: É boa moça, meu filho, foi capaz de te despertar pra vida, de fato se entende o motivo de sua admiração por ela... mas no caminho dela terás aflição, por conta dela estar envolvida com outro par de calças, e você sabe disso. Porque não aproveita sua nova fase pra focar em você e depois você pensa nisso com outra mentalidade? Quem sabe lá na frente você terá outro ponto de vista sobre tudo isso.

Evan: Minha moça, eu tô disposto a lutar por ela, foi algo que jamais senti antes, ela fez eu querer ser melhor, devo isso a ela também, e por isso quero viver cada detalhe disso ainda que seja pra dar errado. Quero dedicar parte disso a ela, vivendo com ela. Se me abrir os caminhos, eu tiro esse par de calças do nosso meio, afinal, ele também fez muita coisa que pode o derrubar, porque teria eu que temer apenas?

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