35. Retorno

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Anna: Nossa, eu tô morta, xoxa, capenga, bagaçada... mas tô tão feliz que aguentei até agora acordada...

Apolo: Aguenta mais 5 minutinhos de felicidade?

Anna: APOLO! (Risos escandalosos)

Sabe quando você chega numa idade da vida, estável, onde a rotina, o conforto se tornam prioridades, te deixam à vontades, a paixão já não cabe, e o amor prevalece, então você percebe que consegue confiar nos amigos, mesmo que eles não falem todos os dias ou muito menos visitem, mas sabe que pode contar com eles quando realmente precisa, mas quase não precisa pois já sabe se virar sozinho pra quase tudo, e isso não é pesado, é libertador. E os parceiros amorosos já não são apenas um corpo bonito, um fogo que arde, e sim um sorriso que faz o peito desacelerar.

Fazia um tempo que Apolo e eu não tínhamos relações sexuais, pois apenas estávamos confortáveis um na companhia do outro, sexo nunca foi uma prioridade, uma necessidade, mas sim, entre nós, uma consequência inevitável de uma conexão. Um trabalhava, outro cuidava da bebê, depois trocava, e limpava a casa ou descansava, um cuidando do outro pra ninguém ficar sobrecarregado, eu estava de licença maternidade, então ele intensificou os trabalhos na internet.

E chegou a ser estranho a sensação de nervoso, como se fosse a primeira vez, aquele frio na barriga... Mas era o Apolo... eu confio nele, ele tem essa áurea bissexual que entende os dois lados e sabe muito bem o que fazer. Com ele não é difícil, posso apenas relaxar e sei que vai ser perfeito. Apesar de ele ter uns fetiches de dark romance dentro de uma caixinha cheia de surpresas... o que será que ele prepararia pra esse dia especial de núpcias?

Apolo: Anna, você passou por muita coisa nesse último ano. Eu também. A vida nos traz situações desafiadoras que nos fazem reagir muitas vezes sem tempo pra pensar, e isso nos molda, mas apesar da magia, tudo depende de nós mesmos, inclusive a magia. Então... (foi vendando os olhos de Anna) eu queria nos desprender de tudo que nos limita, pra sentir a magia da nossa essência mais pura: a liberdade. Confia em mim?

Anna: Essa sua fala parece aberta a muita coisa, mas eu confio sim, e principalmente hoje, depois de tudo que passamos, sei que é você, exatamente você que deveria estar onde está agora comigo.

Anna escutou um barulho de porta e pensou ser ele buscando algum item pra apimentar a relação, e ela não estava errada. Mas também não estava certa. Mas Anna nem imaginava que Apolo em todos esses meses longe dela, passou por uma imensidão de sentimentos, sozinho, por não querer envolver mais a espiritualidade sem necessidade, refletiu que o amor que sente por Anna foi o primeiro que lhe trouxe uma janela pra olhar além da sua caixinha privada de pensamentos.

Apolo podia ser quem ele era, além do magista famoso, apenas o romântico, bissexual, com humor ácido, demonstrar seus medos e a obscuridade da sua coragem. E aprendeu que controlar tudo com magia faz perder o controle e a magia das coisas naturais da vida. O amor é livre, Anna o escolheu apesar de tudo, ele a escolheu apesar de tudo, ninguém precisa sair perdendo nada, o amor entrega o melhor, colhe o melhor, soma e multiplica, o resultado não é inferior, e sim, sempre um a mais...

Eis que Anna com os olhos vendados sente um cheiro familiar e uma respiração se aproximando de seu rosto, quando encosta outra boca na sua a lhe beijar, mas ela estranhou e tirou a venda...

Anna: EVAN? Que que ta acontecendo aqui Apolo?

Evan: Eu falei que ia dar merda...

Apolo: Meu amor, calma... olha... em algum momento você o quis, e em algum momento ele te fez bem, eu não acho isso errado, não acho certo tirar de você algo que te fez bem por ego, de querer te dominar... eu sei que me ama e sempre vai me escolher, eu também te amo e escolho te ver feliz, você sabe quem eu sou melhor do que ninguém, sabe que não sou mente fechada e que sou flexível quando bem conversado e eu refleti muito quando você me deixou...

Deixa Acontecer MacumbalmenteOnde histórias criam vida. Descubra agora