no carro do joão.
— ela parou o beijo. - disse antónio para carolina.
— O QUE? - carolina agarrou no telemóvel para mandar mensagem á constança.
no carro do tomás.
— eu sempre soube que não batias bem da cabeça. - constança comentou quando desligou o ecrã do móvel dela.
— podem parar? - encostei a cabeça ao vidro do carro.
— o que aconteceu? ele não te tinha beijado? - tomás perguntou a virar na rotunda.
— sim, mas eu parei. - coloquei as mãos no rosto.
— O QUE? - tomás gritou.
— não podemos ter nada. eu não sinto nada. e tenho a certeza que ele também não. então, eu parei. - justifiquei.
— em que parede é que bateste com a cabeça? jesus cristo. - constança e tomás estavam a sair do carro.
andei até á porta, antónio estava atrás de mim. mesmo atrás de mim. conseguia sentir o seu cheiro.
mas não falamos, foi cada um para uma casa de banho e depois cada um para os seus quartos.constança e carolina invadiram o meu, com batatas fritas, e gelado.
— vamos lá. porque é que pareste o beijo, ele beija mal? - constança abriu o gelado. distribuíndo uma colhar pra cada.
— não, ele beija bem. mas não é esse o problema. eu tenho vozes. na minha cabeça. e.. - coloquei as mãos no rosto bufando.
— estás arrependida? - carolina levou uma batata á boca.
— talvez. eu não sei. - levei uma colher com gelado á boca.
— hm. - carolina olhou para a porta muito pensativa.
— hm nada. amanhã não saio do quarto. que vergonha. - disse eu a imitar uma voz chorona.
— eu percebo. mas não vais ficar um dia sem comer. estás morta se o fizeres. - constança apontou para mim ameaçando-me.
— okay, eu percebi. - disse e alguém bateu á porta. abri os olhos. carolina pôs as mãos na boca e constança na cabeça. apontei para o armário e as mesmas entraram nele, fechando a porta. abri a porta e voltei a fecha-la. respirando fundo.
— anda lá megui. podemos apenas esquecer? - antónio disse e eu respirei bem fundo.
— podes te ir embora? por favor. - disse encostada na parte de dentro da porta.
— tudo bem. boa noite. - disse ele num tom triste. não respondi.
a carolina e a constança saíram do armário. eu estava quase quase a chorar, as mesmas perceberam e deram me um abraçinho. um abraçinho coletivo. não consegui conter as lágrimas. eu queria, eu realmente queria, mas ambos sabemos que não podemos.
as meninas hoje dormiram comigo. a cama era suficientemente grande. dormimos todas abraçadas e acordamos todas transpiradas, elas foram tomar banho no piso de baixo, eu fiquei pelo de cima, tomei banho e voltei para a minha rica cama. fiquei por lá, a manhã toda, não tinha coragem de encarar António depois do que lhe fiz. a carolina veio com o pequeno-almoço juntamente com constança porque sabiam que ia ficar o dia todo sem comer. mas rejeitei, não tinha fome absolutamente nenhuma. nenhuma mesmo. estava pronta para passar o dia todo no Tiktok , insta e a jogar jogos de tabuleiro com as minhas amigas. não encarava António por nada. era incapaz. estou com fome, muita fome, mas não consigo comer. junto as minhas duas almofadas e acabo por adormecer, acordo ás 18h da tarde, tenho a boca seca. ligo á constança a pedir que me traga um copo de água e a mesma traz.
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sem fôlego - antónio silva.
Romancemargarida e antónio têm um grupo de amigos, que ambos estão envolvidos. cujo as regras é não se poderem envolver com ninguém entre o grupo. antónio sempre teve uma panca por margarida mas margarida nunca reparou, pois pensava sempre que era impossív...