7.

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Acordei com ninguém ao meu lado, mas tenho noção do que fiz ontem. Carolina e Constança invadem o meu quarto a gritar.

ei ei, keep calm. - disse eu a vestir o pijama.

keep calm? tu papaste o antónio. - constança sussurrou para que mais ninguém da casa ouvi se. 

foi mais ele que me papou, mas prontos. - calçei os chinelos.

conta nos. - carolina implorou. sentei-me na ponta da cama a sorrir. as duas apoiaram as cabeças nas mãos. ri-me.

ele é bom com as mãos, ham, com a língua e é rápido. - carolina e constança abriram a boca.

o que dizeste na discoteca, é verdade? - constança sorriu safada.

olah se é. - ambas ficaram orgulhosas.  

agora é fazerem-no mais vezes. - abanei a cabeça com seu comentário, rindo-me.

descemos as escadas, estava lá joão e antónio, joão já estava consciente e já tinha tomado banho, pois estava com cabelo molhado, joao olhou para mim e depois olhou antónio. com um sorriso que era de sufocar, mordeu o lábio e riu-se, graças a deus joão não tinha reparado. 

é o nosso último dia. - disse com uma voz triste. cortei um pão integral na torradeira. esperei até as torradas saírem. estamos apenas eu e antónio na cozinha. o mesmo coloca os seus braços a cruzarem no meu pescoço.

bom dia. - sussurra ele no meu ouvido. mexo ligeiramente a cintura, o mesmo arfou pois estava mesmo colado a mim. 

bom dia. dormiste bem? - disse a tirar as torradas. o mesmo riu-se.

muito. e tu? - voltou a sussurrar. afastei-o com as costas quando senti os passos de alguém o mesmo percebeu e afastou-se, era joão, a perguntar quando é que ia jogar fifa com os outros.

já vou mano, dá-me dois minutos, vou tirar jolas. - disse ele sem tirar os seus olhos de mim. 

bom jogo. ainda bem que não jogas contra mim. - disse a barrar a manteiga nas torradas. ouvi um risinho e senti um beijinho na testa. depois ele saio da cozinha e o restante do meu trio maravilha entrou. 

owwwwww - imitiram este som. ri-me. 

estejam caladas. - disse a rir. 

ai antónio, fodji gostoso! - carolina disse e eu ri-me mais. levando as torradas á boca. elas também fizeram torradas e sentaram-se comigo. depois vieram os gajos a rirem-se e a gozarem com o joão, pelo que percebi tinha levado uns bons golos. como sempre, antónio não tirava os seus olhos castanhos de mim. sorri para ele e ele sentou-se na bancada á frente de nós, com o resto dos gajos. 

—  o que querem fazer no último dia? - perguntei. antónio tinha a resposta na ponta da língua, só não a podia dizer em voz alta. então olhou para mim com um sorriso malicioso e eu tentei não sorrir. 

podíamos ir á praia á noite, ou podemos simplesmente beber até cair. - tomás sugeriu e samuel acenou com a cabeça. 

gosto da segunda opção. - disse samu e antónio concordou. 

porque não fazemos os dois, compramos as bebidas e vamos á praia. - João disse. 

estou de acordo. primeiro arruma-mos as malas, para depois de manhã ser só sair depois de cada um tomar banho. - comentei. 

totalmente de acordo. - antónio disse e eu sorri para ele. ele devolveu o sorriso.

então vamos. - carolina levantou-se da bancada dirigindo-se ao seu quarto, depois fui eu e constança. o antonio seguiu-me até ao meu quarto, dando-me um beijo demorado. 

até já. - disse ele e eu começei a arrumar as minhas coisas. 

as coisas entre mim e antónio voltaram ao normal depois daquela noite. sabia-mos ambos que tinha-mos feito algo contra as regras, mas podíamos deixar este tipo de relacionamento, em segredo. desde que o joão não fique a saber, para nós estava tudo mais que bem.  

estou a acabar de arrumar as minhas malas. deixo o que ainda vou usar de fora, e desço para almoçar, mandaram vir sushi, adoro.

comi com o tónio ao meu lado, com a mão na minha perna, de vez em quando. quando acabamos de comer, fomos experimentar os matrecos que estavam lá fora, pois ficamos a saber da sua existência quando fomos para de trás do quintal. eu joguei com antónio e joão jogou com carolina. estávamos a perder tão mal, tivemos de trocar de posição, antonio ficava agora a defender e eu a atacar. consegui marcar 4 golos, ficando então 5-4. conseguimos ganhar á rasquinha. antónio levanta a mão para eu lhe dar um mais 5, porque acabamos de ganhar. joao com o seu mau perder de sempre revirou os olhos e não falou comnosco por umas boas horas. são 19 horas, vamos até ao carro do tomás, e antonio vai para o carro do joão, antes de entrar sorri para mim, retribui o sorriso com a mesma intensidade. ambos entramos em diferentes carros, estamos a ir agora comprar as bebidas, a esta hora, não costuma ter muita gente no supermercado então joao e tomás despacharam-se rápido. os carros voltaram a seguir o caminho até á praia. colocamos as toalhas a fazerem um circulo. eu levanto-me e ligo a coluna do samu. conectando-a ao meu telemóvel.
julinho ksd - popo. aos altos berros.

— dizaruma kaza pikena, nu faze kuza ti di manhan. - antónio disse com a cerveja na mão.

— popo jira dentu nha zona, ma sô ku gana di ben panha-m - samuel continuou.

— Nu ka tene tenpu pa perde tenpu ku kes sen tenpu ki krê para-m. - balançei o meu corpo com a cerveja na mão. joão levantou-se e foi dançar comigo.

— boka fedi, bu fika la, si é ka guita, bu fika la. Tudu xibu ki sta nha volta, bu jira, jira, bu sai pa la
Sai pa la, sai pa la, sen konviti bu fika la
Dentu zona kuzas sta kenti, bu ta entra li, bu ta sai pa la. - mexi-me no corpo no joão. o mesmo ria-se enquanto dançavamos. antónio não estava a gostar mesmo da situação. estava a olhar para todos menos para nós. larguei o joão e fui dançar com carolina.

— Como? Que mal habituados, motivo nada, aqui é só guito
É sô guito, é sô guito, dentu tuga N ta faze G's
Faze guita, fuck the police
Mi N ka ta perde tenpu ku enemies
N sta dexa pa la, puxa pa la
[?], Es ta fika ku raiva, raiva
Es ta fika ku raiva, raiva. - tomás cantou enquanto dançava com a constança.

— Kuidadu sô ku popo, popo, popo, popo
Popo, popo, popo
Popo, popo, popo, popo
Popo, popo, popo. - cantei e depois agarrei na mão de antónio para vir dançar. era a nossa música. até criamos uma ceografia. o mesmo sorriu. é tão bom relembrar os velhos tempos. acabamos a nossa ceografia e todos bateram palmas e as miúdas fartaram-se de gritar. pus o cabelo para baixo, apertando-o. quando voltei para cima pus a língua de fora.
abri uma cerveja e bebi três goles seguidos. tinha a minha playlist ainda a tocar.

DANÇA KUDUUUUURO. - constança e eu gritamos. ela agarrou-me pelos braços puxando-me para ao pé da coluna, onde tinhamos bastante espaço para fazer a dança típica de portugal. começamos a fazer os passos, carolina juntou-se pouco tempo depois. joão tentou imitar-nos. fazendo-nos rir. antónio a achar que era fácil, aderiu também. tomás acompanhou perfeitamente. e samuel ficou apenas a olhar, a rir-se dos gajos estarem a tentar a imitar.
por fim joão pegou o jeito, só antónio é que não. retirei um pouco para lhe tentar ensinar. e o mesmo conseguio chegar lá. ri-me tanto. ficamos a fazer os mesmos passos até a música acabar, samuel acabou por entrar com joão a explicar-lhe os passos. juntamente com antónio.
a nosso último dia em espanha. foi simplesmente incrível.

sem fôlego - antónio silva.Onde histórias criam vida. Descubra agora