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a luz que vêm da janela do meu quarto, vêm-me aos olhos. fazendo-me tapa-los com o meu braço, levanto-me e fecho a cortina, e olho para o redor do meu quarto. antónio já não está lá, muito menos a sua roupa. olho para a minha cama, e nem um bilhete têm. suspirei fundo e lavo a cara e pentei-me. coloco os fones de ouvido e faço o pequeno almoço. danço enquanto o pão está a torrar. enquanto isso, abro o frigorífico e tiro o leite e coloco numa caneca pequena que tenho no armário.
pousei a caneca e coloco o leite, colocando- de volta ao frigorífico. fecho-o e tiro o pão que não está muito torrado, porque não gosto que torre muito. tirei-as torradas e coloquei num prato, volto a abrir o frigorífico para tirar a manteiga e barra-la no pão. depois levei tudo para a mesa da sala. liguei a televisão que só falava de nós. coloquei desenhos animados. porque não tinha mais nada interessante para além de notícias da minha vida privada. olho para a janela e tenho uma carrada. mesmo uma carrada de jornalistas á minha porta. volto a fevha-la e suspiro mil vezes.
é tudo culpa do antónio. bem, também tenho uma certa culpa.
agarro no meu telemóvel e ligo á constança, margarida e para a carolina. todas de uma vez, numa video chamada. eu não digo nada, apenas apontei a câmara para a entrada da minha porta.

vais com o teu príncipe encantado ao colombo de mãos dadas, queres o que? - diz margarida que estava a comer um iogurte. eu suspirei e voltie a câmara para mim.

ainda por cima, temos uma viagem para fazer, até ao algarve. - carolina diz a beber leite.

girl, estás mesmo fodida. - constança riu-se. eu suspirei novamente.

é por isso que vos estou a ligar. conseguem ajudar? - digo com as mãos na cabeça.

eu não me meto nisso. - margarida diz. eu suspirei.

eu estou a ir. - constança diz. e carolina também diz que vai. alguém bate á porta 10 minutos dpeois. vejo pela lupa que é a carolina e constança. abri a porta e elas entraram rapidamente. depois fechei-a e tranquei logo a seguir.
suspirei junto á porta.

vamos ter que passar por ali. sabes disso. ou não vamos estar presentes no jogo do teu namorado. - constança diz a cruzar braços.
ele não é tecnicamente meu namorado. suspirei fundo acalmando-me.

eu sei. eu preciso de me vestir porque já vi que já estão vestidas. - ambas têm calças de boca de sino, azuis, e a camisola do benfica, a principal, a vermelha. elas ficam lá em baixo e eu visto-me. aliso o cabelo, e coloquei uns brincos.
depois desci e calçei os meus adidas samba. tenho a minha mala, pronta para dormir num hotel no algarve, por uma noite. elas também a têm.  respirei bem fundo enquanto agarrava nas chaves, pronta para enfrentar jornalistas malucos para saber o que se está a passar. abro a porta e elas seguem-me, entro no meu carro, carolina no dela, constança no dela. margarida acaba de chegar, e vamos as quatro de carro. eu vou á frente, finalmente já não avisto mais jornalistas. são mais ou menos 2h30 até ao chegarmos ao destino, algarve. estacionamos as coisas no hotel que reservamos, colocamos as coisas nos quartos, vestimos bikinis e fomos apanhar uns bons bronzes. levamos toalhas e cervejas. e ficamos por lá, depois almoçamos num sítio bonito e paramos numa rua para eu tirar as fotos às meninas. depois fomos no meu carro até ao estádio onde decorria o jogo. chegamos mais ou menos às 19h30. o jogo começa daqui a meia hora. com o fulham.
vejo antónio a sair do túnel com o tomás. e mais um gajo da equipa. eu, edgar, carolina, margarida e a constança estamos do lado direito do estádio, nas bancadas. demasiado á frente.
joão troca de olhares comigo quando se senta ao lado de margarida, depois de comprimentar toda a gente, menos a mim. eu acabo de o quebrar. olhei para antónio. que retirou os seus olhos de mim. joão passa para o banco vazio ao meu lado. fazendo-me ferver por dentro. de tão nervosa que estou. suspirei fundo e concentrei-me no antónio.
mas esperem ai, porque é que ele está nas bancadas?

já sabes se vais para o psg? - margarida pergunta. ah, ok.
ao perguntar isto, vê-se que margarida acaba de interromper os pensamentos tão interessantes do joão. falando de assuntos importantes,
o antónio.
não vai começar a titular. grande ero, alemão maluco.
vejo isso na página do benfica. o onze inicial.

o antónio não está a titular. - digo.

porque é que achas que não está? devido á merda que fez no jogo com a geórgia. - joão diz. eu olho para ele.

oh, claro. e tu és o melhor. - digo a cruzar os braços. joão deu de ombros.

volto a concentrar-me no jogo, que está a ser uma seca sem o antónio a jogar. e começa a ficar irritante quando o jogador do fulham recupera a bola e dirigiu-se á baliza.
oh esperem, ele acabou de marcar aos vinte minutos. meto as mãos á cara. antónio está a falar algo com o tomás. no banco. pouco tempo depois, eles entram no pequeno túnel que dá acesso ao balneário.
estamos no intervalo e aproveitamos para ir comprar bebidas e eu pipocas. joão não para de olhar para mim.

guida. posso falar contigo? - joão aproximou-se cuidadosamente. eu suspirei fundo, agarrei no pacote das pipocas e virei-me para ele.

não. porque sei o que vais dizer. - digo. joão suspira. eu dou um pequeno encontrão e volto a sentar-me. abro a garrafa de água que comprei e bebo três goles seguidos.

dá ai uma beca. - margarida diz. eu passo a garrafa e ela dá alguns goles.

— guida. eu preciso mesmo. - joão diz. eu suspirei.

eu estou a ouvir. - levo algumas  pipocas á boca e recebo a minha garrafa de água da margarida. e coloco-a entre as pernas.

o antónio disse-te alguma coisa, sobre.. - joão começou.

de um dos vossos segredos? sim. - e eu acabei. ele olha para o estádio. antónio acabou de entrar. pego no telemóvel e começo a gravar. depois paro a gravação e coloco o telemóvel  nas pernas.

eu. realmente. gosto de ti. e estou a pensar em acabar com estas merdas. sabes. - diz joão. eu suspiro.

eu. estou com o antónio. sabes. eu também gosto bastante de ti. mas não dessa maneira. - digo. joão volta para ao pé da margarida. sem me dizer absolutamente nada. foi o melhor. tento procurar o número 4.
e encontrei. está com a bola, e acabou de ser levado ao chão por um fulham. levanto-me e assobiei.
que merda é esta? - gritei.

antónio levanta-se. e chuta a bola onde sofreu a falta. o jogo segue. sem qualquer cartão. irritante.
que até nos jogos de pré-época nos conseguem prejudicar. um penálti que devia ser marcado por nós, não aconteceu. a maior parte do estádio está toda a reclamar e com razão.

o homem que deitou inicialmente o antónio ao chão, deita-o mais uma vez. e não leva qualquer amarelo.
estou a passar-me.
e mais uma vez, antónio está a ficar furioso. o homem segue com a bola. antónio corre até ela e faz falta, derrubando o jogador.
eu sorri maliciosa.

é disto que falo! vamos pá. - grito.
antónio ouve-me e sorri de volta para mim. e que sorriso.

o jogo de hoje, não correu, mesmo nada bem. é hora de apoiar antónio.
que saí do balneário e dá-me um beijo em frente de todos. todos do grupo, incluindo joão.
margarida e as meninas não perdem tempo, batem palmas e assobiam. eu ri-me a corar. antónio sorri e mete o braço pelo meu ombro.
e leva-me no seu carro até á minha, ou á sua casa. antónio não está muito furioso com o resultado, pelo que parece. aliás, é um jogo que ainda não conta para absolutamente nada. ele para o carro no meio da rua.

tás maluco? - gritei.

queres ir a uma discoteca? depois de me vestir. podemos convidar o resto da malta. se quiseres. - antónio diz. eu arqueei as sobrancelhas.

uma discoteca depois de uma derrota? - disse a sorrir. ele deu de ombros.

porque não? não contou para nada. - diz ele. eu sorri novamente.

vamos. - ligo para a malta toda. e todos concordaram. antónio deixou-me no hotel em que eu e as meninas estavamos e ele foi para o hotel em que os jogadores de equipa estavam. arranjamos-nos e saimos do hotel. direitas para a discoteca.

sem fôlego - antónio silva.Onde histórias criam vida. Descubra agora