Capítulo 1: As Noites Escuras no Orfanato São José

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Thammy, uma menina de apenas 10 anos, recém-chegada ao Orfanato São José, não tinha como saber que os dias que se seguiram à sua chegada seriam os mais difíceis de sua vida. Com um coração ainda cheio de esperança, ela adentrava aquele lugar que deveria ser um lar, mas que logo se revelaria um ambiente hostil e implacável.

Dividia o quarto com duas gêmeas de 15 anos, Carla e Carol, que, desde o primeiro instante, mostraram-se insuportáveis. As meninas pareciam ter prazer em tornar a vida de Thammy um verdadeiro inferno. As duas já estavam no orfanato há anos e conheciam todos os segredos e atalhos daquele lugar, enquanto Thammy mal sabia onde ficava o refeitório.

Todas as noites, Thammy segurava forte seu bichinho de pelúcia, um ursinho marrom de olhos tristes, seu único consolo. O ursinho tinha um nome, Caramelo, e era o único amigo que Thammy podia confiar. Thammy ainda fazia xixi na cama sempre que tinha pesadelos, algo que se tornava mais frequente com o passar dos dias. As gêmeas logo descobriram esse fato e começaram a usá-lo contra ela.

Certa noite, após um dia particularmente difícil em que as gêmeas a haviam ridicularizado na frente das outras crianças, Thammy adormeceu segurando Caramelo ainda mais forte. Seus sonhos logo se transformaram em pesadelos, e o inevitável aconteceu. Acordou sobressaltada no meio da noite, sentindo a cama molhada e o rosto encharcado de lágrimas. Antes que pudesse pensar em uma solução, Carla e Carol já estavam acordadas.

— Olha só! A bebê fez xixi na cama de novo! — zombou Carla, acendendo a luz do quarto e rindo.

— Que nojo, Thammy! — Carol acrescentou, fazendo uma careta exagerada. — Você é mesmo patética!

As freiras, responsáveis pelo orfanato, não admitiam comportamento infantil. Para elas, Thammy deveria ser punida. A irmã Maria, uma mulher de olhar severo e pouca paciência, foi chamada pelas gêmeas.

— Irmã Maria! Thammy fez xixi na cama de novo! — gritou Carla, eufórica.

A freira entrou no quarto com passos firmes, seu olhar desaprovador pousou sobre Thammy. Sem esperar explicações, pegou-a pelo braço e a conduziu até o banheiro, ordenando que ela mesma limpasse a sujeira.

— Meninas grandes não fazem isso! — repreendeu a freira. — Você precisa aprender a se comportar.

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Thammy começou a limpar o colchão. Sentia-se humilhada e sozinha. Nem as outras crianças, nem as freiras mostravam qualquer compaixão. As gêmeas assistiam a cena de camarote, com sorrisos cruéis nos rostos.

Os dias passavam lentamente no orfanato. Thammy continuava a ser alvo das gêmeas e das severas punições das freiras. Sua única companhia era Caramelo, que ela abraçava todas as noites, tentando encontrar um pouco de consolo naqueles olhos tristes de pelúcia. Embora chorasse facilmente, Thammy tentava se manter forte, acreditando que um dia, de alguma forma, as coisas poderiam melhorar.

Mas naquele momento, enquanto limpava a cama, tudo o que sentia era a desesperança de uma criança que parecia não ter ninguém no mundo.

O orfanato desafiador de ThammyOnde histórias criam vida. Descubra agora