Nos dias que se seguiram, Thammy percebeu claramente a mudança na forma como era tratada no orfanato. A nova rotina imposta por Carla, Carol e a irmã Maria tornou sua vida ainda mais difícil e humilhante. A rigidez nas regras e a vigilância constante das gêmeas a deixaram sem um momento de paz.
A manhã começou com as habituais provocações e trocas de fralda, mas agora havia um tom mais severo em tudo. As freiras, seguindo as sugestões das gêmeas, começaram a aplicar as novas regras de maneira inflexível.
— Thammy, você deve pedir para ir ao banheiro de maneira adequada — repetia a irmã Maria. — E somente com supervisão.
Cada vez que Thammy precisava ir ao banheiro, ela era forçada a pedir permissão com palavras infantis, o que a fazia sentir-se ainda mais humilhada.
— Irmã Maria, Thammy quer fazer pipi — dizia, a voz trêmula.
— Muito bem, Thammy, mas lembre-se das regras — respondia a freira, com um olhar severo. — Carla, Carol, acompanhem-na.
As gêmeas, sempre presentes, garantiam que Thammy não tivesse nenhum momento de privacidade.
Durante as refeições, as provocações continuavam. Thammy era alimentada como uma criança pequena, com Carla e Carol fazendo questão de zombar dela a cada mordida.
— Abra a boquinha para o aviãozinho! — provocava Carla, enquanto empurrava a colher de mingau na direção de Thammy.
— Isso mesmo, bebezinha, coma tudinho para ficar forte! — acrescentava Carol, rindo.
As atividades diárias de Thammy também mudaram. Além das aulas, agora ela tinha que realizar tarefas de limpeza sob a supervisão das gêmeas. Esfregar o chão, limpar os banheiros e organizar os quartos eram atividades que lhe foram atribuídas, sempre acompanhadas de comentários maldosos.
— Certifique-se de que está bem limpo, Thammy. Não queremos que nossa bebezinha viva na sujeira — dizia Carla, observando-a de perto.
— Isso mesmo, trabalhe bem! Quem sabe assim você aprende a se cuidar melhor — zombava Carol.
Thammy sentia-se cada vez mais exausta e desmoralizada. A rigidez das novas regras e a constante supervisão das gêmeas tornavam impossível para ela encontrar um momento de descanso ou dignidade. Até mesmo durante os momentos de recreação, as gêmeas garantiam que ela fosse tratada de maneira infantil.
— Vamos brincar de roda, Thammy! — dizia Carla, puxando-a para o meio do pátio.
— Isso mesmo, bebezinha, divirta-se! — acrescentava Carol, incentivando as outras crianças a rirem e participarem da humilhação.
As noites, que antes ofereciam um breve alívio, agora também eram preenchidas com medo e ansiedade. Cada troca de fralda era acompanhada de zombarias e risos, e Thammy tinha dificuldades para dormir, temendo o que o dia seguinte poderia trazer.
Uma noite, enquanto estava deitada na cama, Thammy abraçou Caramelo e murmurou:
— Eu não sei quanto mais posso aguentar, Caramelo. Mas eu vou tentar ser forte. Por você, eu vou tentar.
A presença do ursinho era sua única fonte de conforto em meio ao caos. Thammy sabia que precisava encontrar forças dentro de si para sobreviver a cada dia, mesmo quando tudo ao seu redor parecia destinado a quebrá-la.
Fim do Capítulo 19
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O orfanato desafiador de Thammy
Teen FictionConta a história de uma garota chamada Thammy. Ela tem 10 anos, vive em um orfanato e divide o quarto com duas gêmeas de 15 anos insuportáveis. Thammy é recém-chegada ao orfanato e ainda faz xixi na cama sempre que tem pesadelos. As gêmeas decidem f...