11. "Até!".

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Por volta das sete da manhã Kim Taehyung estava na sala de casa sentado no sofá comendo cereal com leite de banana, Baby Eun-ho ainda estava dormindo.
Quando Sooyan saiu do banheiro social e atravessou a sala indo em direção a sua bolsa sobre a mesa de centro do cômodo, V estava prestes a abocanhar a colher, mas perdeu o rumo quando a viu e derramou o leite de volta na tigela, sua mão perdeu a firmeza e ele soltou a colher, que emitiu um som fino ao cair na tigela; Sooyan o olhou, ele estava boquiaberto a admirando.
— O que foi? — ela perguntou entre um riso acanhado.
V piscou várias vezes seguidas e não conteve o nervosismo.
— Nossa, você está... muito... linda.
Sooyan sorriu sem jeito desviando o olhar.
— Eu vou chegar mais cedo hoje. — ela disse. — Eu estava pensando em levar o Eun-ho para dar uma volta.
V demorou a responder, ainda estava hipnotizado com tamanha beleza da garota naquele vestido de latex preto, com alças finas e decote em V nas costas. O comprimento era nos joelhos, e acompanhado de um salto preto ficava ainda mais elegante, o cabelo solto repartido de lado e jogado no ombro esquerdo.
— V! — ela chamou o tirando do transe.
V piscou e balançou a cabeça.
— Desculpa, eu... O que... você perguntou?
Sooyan suspirou revirando os olhos.
— Não perguntei nada, eu disse que estava pensando em levar o Eun-ho para dar uma volta.
— Ah, eu esqueci de falar com você. — V se levantou e se aproximou da garota. — Eu vou precisar sair para resolver umas coisas com o Namjoon hoje, queria poder levar o Eun-ho, mas não dá.
"Que bom", ela pensou.
— Que pena. — ela disse. — Eu peço para o Hyunjin vir ficar com ele até um de nós chegar, não tenho muito para resolver hoje, então não vou demorar.
— Também espero chegar cedo. — disse V. — Amanhã eu já começo o serviço militar, quero aproveitar o pouco tempo que me resta com... ele.
— Ahn, passou tão rápido. — ela comentou com um desânimo. — Volto para NY depois de amanhã, até você concluir o serviço eu posso me organizar para vir de de férias.
V sorriu com leveza e brilho nos olhos.
— Isso seria incrível.
Sooyan sorriu igualmente.
— Como o Namjoon está? — ela perguntou. — Depois daquele dia a Yuh disse que as coisas esfriaram entre eles.
V suspirou desviando o olhar.
— Ele disse estar bastante decepcionado, que não consegue confiar mais nela. Não sei se eles vão se entender.
— É uma pena. — disse Sooyan sentindo realmente uma tristeza. — Ela parecia gostar muito dele, tentei fazer ele entender que ela não fez nada além do que eu pedi.
— Então era um sentimento recíproco. — disse V. — Mas é difícil continuar depois que a confiança é quebrada.
Sooyan franziu os lábios e suspirou culpa.
O celular da garota tocou recebendo uma ligação, era Sr. Manson.
— Eu preciso ir. — ela disse a V. — Falo com o Hyunjin no caminho.
— Tenha um bom dia. — disse V acenando.
Sooyan pegou sua bolsa, acenou para ele e foi em direção a porta.
— Oi, Sr. Manson, como vai? — ela pausou para ouvir o homem dizer algo do outro lado. — Estou indo agora mesmo para a reunião com o cliente americano e o gestor financeiro da sede coreana. Parece que vamos fechar o negócio, todos estão muito empolgados com a expansão.
Ela saiu, e na portaria do prédio pediu o táxi.
Enviou uma mensagem para Hyunjin se desculpando por não ter conseguido um tempo para vê-lo nos últimos dias, e perguntou se ele poderia ficar com Baby Eun-ho por algumas horas até depois do almoço, ele respondeu que não via problemas e que estava morrendo de saudades do pequeno. Sooyan enviou para ele o endereço de V e agradeceu, prometendo chegar pouco depois do meio dia.
Quando a garota chegou a sede, seguiu para a sala de reunião, onde encontrou Dong-Seok e os demais participantes.
Dong-Seok mal conseguiu prestar atenção em alguma coisa, estava hipnotizado pelas curvas da garota naquele vestido preto que desenhava sua silhueta - ele não foi o único. As costas nua dela fez ele sentir uma pulsação exótica em sua parte inferior, de baixo da mesa. Quando algo lhe era questionado ele mal sabia o que responder, e a garota sabia o motivo, ela ria internamente e tomava a atenção de todos com a resposta que deveria ter sido dita pelo rapaz.
— O que estava pensando quando saiu de casa com essa roupa hoje cedo? — Dong-Seok sussurrou para a garota quando estavam no fundo do elevador saindo do restaurante após o almoço com o cliente e o gestor financeiro.
Sooyan sorriu de canto sem que ele visse e inclinou o rosto para o lado ao responder para que ninguém mais ouvisse.
— Causar uma boa impressão no nosso cliente.
— Acho que sua intenção era outra. — ele sussurrou. — Gosta de se sentir desejada?
— Se fosse um vestido vermelho, talvez. — ela respondeu da mesma forma.
— Não consegui me concentrar. — ele sussurrou, levantou um dos braços por trás da garota e tocou sua pele deslizando a ponta dos dedos com leveza do meio das costas até o quadril. — Tem ideia das das coisas que pensei fazer com você naquela mesa, na frente de todos?
Sooyan estremeceu e se contorceu ao seu tocada, ela arfou em silêncio por um momento e se retraiu engolindo o suspiro.
Dong-Seok sorriu de canto e cruzou as mãos para frente depois que notou a reação que desejava ver.
Quando o elevador abriu, as pessoas nele desceram, Sooyan saiu antes de Dong-Seok, que a assistiu desfilar por poucos segundos, logo a seguiu.
— Quer uma carona? — ele perguntou caminhando ao lado dela.
— Eu vou chamar um táxi. — ela disse.
— Está com medo de mim? — ele riu abafado.
— Eu deveria ter? — ela parou na portaria do local e se virou para ele.
— Talvez. — ele disse, enfiando as mãos nos bolsos.
Sooyan estreitou os olhos o olhando e pensou por um momento, ela franziu as sobrancelhas.
— Dong-Seok, você é sádico?
Dong-Seok murmurou um riso abafado desviando o olhar para baixo.
— Não.
— É o que então? — ela insistiu não convencida da resposta. — Por que pelas coisas que você diz... assustam um pouco.
Dong-Seok a olhou.
— Eu deixo você assustada?
— Para de enrolação. — ela disse.
Ele riu abafado mais uma vez.
— Eu tenho gostos... peculiares. — disse. — Gosto de receber e causar certas sensações.
Sooyan analisou.
— Então você é sadomasoquista?!
Rapaz apenas mexeu a sobrancelhas e balançou a cabeça de lado.
Sooyan suspirou.
— Olha, você consegue me surpreender cada vez mais.
Dong-Seok piscou para ela.
— Vai me deixar te dar uma carona ou não?
Sooyan olhou para ele e contorceu os lábios em um sorriso cerrado.
Por fim, ele a levou para casa, e parou o carro no estacionamento. Diferente das outras vezes ele saiu do carro e deu a volta abrindo para ela a porta do carona.
— Quanto cavalheirismo. — disse Sooyan com um tom irônico ao sair do veículo. — Abre a porta para toda mulher que entra no seu carro?
— Só as que eu quero levar para cama. — disse Dong-Seok fechando a porta e ficando na frente da garota; perto de mais.
— Você está perto de mais. — ela disse e deu um passo para trás.
Dong-Seok segurou Sooyan pela cintura e a puxou para perto, ela colocou as mãos no peitoral do rapaz quando foi puxada para evitar um impacto.
— O-q... O que você está fazendo? — ela perguntou nervosa pela aproximação.
— Da última vez que estivemos tão perto assim você afundou o rosto no meu peito.
Sooyan olhou para cima, Dong-Seok era alto de mais, vê-lo tão perto a deixou nervosa a ponta de sua garganta secar.
— Não porque eu quis. — ela disse.
— E quando você querer? — ele perguntou a olhado fixamente. — Espero que fiquemos tão perto um do outro que eu acabe dentro de você.
Sooyan estremeceu, e o rapaz sentiu isso, e a percebeu engolir a seco, ele sorriu maliciosamente.
— Será que você pode voltar a ser o Dong-Seok gentil de NY? Essa sua versão em solo coreano não me agradou muito.
— Se não te agrada porque ainda não me pediu para te soltar?
ÓBVIO! Por que não?
Ela ainda estava com o corpo colado no dele, que a segurava pelo meio, as mãos dela sobre o peitoral do rapaz, seus olhos pousaram nos lábios dele.
— Faça-me o favor. — ela se afastou, e ele enfiou as mãos nos bolsos ainda com o sorriso de canto. — Você não existe mesmo.
— Já que vai me dispensar mais uma vez eu vou embora. — disse Dong-Seok dando a volta no carro. — Quer dar uma volta amanhã?
— Já tenho planos. — ela disse. — Mas se puder me buscar para irmos juntos para o aeroporto, eu ficarei muito grata.
O rapaz abriu a porta do carro.
— Eu posso sim, mas vou cobrar por esse serviço.
— A depender do que me custe... — Sooyan sorriu de canto de forma tentadora e deu-lhe as costas indo em direção ao elevador.
Dong-Seok riu em silêncio olhando a garota se afastar, ela sabia muito bem como provoca-lo.

Por volta das dez da manhã, Sooyan estava encostada na soleira do quarto de braços cruzados.
— Anda logo, você já deveria ter saído!
Sentado na ponta da cama com seu uniforme camuflado e boina, V admirava e despedia-se em silêncio de Baby Eun-ho adormecido na cama envolvido em uma manta de crochê branca.
Ele se debruçou e deu um leve beijo na tempora do bebê, então se levantou e seguiu para a sala passando pela garota.
— Não sei se vou aguentar ficar tento tempo longe dele.
— É claro que vai. — disse Sooyan encostando a porta do quarto e seguiu para a sala , perto do rapaz. — Mantenha-se sempre focado no trabalho, o tempo vai passar depressa, você vai ver. Agora anda logo, você vai se atrasar.
V pegou uma mala/bolsão camuflado em cima do sofá e suspirou.
— Lá vou eu. — ele disse um tendo nervoso.
Eles foram em direção a porta e V parou com a mão na maçaneta, ele se virou para Sooyan que parou um pouco atrás no corredor e encostou na parede de braços cruzados.
V sorriu levemente para ela.
— Obrigada por ter trazido ele até aqui. — ele pausou. — Sem dúvida foram os melhores dias que já vivi.
Sooyan sorriu.
— Não tem que me agradecer, também tem direito de tê-lo perto.
V suspirou a olhando.
— Foi bom ver você também.
A garota sentiu como uma faísca de luz em seu peito, ela apenas sorriu contatando os lábios.
— Até daqui um ano e meio. — disse V.
— Até daqui um ano e meio. — Sooyan retribuiu.
V ficou a encarando por alguns segundos, se despedindo em silêncio, mas logo girou a maceta e abriu a porta.
Quando deu o primeiro passo para fora da soleira ele parou, sentiu como um ímã o atraindo, o forçando a ficar por ter se esquecido de algo; se sentiu incompleto.
Sooyan afastou da parede, sentiu seu corpo aquecer, por mais que tivesse ficado tanto tempo longe e odiando o rapaz, ela não queria sentir mais aquelas sensações negativas a respeito dele - ou talvez já não sentisse.
V olhou por cima do ombro e logo se virou olhando para a garota ainda parada no corredor.
Sooyan sorriu levemente e fez um gesto de expulsão com a mão.
— Sai logo daqui, quer chegar no exército recebendo punição por ter se atrasado no primeiro dia?
V sentiu como um impulso elétrico percorrer todo o seu corpo, seu coração disparou, a garganta secou e ele sentiu seu corpo tremer, assim ficando ofegante.
Ele soltou a mala e tirou a boina a jogando no chão.
— Que se foda o exército.
V foi em direção da garota e a puxou com uma mão na cintura e outra pela nuca, ele colou seus lábios nos dela deixando aparente todo o desejo por aquela ação, que quis realizar desde que a viu em sua porta a duas semanas atrás.
Quando Sooyan foi puxada e beijada, sua única reação foi segurar o rosto de V entre as mãos e retribuir o beijo.
Ambos partilhavam das mesmas sensações;
Coração acelerado...
Respiração ofegante...
Corpo febril de desejo...
V encostou Sooyan contra a parede, seu corpo colado no dela, um beijo molhado e frenético...
Ela deslizou as mãos pelo corpo dele e começou a desabotoar seu uniforme depois de longos segundos sendo beijada, ele deslizou as mãos por dentro da blusa dela e apertou sua cintura; Sooyan soltou um leve gemido como um suspiro entre o beijo ao ser apertada.
Com os botões da farda de V totalmente abertos, Sooyan puxou a camisa branca dele para fora da calça, V deslizou beijando o pescoço da garota.
Quando Sooyan deslizou as mãos para a fivela do cinto de V na intenção de abri-lo, ela ouviu um choro infantil e arrastado vindo do quarto.
V parou de beija-la o pescoço, mas continuo com o rosto ali, ofegante.
A respiração ofegante de ambos foram se acalmando, e o rapaz se afastou um pouco deixando de pressiona-la com tanta força na parede.
Sooyan fechou os olhos e suspirou.
"Que droga", ela pensou. E V também.
Talvez tivesse sido melhor assim, que o que estava prestes a acontecer tivesse sido interrompido.
— É o Eun-ho. — ela disse o óbvio.
V se afastou cabisbaixo e olhou seu roupa amassada, ele murmurou um riso abafado de nervoso e passou o polegar nos lábios.
Sooyan abaixou a sua blusa que estava suspensa e também passou o polegar nos lábios.
V começou a fechar os botões de sua camisa e olhou Sooyan, depois desviou o olhar em direção a porta do quarto.
— Eu não vou me despedir de novo. — ele disse, e voltou o olhar para a garota. — Se eu tiver que fazer isso não vou conseguir sair daqui. Ainda mais agora.
Sooyan balançou a cabeça sem jeito, e sem acreditar no que havia acabado de acontecer.
— E-eu acho melhor você ir.
V suspirou e pegou sua boina e mala do chão, ele olhou para Sooyan e deu um leve sorriso. Caminhou novamente em direção a saída, segurou a maçaneta pelo lado de fora, e antes de fechar a porta deu uma última olhada na mãe de seu filho.

v2 - Not Celebrity • Want You StayOnde histórias criam vida. Descubra agora