31. "Surpresas", e surpresa.

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Quando Sooyan abriu os olhos, sua primeira visão foi V adormecido ao seu lado, a luz do sol amenizada pela cortina chegava sutilmente a cama, e alguns raios tocavam a pele dele a fazendo brilhar.
Ela sorriu consigo mesma o admirando.
Tiveram uma incrível noite de amor, repleta de declarações, como nenhuma outra noite entre eles havia sido.
Ela estava um tanto preocupada, mas estava bem, estava feliz e se sentindo incrivelmente completa, não era a primeira vez que dormiam juntos com seu filho, mas daquela vez era diferente.
Ela se aconchegou no ombro de V e sentiu ele se esticar; ele ronronou como um gato preguiçoso e sentiu a garota ao seu lado, ele sorriu levemente sem abrir os olhos.

– Bom dia

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– Bom dia. – ele disse, a voz rouca e grave fez a garota estremecer.
– Bom dia. – ela sussurrou deitadinha no ombro dele.
– É possível que eu esteja em um sonho? – V perguntou.
Sooyan riu silenciosamente.
– Sinceramente, ainda estou tentando descobrir. – ela respondeu.
– Tenho medo de abrir os olhos e vocês não estarem realmente aqui. – disse V.
Sooyan ergueu o tronco se apoiando no cotovelo e o olhou.
– Não vai se arrepender se abri-los. – disse ela. – Confia em mim.
V alargou o sorriso fechado e abriu os olhos devagar, no começo a claridade não permitiu que ele enxergasse logo com nitidez, mas não demorou a ver Sooyan encantadora o olhando.
– Uau. – ele suspirou. – Acho que morri dormindo e cheguei no céu.
Sooyan riu abafado e abaixou a cabeça.
– Deixa de bobagem. – ela disse. – Vou preparar um café da manhã para nós, o Eun-ho não vai demorar de acordar.
Ela levantou o lençol e virou pondo as pernas para fora de cama, quando se levantou V a segurou pela mão e a puxou de volta, ela caiu sentada e reclinou rindo se virando para ele.
– O quê?
– Não vai me dar um beijo de bom dia? – ele perguntou.
Ela colocou a mão na frente da boca.
– Acabei de acordar, ainda não escovei os dentes.
– Para com isso. – ele disse e segurou no pulso dela afastando a mão da boca. – Não deve estar tão ruim assim.
Sooyan se inclinou e colou os lábios nos dele, logo suas bocas se encaixarem e suas línguas roçaram timidamente algumas vezes; eles finalizaram com um selinho.
– É... – V passou a língua entre os lábios duas vezes de um lado a outro, ele suspirou.
– O que foi? – Sooyan perguntou.
O rapaz franziu o cenho.
– Está tão ruim assim, sim.
Sooyan riu abafado e deu um tapa no ombro dele, obviamente era brincadeira, mas não deixou de ser constrangedoramente engraçado.
Ela se levantou e foi para a cozinha, ela preparou o café da manhã e a mamadeira e fruta amassada do bebê, que acordou logo em seguida, ela chamou V e eles comeram como uma família feliz.
Mais tarde, ainda sendo manhã, eles tomaram banho e V vestiu a mesma calça e camisa social, já que não tinha outra roupa ali, Baby Eun-ho adormeceu e eles foram para o quarto, colocaram o bebê no carrinho deitaram na cama.
– Caramba, eu me sinto tão cansado. – comentou V.
– Não é para menos. – disse Sooyan deitada usando o peitoral dele como travesseiro. – Ficamos a noite toda acordados.
– Você me fez ficar acordado! – disse V.
– Eu? – Sooyan questionou surpresa e riu. – Você que não me deixou dormir.
– Ah, eu estava com saudade. – ele disse. – Vai me julgar só por que eu transbordei de amor?
Sooyan apoiou a mão no peitoral dele e ergueu o tronco o olhando.
Ela ergueu as sobrancelhas sorrindo.
– "Transbordou de amor", é?
– Ah, para com isso. – ele abraçou a garota pelo meio, e girou na cama a pondo no acolchoado e ficando por cima dela.
Enquanto ela ria ele dava beijos pelo rosto dela.
O som da campainha seguido de três batidas chamou a atenção dos dois.
– Está esperando alguém? – V perguntou olhando Sooyan.
– Não. – ela disse. – Deve ser a Thória, que esqueceu a chave outra vez.
Sooyan se levantou e foi até a porta, pela câmera da fechadura ela viu que não era Thória, e suspirou antes de abrir.
– Oi. – ela disse.
– Oi. – disse Dong-Seok do lado de fora. – Eu te liguei algumas vezes, e você não atendeu. Eu fiquei... preocupado.
Do quarto V ouviu alguém falando, ele se levantou e chegou mais perto da porta do cômodo para identificar a voz.
– Fala sério. – pensou alto. – O que esse cara está pensando?
V começou a desabotoar a camisa e a tirou por completo, ele bagunçou mais o cabelo e ficou a espreita esperando um momento.
– Ah, eu coloquei o celular no silencioso ontem e esqueci de tirar. – disse Sooyan. – Mas está tudo bem, desculpa não ter avisado que não iria hoje para o trabalho.
– Não tem problemas, você tem trabalhado de mais. – disse o rapaz. – Mas está tudo bem mesmo?
– Uhum, está sim. – ela murmurou positivamente e assentiu.
V saiu do quarto e foi até a sala, parou perto de Sooyan e abraçou por trás.
– Melhor impossível, não é? – ele deu um sorrisinho malicioso e beijou o cabelo da garota enquanto olhava atravessado para o rapaz do lado de fora.
Dong-Seok percebeu V se aproximando sem camisa logo que saiu do quarto e sentiu um back no peito, ele se sentiu extremamente incômodo e desacreditado, se estava tão a vontade sem camisa e com o cabelo bagunçado daquele jeito significava que havia passado a noite ali, e pela abordagem para com a garota significava muito mais.
Ele olhou para Sooyan que franziu os lábios e desviou o olhar, um tanto desconfortável e constrangida, para o lado.
– Que bom! – mentiu olhando V e olhou Sooyan. – Nós... podemos falar um momento?
– Será que ele não quer entrar um pouco? – V perguntou a Sooyan olhando ironicamente ao rapaz, com um sorriso sacana no rosto. – Quer uma água? Um café?
– Será que você pode nos dar licença aqui? – Dong-Seok olhou friamente para V.
V murmurou e franziu a testa olhando para cima.
– Deixa eu pensar...!
– V, por favor. – pediu Sooyan e deu dois leves tampinhas na mão do rapaz em sua cintura.
– O que foi? – ele a perguntou. – Acho que a única coisa que vocês tem a tratar é sobre trabalho, e isso não teria problemas eu ouvir.
– Não, não teria problemas. – Sooyan se afastou um pouco dele e o olhou. – Mas o Dong-Seok quer falar a sós comigo, então, por favor...!
V ficou chateado por dentro, não acreditava que ela estivesse pedindo para ele se afastar bem no momento que ele quis se mostrar o macho alfa, mas não daria ao outro rapaz o prazer de vê-lo enciumado, então, por fora, ele sorriu e acariciou o rosto dela, deu uma olhada seca para Dong-Seok e voltou para dentro, para o quarto, onde ficou tentando ouvir o que seria conversado.
Dong-Seok ficou olhando V até que ele sumisse da sala, por dentro ele estava mordido de raiva e desacreditado que Sooyan tivesse cedido a ele.
– Então, quer dizer que vocês...? – ele olhou para Sooyan.
Ela suspirou e cruzou os braços.
– Eu não sei, e também não quero falar disso agora, você sabe que o V é esquentado. – ela falou. – Por favor, não faça nada para provoca-lo.
Dong-Seok murmurou e enfiou as mãos nos bolsos.
– Você tem medo dele? – ele pausou. – Por que ele é meio esquentadinho, não "né"!
– Medo? Não. – Sooyan repetiu. – Eu só não quero estressar ele, ou ter motivos para me estressar também. – ela franziu as sobrancelhas. – Mas você também é "esquentadinho" e explosivo, não deveria nem estar julgando ele.
– Fala sério, não acredito que você passou a noite com ele.
Sooyan bufou.
– Olha, Dong-Seok, eu agradeço você ter se preocupado comigo e vindo até aqui. Mas eu estou bem, você já pode ir.
– Então, é só você ficar bem com ele que vai me descartar?
– Descartar você?
– Você está me mandando embora por causa dele.
– Eu pedi para você ir embora por que você está começando a me irritar. – disse a garota com um tom ríspido. – Eu sou uma mulher adulta, eu tenho liberdade de dormir com o V, assim como com qualquer outra pessoa, assim como dormi com você também. E eu lembro de ter te pedido para não me fazer sentir arrependimento de ter ido até sua casa, e o que você está fazendo agora é exatamente isso.
– Tá legal, olha só, – ele tirou a mão do bolso e passou nos lábios enquanto pensava. – tudo bem, não quero irritar você. Nós começamos algo bacana e eu não quero que você coloque um fim só por causa desse... mauricinho! Então eu vou embora e deixar você... aproveitar sua folga.
– Ótimo. – Sooyan se limitou a dizer.
Dong-Seok suspirou e se virou para sair, mas parou e olhou novamente para a garota na soleira.
– Eu sei que você ia saber depois, mas, recebemos muitos emails querendo contratar nossos serviços e fechar parceria, tudo graças a você.
Sooyan se sentiu contente em ouvir aquilo.
– Que bom, eu fico muito feliz. – ela disse. – E é tudo graças A NÓS, principalmente a você, que insistiu para que eu viesse junto. Se não, nada disso teria acontecido. Então, obrigada.
Dong-Seok deu um leve sorriso e assentiu.
– Não esquece que amanhã marcamos de ir ver um espaço maior, já que vamos precisar expandir e criar mais setores com novos funcionários.
– Eu não esqueci. – disse a garota. – Se puder passar para me buscar para irmos juntos, eu agradeceria.
– Eu venho sim. – disse Dong-Seok.
Sooyan apenas assentiu e deu um leve sorriso, o rapaz acenou uma vez e se virou indo embora, então ela entrou e fechou a porta.
– Quer que eu compre um carro para você? – V saiu do quarto, já de camisa e com as mãos no bolso, ele caminhou até a sala.
– Como é? – Sooyan parou.
– Você ouviu. – ele disse. – Posso comprar um carro para você não precisar ficar pegando carona com esse cara.
– Ah! – ela revirou os olhos e foi para o meio da sala, olhou V, suspirou e se sentou no sofá.
– É sério! – disse o rapaz a olhando se sentar.
– Eu não quero que você compre um carro para mim, V, obrigada. – ela disse. – Eu tenho condições de comprar um carro agora, mas estou economizando um pouco mais para comprar um específico que eu quero sem precisar parcelar. Eu não vou aceitar que me dê um só por que você tem implicância com o Dong-Seok.
– Implicância? – de pé, V se aproximou um pouco dela a olhando. – Não é implicância, é repulsa mesmo. Ele te olhando como se você fosse o último sushi da barca, sem falar que ele é patético e escroto.
– Que ironia você chamando alguém de escroto. – Sooyan resmungou com o olhar perdido no chão.
– Como é? – V perguntou em um tom de desgosto e surpresa. – Você está defendendo ele?
– Não estou defendendo ele, V, mas você tem que parar com isso. – ela o olhou. – Nós trabalhamos juntos, somos sócios, precisamos nos ver e conversar todos os dias.
– Não precisa, não. – V sentou ao lado dela no sofá. – Quanto vale as ações da parte dele? Me diz que eu compro e te dou de presente, a empresa vai ser só sua.
Sooyan o encarou por um tempo, boquiaberta, incrédula com o que ouvira.
– Você está brincando comigo? Está falando sério?
– Sim, é sério. – V garantiu com uma certa alegria.
– Não, espera aí, você não entendeu! – Sooyan se levantou. – Você quer comprar a parte do Dong-Seok na nossa empresa só por que não quer mais que eu o veja?
– Você não precisa vê-lo. – disse V a olhando. – Assim ele não vai causar nenhum problema entre a gente.
– Não existe "problema entre a gente". – Sooyan disse com uma certa rispidez. – Exite "problemas entre vocês", mais de você com ele do que dele com você, e de qualquer forma isso não interfere no nosso trabalho. E se interferisse eu teria maturidade o suficiente para saber separar minha vida pessoal da profissional, coisa que você não está fazendo fazer. Trabalho é trabalho.
– Maturidade? – V repetiu com interrogação e se levantou. – Está dizendo que eu sou infantil?
Sooyan bufou e rosnou.
– Não, Taehyung, não estou. – ela disse com grosseria e uma pontada de ironia. – Só que você é instável de mais.
V gargalhou com sarcasmo.
– Ah, então agora eu sou instável?!
– Você sempre foi. – disse a garota. – Você sempre muda de uma hora para outra quando algo não te agrada, você foi um escroto comigo inúmeras vezes por ciúmes, fosse pelo Jungkook, pelo Changbin, pelo Hyunjin, por qualquer um. – ela pausou. – Em Paris você encrencou comigo por que eu parei para dar informação a um homem russo que não entendia o idioma local, eu levei horas para fazer você parar de imaginar coisas e aceitar que eu me aproximasse de você.
V bufou e deu alguns passos inquietos; voltou para o mesmo lugar e passou a mão no rosto se sentindo desconfortável e irritado.
– Nós vamos brigar por causa daquele cara?
– Nós estamos brigando. – ela disse. – E "aquele cara" se chama Dong-Seok, e não é por causa dele que estamos brigando, é por causa de você! Do seu ciúme estúpido e possessivo.
– Porra, Sooyan, é sério isso?
A campainha tocou interrompendo a discussão.
– Fala sério. – V resmungou. – Esse cara de novo?!
Ele caminhou rápido e irritado em direção a porta.
– V, espera aí. – pediu Sooyan o vendo e cogitando realmente ser o sócio novamente.
V abriu a porta pronto para desferir um xingamento e ofensas para Dong-Seok, mas para sua surpresa, não era ele.
– V? – a garota do lado de fora o olhou surpresa.
– Soo-min? – V disse. – O que você está fazendo aqui?
– O que você está fazendo aqui? – ela devolveu.
– Ah... – a expressão enraivada desmoronou feito um muro dentro dele. – E-eu trouxe a Sooyan para casa ontem a noite e acabei passando a noite aqui.
– Passando a noite, é? – a garota repetiu com ironia e cruzou os braços.
Sooyan surgiu ao lado de V e tomou a atenção da garota, ela a olhou surpresa, porém sentiu ânsia ao vê-la.
– O que você está fazendo aqui? – ela perguntou. – Ou melhor... Como soube onde eu morava?
– Queridinha, depois da sua postagem você passou a fazer parte do mundo social mídia. – disse Soo-min. – Depois da sua rápida coletiva, então...
– Eu perguntei o que você está fazendo aqui! – Sooyan disse com firmeza.
Soo-min rosnou baixa e torceu os lábios repulsiva.
– Você vai ser perseguida por paparazzis até no inferno, de agora em diante. – disse ela. – Não vai ser difícil saber onde você está daqui em diante, em tempo real.
– Saber em qual condomínio eu moro é uma coisa, agora saber qual o meu andar, o bloco e o número do meu apartamento, aí já é outra completamente diferente.
– Calma, Sooyan. – disse V colocando a mão no ombro dela. – Não precisa falar assim.
Soo-min olhou a mão de V no ombro de Sooyan e se mordeu por dentro.
– Calma não! – disse Sooyan o olhando por um momento e desviou o olhar para Soo-min novamente. – Eu quero saber o que ela veio fazer aqui na minha casa. Quem deixou você subir?
V olhou a garota do lado de fora.
– Responde a ela.
Soo-min não sabia bem o que ia fazer, não imaginava que iria dar de cara com V na casa da garota, e não iria protagonizar o "show" que pretendia na frente dele, ela precisava achar uma forma de sair daquela situação da melhor forma, mesmo que a irritasse profundamente; ela sorriu falsa e forçadamente.
– Eu vim até aqui te dar os parabéns por ontem a noite, o desfile estava impecável. – ela disse. – Vim pessoalmente saber se você poderia criar uma bolsa para mim.
Sooyan riu com sarcasmo a olhando.
– Como você é cínica, hein. – ela disse. – Fala logo o que você veio fazer aqui! Veio armar um barraco por ontem e não esperava encontar o V?
– Ela já disse que só veio te parabenizar. – disse V.
– Acredita mesmo nela? – Sooyan o olhou. – Ontem a noite eu desmascarei ela na frente da imprensa, todos ficaram enojados pela ousadia dela em tirar uma foto do Eun-ho sem a minha permissão. Ela foi alvo que críticas negativas por toda a noite, você acha mesmo que ela veio até aqui "me parabenizar"?
Soo-min deu um risinho forçado.
– Isso são águas passadas, Sooyan, eu já tinha até esquecido que isso aconteceu, afinal eu não postei foto nenhuma que você disse que eu tirei.
– Calma, vamos agir pela lógica. – disse V, e olhou Sooyan. – Você disse que ela tirou uma foto do Eun-ho, mas ela não postou, então o que aconteceu?
– Está duvidando de mim? – Sooyan o olhou irritada e olhou para a garota. – Ela não postou a foto porque o Changbin apagou do celular dela, se não fosse ele, todos já saberiam a muito tempo o que sabem agora sobre mim e o Eun-ho.
– Espera aí... – V pensou um pouco. – Onde o Changbin entra nessa história?
– O Hyunjin e eu fomos levar o Eun-ho para dar um volta a algum tempo atrás. – Sooyan contou. – Ela e o Changbin namoram.
– Namorávamos. – Soo-min corrigiu.
– Por que o Changbin iria contra a namorada dele, a ponto de apagar do celular dela uma foto sem autorização por você?
– Eu me fiz a mesma pergunta. – disse Soo-min em um tom irônico.
Sooyan olhou V um tanto decepcionada pelo que ele priorizou ouvir.
– Você está se ouvindo? Essa é sua preocupação? – ela pausou. – Eu exponho a inconveniência dela, e a sua preocupação é porque o Changbin apagou a foto do Eun-ho no celular dela? Ele é meu amigo.
– E era meu namorado antes de você aparecer. – disse Soo-min. – Eu não sei se rolou alguma coisa entre vocês dois, mas você tê-lo chamado de Binnie na minha frente foi muita falta de respeito.
– Respeito? – Sooyan a olhou enfurecida. – E quem é você para falar de respeito? Eu nunca te dei autorização para falar de mim e do meu filho no seu Fandon idiota.
– É trabalho dela postar tudo relacionado a mim e aos meninos no Fandon. – disse V. – Você deveria entender, já que vida pessoal e trabalho não devem se misturar, não é?! – ele disse com ironia.
Soo-min estava contente e triunfante dentro de si por assistir uma discussão entre os dois, de certa forma aquilo estava saindo melhor do que ela tinha planejado, já que não imaginava que ele estaria ali.
Sooyan murmurou um riso curto e irônico.
– É sério isso? Você vai defender ela? – ela pausou. – Não foi sobre você ou seus amigos que ela postou no Fandon, foi sobre mim e o meu filho.
– Nosso filho! E, de qualquer forma, não deixa de ser sobre mim. – disse V. – Eu te entendo, mas você está exagerando um pouco.
Sooyan bufou, ela olhou V com reprovação, desviou o olhar para Soo-min, que estava nitidamente contente com a discussão entre eles, depois olhou para V novamente.
– Quer saber? Isso não vai dar certo. Para mim já deu.
– O quê? Vai terminar o que nem começamos só por que eu disse que você está exagerando? – V perguntou desacreditado.
– Espera aí, então... vocês estão juntos? – questionou Soo-min olhando-os com frustração.
Sooyan olhou para ela.
– Isso não é da sua conta. – e bateu a porta antes de ir irritada para a sala.
– Sooyan!!! – V exclamou em reprovação e abriu novamente a porta. – Desculpa, Soo-min, a gente conversa depois, tudo bem?
– Tudo bem. – Soo-min retraiu os lábios em um falso sorriso e se virou, saiu caminhando lentamente com passos curtos.
V fechou a porta e se virou para Sooyan.
– Qual o seu problema?
Soo-min pode ouvir a voz de V, ela sorriu com triunfo em ter plantado a discórdia, a intenção dela de ir até lá era diminuir e desmoralizar Sooyan pelo vexame que a fez passar na noite passada, mas para sua surpresa V estava lá, e na frente dele ela não agiria fora do personagem que ele achava ser ela mesma.
– Aaaah, qual o meu problema? – Sooyan repetiu com ironia. – O meu problema é você achar que eu esteja mentindo, é tirar o peso do que ela fez para mim e para o nosso filho.
– O que você quis dizer com "para mim já deu"? – V perguntou ignorando o resto.
– Isso aqui. – ele apontou várias vezes para V e para si própria. – Eu não quero mais isso. Não quero a sua mudança de humor repentina. Não quero você apoiando tudo e todo mundo, mas nunca a mim.
– Foi você quem mudou repentinamente quando viu a Soo-min, não eu. – disse V em defesa de si mesmo.
– Aquela garota é o diabo em pessoa, você não sabe um terço do que eu já passei e de como me senti, e ainda defende ela bem na minha frente. – disse Sooyan com o tom elevado. – Nada do que eu disse ontem na coletiva teve importância para você, mesmo se tratando da privacidade do Eun-ho!
– Sooyan, eu conheço a Soo-min a anos, você queria que eu mandasse ela parar com o trabalho dela só por causa de você?
– Ah, nossa, que ironia. – ela disse sarcasticamente com um sorriso no rosto. – Nem parece que você estava querendo comprar a parte do Dong-Seok na nossa empresa só para eu não ter que vê-lo.
– É diferente! – disse V.
– Não, não é. – Sooyan gritou em nervos, era a primeira vez que V a via daquela maneira.
Ele suspirou e se aproximou dela, tentou segura-la pela cintura, mas ele se afastou e empurrou a mão dele.
– Não me toca, por favor. – ela pediu irritada.
– Porra, é sério? – V perguntou, seu tom nem alto e nem baixo, mas ríspido. – Como vamos ficar com isso?
Sooyan o olhou, o encarou por um tempo e desviou o olhar.
– Não vamos. – disse baixo e desanimada.
– O quê?
– É isso mesmo, não vamos! – ela disse com o tom mais seco e elevado, e o olhou. – Você é agressivo e possessivo, você brinca comigo, me ofende, me desvaloriza. Você defende o errado e ignora tudo o que eu falo. Eu não quero ficar do lado de alguém assim.
– Eu ouvi aquele idiota perguntando a você se você tinha medo de mim. – disse V. – Você tem medo de mim?
Sooyan bufou e deu-lhe as costas.
– Pelo amor de Deus, Taehyung.
V puxou a garota pelo braço e a segurou firme quando a virou para ele.
– Você tem medo de mim? – ele perguntou de novo.
Sooyan sentiu um calafrio ao olhar nos olhos dele, sua expressão estava distorcida, ela não conseguiu idênticas, mas pode sentir a raiva vibrando dele; sua garganta secou.
– Vo-você... está me machucando. – ela olhou a mão dele em seu braço.
V murmurou um curto riso sarcástico e a soltou.
– Eu sabia. – ele disse e se virou por um momento. – Aquele cara colocou isso na sua cabeça.
– Ele não colocou nada na minha cabeça, você quem é agressivo comigo toda vez que não está de acordo com algo. – ela disse. – Foi assim ontem quando você surtou com o vestido que eu estava usando, foi assim várias outras vezes e foi assim agora. E você tem que parar de dizer que tudo é culpa do Dong-Seok. A culpa é sua!
– Lá vem você de novo defendendo aquele filho da puta só por que dormiu com ele. – V resmungou.
– Então você defendeu a Soo-min porque dormiu com ela também? – ela perguntou de forma irônica, porém foi uma pergunta retórica; o que V não sabia.
– Não defendi ela por que já dormimos juntos, defendi ela pelos próprios motivos que você colocou em relação a esse cara. – disse V. – Postar coisas relacionadas a mim e aos outros membros do grupo é trabalho dela.
Sooyan parou impactada pelas primeiras palavras da resposta.
– Você dormiu com ela? – ela perguntou, o tom baixo.
V a olhou, de certa forma sentindo uma pontada de arrependimento por ter escolhido as palavras erradas; ele suspirou.
– De que isso importa? – ele perguntou no mesmo tom.
– Taehyung, você dormiu com ela? – insistiu, agora um pouco mais ríspido.
Ele bufou.
– Sim, eu dormi com ela algumas vezes, mas isso foi antes.
– Antes quanto? – ela perguntou.
– Porra, Sooyan, para quê você quer saber?
– Antes quanto, merda? – ela gritou antes mesmo dele terminar a frase.
– Ontem. A última vez foi ontem. – disse V, e pausou vendo a expressão de desaprovação da garota. – Depois que fui embora daqui eu liguei para ela. Eu estava estressado, com raiva por você ter chegado com aquele cara.
– Não me use como justificativa para as merdas que você faz. – disse Sooyan. – Eu te contei a tempos atrás sobre a garota que me atacou na rua, eu dei a descrição dela a você, e parando para pensar, você não me pareceu nada surpreso. – ela passou a mão no rosto e andou pela sala, se sentia traída, ridicularizada e decepcionada, não podia explicar tamanha raiva que sentia. – Nossa, como eu sou idiota.
– Sooyan, para com isso, poxa. – V tentou se aproximar.
– Não chega perto de mim. – ela se afastou bruscamente. – Não ouse encostar em mim.
– Porra, Sooyan, a Soo-min e eu ficamos a bastante tempo, nunca rolou nada sério. – disse V. – Nunca tive motivos para ter problemas com ela.
– Dependendo de mim vai continuar sem ter. – Sooyan disse baixo. – Pelo visto vocês se merecem.
Na mente de V, toda aquela cena que Sooyan estava fazendo não passava de drama e exagero, ele achava que a implicância dela para com Soo-min era bem maior do que a dele com Dong-Seok.
– Puta que pariu, que caralho, hein. – ele resmungou se virando com as mãos no quadril por um momento.
– Se eu soubesse que você já tinha dormido com ela, eu não teria deixado isso aqui ir tão longe. – disse Sooyan baixo, decepcionada.
– Isso é mentira. – disse V com sarcasmo.
– Não, não é.
V a olhou.
–  Só acho engraçado, por que você tem uma imagem de si mesma como se fosse meiga e inocente, so que você não é nada disso. – ele disse com um tom leve e agressivo ao mesmo tempo. – Se você fosse uma pessoa com toda essa moral que quer de alguém, você não teria trepado com o Dong-Seok ontem de manhã e comigo a noite, não teria dado para o Jungkook na minha frente.
Sooyan o olhou um tanto enojada, ficou em silêncio por algum tempo o encarando.
– O Dong-Seok nunca fez nada contra você, e o que aconteceu na sua casa com o Jungkook foi por incentivo seu!
– Essa porra aí só conforta você mesma. – disse ele com arrogância. – Quem diz que ama alguém e trepa com outro bem na cara?
Sooyan suspirou e foi em direção ao quarto.
– Eu não posso fazer isso. – ela disse com a voz trêmula.
V a viu indo em direção ao outro cômodo.
– Vai me mandar embora e ligar para ele depois?
Ela parou e se virou para ele.
– Talvez eu ligue. – ela disse, o tom instável.
V a olhou calado com uma pontada de raiva por longos segundos.
– Você está com medo que talvez eu te troquei pela Soo-min, então voce vai fazer todo tipo de drama que puder para me ver aos seus pés, só que isso não vai funcionar. – disse V, a voz grave e ríspida. – Sua raiva, na verdade, não é por ela ter tirado foto do Eun-ho ou feito a porra que tenha sido com você, sua raiva é por que você não está única que fodeu com alguém do SKZ ou BTS, sendo que essa porra é insignificante, mas você só quer um título por isso.
Os olhos de Sooyan marejaram, ela estava imensamente decepcionada, estava magoada e com raiva de si mesma.
V a encarou por tempo e notou a expressão de desânimo, ele suspirou e desviou o olhar por um tempo quando entregou os olhos.
– Olha só, você pode me mandar ir embora se quiser. – ele disse baixo, calmo. – Mas também podemos voltar para a cama.
– Voltar para a cama? Você quer voltar para a cama? – Sooyan repetiu no mesmo tom, porém com ironia, ela deu uma pausa longa o encarando. – Sabe o que você não percebeu, V? Eu não ligo se você vai ficar comigo ou não, porque essa não seria a primeira vez. Eu não ligo se a Soo-min vai continuar fodendo com você ou com qualquer outro, porquê vocês dois deveriam mesmo ficar juntos, vocês são iguais. – ela pausou, e seguiu com ênfase grosseiramente. – Você é tóxico!
– E como descobriu isso? – V perguntou baixo, com ironia enfiando as mãos nos bolsos.
– Por que você me fez muito mal, e continua se dedicando a continuar fazendo isso, por que aquela vadia quis expor o nosso filho, e tudo o que você abriu a boca para fazer até agora foi defender ela. – disse Sooyan, com os olhos brilhando pelas lágrimas acumuladas. – Ela é a pessoa certa para você, e você soa pessoa certa para ela. E agora que eu sei disso, vou sair do caminho de você.
V murmurou um riso sarcástico e debochado balançando a cabeça quando desviou o olhar.
– Porra, Soo-min, você está viajando para um caralho.
Ela arfa e deu um riso irônico, o que fez V perceber que havia cometido um erro.
– Soo-min não, Sooyan! – ele se corrigiu.
– Viu só?! – ela se virou novamente indo em direção ao quarto e sumiu cômodo a dentro.
– E-eu te chamei de Soo-min porque a gente estava falando dela, do quanto ela é doida para um caralho, e você não entende do que eu estou falando. – V tentou se redimir indo na mesma direção que a garota foi.
– Não, V. – ela saiu do quarto tendo nas mãos o paletó que ele usada noite passada. – O que VOCÊ não entende é que você e eu não somos parecidos, qualquer um me trata melhor do que você, que deveria ter o mínimo respeito por mim, por ser mãe do seu filho.
– Você enche a boca para falar isso, sendo que a gente está aqui agora, Sooyan.
– Isso aqui foi um erro, nunca mais vai acontecer. – garantiu a garota. – Você é a porra de um veneno corrosivo, não vou deixar que você me matar. Se for preciso eu pego meu filho e vou embora daqui.
V desviou o olhar para os lados, estava no apse do estresse, ele entrelaçou os dedos no cabelo e andou em círculos por um tempo.
– Mas que porra é essa? Mas que merda está acontecendo? – o tom ríspido e agressivo. – Você não pode me chantagear só porque eu transei com a Soo-min.
– Seria chantagem se eu tivesse mandando você escolher entre parar ou continuar transando com ela– disse a garota. – Só que eu estou pouco me fodendo para isso, a escolha é sua. Você só precisa assumir as consequências dela. Não adianta vir chorando para mim depois, não pode implorar para que eu te perdoe, não pode querer que eu tenha consideração por você.
– Essa porra toda é a definição do que chantagem é. – disse V. – "Não pode fazer isso, não pode fazer isso, não pode, não pode, não pode"... isso é a porra de uma chantagem.
– Pode chamar de chantagem, eu não estou nem aí, isso não vai mudar em nada. – disse Sooyan jogando o paletó nele, que deixou a veste cair no chão sem se importar.
– Caralho, Sooyan, isso é doentio, porra. – reclamou V.
– Doentio? – ela repetiu. – Sabe o que é doentio, V? É você dizer que me ama e sair em defesa de alguém que me fez mal. – disse Sooyan com a voz trêmula, se controlando para não chorar. – E você, em toda oportunidade, jogar na minha cara que eu transei com o Jungkook no mesmo dia que disse que te amava, sendo que ontem você fez a mesma coisa.
A expressão de V era um misto de revolta, confusão, decepção...
– Mas que merda! Que merda! Qual o seu problema? – V começou a gritar transbordando irritação. – Que porra você tem no caralho dessa sua cabeça, hein?
Os gritos de V fez com que Baby Eun-ho despertasse de seu sono, ele começou a chorar do carrinho no quarto.
Sooyan ficou quieta encarando o rapaz, o coração dela estava acelerado e o sangue fluia com adrenalina pelo misto de sentimentos, mas por fora ela estava quieta; uma lágrima fujona deslizou para fora de um de seus olhos, carregada de amargura e decepção, ela a limpou antes que traçasse todo o percurso até pingar do queixo.
– Ok. – ela disse baixo depois de um tempo.
Ela se aproximou devagar dele e se abaixou para pegar o paletó que havia jogado, depois caminhou em direção a porta, e quando sua mão repousou na maçaneta ela ouviu V suspirar:
– Sooyan, para com isso. – ele disse, com outro tom de voz, mais baixo e calmo.
Parte dela exitou, mas a maior parte estava magoada, decepcionada... E ouvir o choro do bebê intensificava ainda mais tudo que estava sentindo. No fundo ela esperava que uma discussão fosse acontecer em pouco tempo e abalasse a rápida relação boa que eles construíram na virada do dia, mas não esperava que fosse tão rápido assim.
Sooyan abriu a porta e jogou o paletó de V no corredor a fora, ela ficou parada segurando a maçaneta, deixando a passagem livre para que ele saísse, mas ficou em silêncio olhando o chão.
V suspirou e olhou na direção do quarto, viu Baby Eun-ho se mexendo no carrinho, ele desviou o olhar para Sooyan e se aproximou dela.
– Sooyan, eu te amo. – ele disse, a voz mansa e aveludosa.
Ela o olhou por poucos segundos, os olhos marejados, carregados de mágoa; desviou o olhar para fora, o que deixava claro que aquilo não significa mais nada para ela.
Baby Eun-ho parou de chorar e se entreteve com um brinquedinho pendurado no carrinho.
Então, sentindo raiva e mágoa, V passou pela porta e se abaixou para pegar o paletó no chão do corredor, Sooyan fechou a porta e cobriu o rosto com as mãos, desabando em um choro silencioso, sofrido e pesado.
V olhou a porta quando ela fechou sem bater, ele se aproximou da mesma e encostou a testa com os olhos fechados, ele não queria ir embora, não queria que aquele dia acabasse assim, não queria deixar Sooyan depois da noite que tiveram...
Uma pequena parte dele, bem pequena, reconhecia que havia sido um idiota, que tinha defendido o errado, e que mesmo que não concordasse deveria ter ficado do lado dela e a apoiado.
Ele ficou ali por um tempo, remoendo o erro que cometeu.
– V?! – uma voz feminina veio de trás dele no corredor.
V enxugou rápido o rosto por algumas lágrimas terem rolado, ele se virou e ficou um tanto surpreso em ver a garota.
– Yuh?! – ele a reconheceu.
A garota estava parada no corredor, a expressão surpresa franzida.
– O que você está fazendo aqui? – ela perguntou. – Você não deveria estar no quartel?
V arregalou os olhos quando ouviu, ele havia esquecido completamente que tinha que cumprir essa obrigação, havia passado uma noite e uma manhã tão incríveis que esqueceu do exército.
– Cacete! – ele murmurou e saiu correndo passando pela garota, que se virou para olha-lo.
Ele apertou freneticamente o botão do elevador, que não demorou muito a abrir as portas e entrou correndo no mesmo.
Yuh deu de ombros sem entender e continuou pelo corredor, ela tocou a campainha do apartamento de Sooyan, demorou alguns segundos em ser recebida.
Percebeu a expressão entristecida da amiga quando a mesma abriu a porta, e mesmo sem saber o que havia acontecido, - embora ter visto V indo embora dali a fizesse ter uma ideia - ela a abraçou, e permitiu que chorasse em seu ombro.

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v2 - Not Celebrity • Want You StayOnde histórias criam vida. Descubra agora