v2 - Not Celebrity • Want You Stay

20. "Sempre esse cara".

Poucos dias antes de Thória conhecer a JYP e passar o dia com a SKZ, Sooyan deixou V com Baby Eun-ho no dia de folga dele e foi para o escritório, ela, Dong-Seok, Thória e os outros seis funcionários passam o dia em suas ocupações, e sempre procurando clientes e oferecendo propostas; ainda não haviam fechado com ninguém, mas dois dos seus projetos estavam sendo analisados por possíveis patrocinadores.
– Desculpa o atrasado. – disse Sooyan entrando na sala do apartamento de V e deixando sua bolsa sobre o sofá. – Acabei indo jantar com o Dong-Seok e perdemos a hora.
V estava sentado no tapete felpudo com o bebê também sentado ao seu lado brincando com uma joaninha colorida de brinquedo.
– Já estou acostumado, também não me importo em ficar um tempo a mais com meu filho. – disse V seco e ríspido sem olha-la. – Não sei o que tanto você e esse Dong-Seok tem para conversar fora do trabalho.
Sooyan se juntou a eles se sentando elegantemente sobre as pernas dobradas, pois estava de vestido.
– Não entendi. – ela disse sem entender o motivo da irritação dele. – Você sabe que acabamos de começar nossa empresa, temos muita coisa para resolver, precisamos fazer nosso negócio crescer.
– Antes de você realmente vir para cá eu te propus que viesse com o V'zinho, falei que vocês teriam tudo aqui, e que eu não deixaria faltar nada. – V lembrou. – Você recusou sem pensar duas vezes, aí vem um cara qualquer e te convence a vir com ele para cá.
Sooyan arfou um riso nervoso incrédula.
– É sério? Quer dizer que você pode ter uma vida profissional e eu não?
– Não foi isso que eu falei. – disse V. – Você pode ter sua vida, sim, mas você não precisa estar passando por isso, eu disse que cuidaria de você e do bebê.
– Taehyung, você está brincando comigo? – Sooyan ainda não acreditava no que ouvia. – Você está se ouvindo? Isso tudo é porque eu fui jantar com o Dong-Seok?
V bufou e se levantou.
– "Ah, o Dong-Seok isso, o Dong-Seok aquilo". – ele disse com um tom de voz fanho, baixo e irritado. – Por que você está falando dele?
Sooyan franziu as sobrancelhas confusa com aquela atitude do rapaz.
– Qual é o seu problema? – ela perguntou. – Você reclamou de eu estar com o Dong-Seok assim que cheguei. Que atitude é essa agora?
V suspirou e desviou o olhar para o lado por um momento, passou a mão no cabelo o deslizando para trás, mas sua franja dividida voltou elegantemente para o lugar.
– Olha, eu troquei a folga com um colega, amanhã eu também vou estar em casa. – ele disse. – O V'zinho pode passar a noite aqui e ficar comigo amanhã também?
– Para de chamar ele assim, você sabe que o nome dele é Eun-ho! – disse Sooyan se levantando depois de pegar o filho no colo. – Ele tem acordado muito na madrugada e quando ele não me acha ele chora bastante.
A única coisa que V conseguiu absorver foi a reclamação inicial da garota.
– Agora vai querer me proibir de chamar o meu filho como eu quiser?
– Ele tem o próprio nome, não quero que ele cresça como uma sombra sua, já basta a semelhança entre vocês. – disse Sooyan. – Ele merece ser conhecido por quem ele é, e não por de quem ele é filho.
V sentiu um incomodo com aquilo, mas o incomodo que sentiu foi por concordar com o que ela havia dito, então ele apenas suspirou e passou a mão no rosto.
– Vou poder ficar com ele ou não?
– Eu disse que...
– Eu ouvi. – ele a interrompeu. – Tudo bem por mim se você ficar, não veio problemas nisso. 
Sooyan parou por um momento, abriu a boca para falar, mas nada saiu. Ela pigarreou e tentou novamente.
– Eu não... acho que seria uma boa ideia.
– Por que não? – V perguntou e se aproximou. – Está com medo de quê?
– Medo? – ela riu. – Do que eu teria medo?
– Talvez d'eu perguntar porque você tem agido como se nada tivesse acontecido entre nós. – disse V e cruzou os braços.
Sooyan estremeceu, sentiu sua garganta secar, mas fingiu se mantendo firme.
– N-não aconteceu nada entre a gente.
– Você já se esqueceu? – ele perguntou sério. – Posso te lembrar se quiser.
Sooyan sentiu um back na alma e teve um espasmo involuntário, ela se retraiu e recuou um passo.
– Viu só. – ela disse. – Não é uma boa ideia eu dormir aqui.
V deu um sorriso leve de canto e enfiou as mãos nos bolsos, ele esticou o corpo e ergueu um pouco o rosto olhando Sooyan de cima.
– "Eu disse que não ia tocar em você do jeito que quero até você me implorar por isso". – ele disse. – Eu te disso um vez, você lembra?! Estou revalidando.
– Então por que fez aquilo antes de ir para o exército? – questionou tentando mostrar uma irritação que não sentia. – Não me lembro de ter te pedido para fazer aquilo.
V riu abafado e balançou a cabeça.
– Não disse que não tinha acontecido nada? – ele perguntou, e Sooyan piscou envergonhada. – Mesmo que não tenha me pedido, você não parecia não querer, já que estava prestes a abrir minha calça quando o Eun-ho acordou.
– Oh... Você... pode parar de falar essas coisas na frente do nosso filho. – Sooyan reclamou nervosa usando uma das mãos para tampar o ouvido do bebê em seu colo.
A expressão de V mudou, ele ficou sério por alguns segundos encarando a garota, depois sorriu e desviou o olhar para baixo, seu rosto inteiro ficou corado.
Sooyan percebeu a mudança de expressão do rapaz e ficou confusa.
– O que foi? – ela perguntou.
– "Nosso filho". – ele disse repetindo um trecho da fala dela com um sorriso. – É a primeira vez que você fala.
Sooyan não se deu conta, ela realmente tentava evitar dizer aquela frase, não em recusa ou desagrado de que seu filho também fosse filho dele, mas aquela frase soava de uma forma intenção com uma intimidade profunda de boa ralação para ela.
Ela abriu a boca para dizer algo, mas não fazia ideia do que dizer, então permaneceu quieta.
V suspirou com um sorriso e balançou a cabeça em um único movimento positivo.
– Fica. – ele pediu a olhando. – Eu quero que você fique aqui essa noite, comigo e com nosso filho.
Sooyan o encarou por um tempo, depois desviou o olhar para o bebê que estava entretido brincando com uma mecha de cabelo da mãe. Ela olhou para V e exitou, mas balançou a cabeça assentindo devagar.
V sorriu para ela e se aproximou, fazendo carinho no cabelo do filho.
Após cuidar de si mesma e do bebê, Sooyan deitou para dormir com ele no quarto de hóspedes, chovia bastante naquela noite.
O vidro das janelas embasadas pela diferença na temperatura dentro e fora do apartamento, o barulho da chuva como uma canção de ninar...
V deu duas batidinhas na porta chamando atenção da garota, o bebê ainda não estava dormindo.
– Posso ficar aqui até ele dormir?
Sooyan assentiu e ele se aproximou, pegou o bebê no colo e se deitou de barriga para cima com o pequeno em seu peito, Sooyan se encolheu na tentativa de evitar um contato físico.
Eles ficaram ali quietos, em silêncio, ouvindo o barulho da chuva batendo no vidro causando um som agradável de se ouvir e logo adormeceram.
Na madrugada Sooyan se levantou para ir ao banheiro e beber um copo d'água, estava frio, a temperatura havia abaixado e ela sentiu sua pele arrepiar, quando retornou para o quarto parou ao lado da cama e analisou a cena.
Ela se perguntou se deveria acordar V para que ele fosse para o seu quarto, ou se o deixava ali e ela mesma ia para o quarto dele e dormia lá, porém se lembrou de que as chances do bebê acordar eram altas, e que era melhor que ela estivesse por perto caso/quando isso acontecesse. Mas admirando aquela cena ela não teria coragem de acordar o rapaz que ainda tinha o bebê adormecido em seu peito, então decidiu que ficaria ali mesmo, onde estava antes. Mas antes de deitar ela abriu um cobertor e o forrou sobre os que estavam adormecidos ali, para mantê-los mais aquecidos.
Ela se sentou na cama com as pernas sobre a mesma e cobriu-se com o cobertor até o quadril, antes de deitar percebeu que V estava com uma das mãos em cima do bebê, e o outro braço esticado aberto sobre a cama, com delicadeza ela segurou no pulso do rapaz e tentou move-lo para cima de si próprio. V, que estava com o rosto para o lado esquerdo teve um espasmo ao ter o braço manuseado, ele fungou e esticou o braço, agarrando o de Sooyan, que arregalou os olhos e foi puxada para ele, sendo forçada a ter seu corpo próximo de mais ao dele.
Deitada sobre o braço de V que a abraçava ela estremeceu, mas logo sentiu seu corpo se aquecer pelo contato com V, que estava quente debaixo do cobertor. Por um momento passou pela sua cabeça virar-se para o outro lado, mas ela se sentiu tão confortável e bem que foi incapaz.
Sooyan se aconchegou no abraço de V, que encostou o rosto no topo da cabeça dela, ela acariciou o rosto rechonchudo de Baby Eun-ho que estava adormecido no peitoral do pai.
Ela sorriu levemente, aquela situação era engraçada para ela por conter muita ironia, desde que V entrou na sua vida e na do bebê ela não imaginou que momentos como aquele pudessem vir a existir.
E enquanto pensava a respeito dessas ironias Sooyan adormeceu, Baby Eun-ho dormiu direto até o outro dia, e pelo conjunto de fatores a garota teve a melhor noite de sono desde que havia se tornado mãe.