36. Reencontro.

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Sooyan ligou para Bangchan avisando que já estava na empresa, ele a pediu para que o encontrasse no escritório, o qual ela dividia com Dong-Seok, e assim ela fez.
Ventava bastante e chovia muito forte, quando ela chegou no último andar deu de frente com Jyp, que parecia a estar esperando.
– Oi, querida. – ele abriu os braços e foi em direção a ela, que o abraçou. – Como você está?
Sooyan ficou alguns segundos quieta no abraço dele, era reconfortante e carinhoso.
– Eu estou bem, agora. – ela disse, fez uma pausa e se afastou. – Obrigada por perguntar, Sr. Jin.
Jyp sorriu e acariciou o braço dela carinhosamente.
– Onde... ele está? – ela perguntou.
Jyp olhou na direção do final do corredor e a olhou novamente, foi uma resposta.
Sooyan respirou fundo e caminhou seguindo o corredor, conforme ia avançando ela viu as silhuetas espalhadas fora e na entrada de seu escritório; ela reconheceu os membros do SKZ.
Bagnchan estava encostado na soleira, Thória ao lado dele, quando a amiga a viu se aproximado, ela olhou para dentro da sala.
No escritório de Sooyan havia uma pequena sacada coberta, as portas de vidro estavam abertas e havia alguém ali, apoiado na grade de proteção. Além da silhueta ela viu ao fundo o céu em um tom azul tão escuro que se assemelhava a preto, a chuva caindo tão forte que as gotas grossas podiam ser vistas individualmente conforme caiam — ela viu quando um céu brilhou seguido de um estrondo quando um relâmpago se fez.
Conforme Sooyan foi avançando o coração dela acelerava, uma sensação desconfortável de nervosismo no estômago e a garganta seca...
A pessoa na sacada virou o rosto de lado e olhou de canto por cima do ombro, também reconheceu a silhueta da garota e se virou.
Sooyan parou quando o viu se virar, seu corpo estremeceu, estranhamente ela o sentiu leve, e como uma fonte nascente as lágrimas foram brotando em seu olhos.
Hyunjin franziu o cenho em uma expressão entristecida, porém aliviada, ele avançou em direção a ela com o coração acelerado, sentiu cada passo tão demorado que a distância entre eles pareceu se esticar ao invés de diminuir.
Sooyan o viu vindo em sua direção e não conseguiu se mexer, ela começou a tremer em nervos ao vê-lo se aproximar cada vez mais, e mais, até que seus corpos se chocaram e ele a abraçou.
Com os olhos abertos ela não conseguiu se mexer de imediato, sentiu o abraço quente do rapaz e lentamente envolveu seus braços nele. Com os olhos fechados Hyunjin sentiu um alívio ainda maior em senti-la, ele respirou fundo e fungou no cabelo dela, a sensação de ter saído um peso de dentro dele o fez se sentir bem como não se sentia a dias.
– Eu sinto muito. – Hyunjin disse baixo no abraço.
Aquela frase teve um peso tão grande para Sooyan, não só por tudo o que ela significava, mas por quem estava dizendo. O tom de Hyunjin aveludado e verdadeiro. Ela respirou fundo, mas não conteve as lágrimas.
No abraço de Hyunjin Sooyan chorou feito uma criança, desabou, colocou para fora todo o choro que vinha reprimindo, toda falsa força que tentava demonstrar. Aquele abraço era tão reconfortante, tão importante para ela... ela tudo o que ela vinha precisando a dias, e a falta que ele a fez nesse tempo a fez perceber o quão ele era essencial em sua vida.
– Eu estou aqui agora. – sussurrou Hyunjin a apertando em seu peito.
Todos assistiram em silêncio ao reencontro dos dois, sabiam quão importante eram o vínculo que tinham pelo tempo de amizade após o acidente da garota — só não sabiam quão profundo era aquele vínculo.
Sooyan desabafou TUDO no peito de Hyunjin, a camisa dele ficou molhada com suas lágrimas, ele sentia o tecido colando em sua pele, mas não se importou. Ela deu um suspiro sentido e demorado, passou o dorso da mão esquerda no rosto e se afastou um pouco para olha-lo, Hyunjin segurou o rosto dela entre as mãos e olhou fundo em seus olhos marejados. Sooyan analisou cada milímetro do rosto angelical do rapaz, ele estava um pouco pálido, mas continuava lindo como sempre fora.
Hyunjin aproximou o rosto do dela e tocou suas testas, ele fechou os olhos e suspirou quente no rosto dela, que desfrutou contente a sensação que sentiu.
– Eu esperei tanto para sentir você outra vez...! – ele sussurrou para ela.
Sooyan também fechou os olhos e sentiu uma sensação de paz crescer dentro de si quando ouviu novamente a voz dele, ela sorriu levemente gostando da sensação e levou a mão sobre a dele em seu rosto.
Eles ficaram assim por algum tempo, era incrível como a presença de ambos restaurou as energias um do outro.
Hyunjin inclinou o pescoço e puxou o rosto de Sooyan em sua direção, ela se permitiu ser puxada e elevou o corpo ficando na ponta dos pés. Os lábios deles se encontrarem em um selinho demorado e carinhoso, logo o beijo afetivo se tornou em um apaixonado, carregado de sentimentos.
Jyp, I.N, Thória e Bagnchan sorriram assistindo; Thória deitou a cabeça de lado no peitoral de Chan vendo a amiga se permitir e se senti tão feliz por ela.
Changbin deu um leve sorriso e desviou o olhar para baixo, Seungmin deu um tampinha em suas costas, sabia que o amigo estava feliz pelos dois, mesmo tendo sentimentos pela garota.
Lee Know estava do lado de fora da sala, mas podia ver dentro, ele foi pego de surpresa pelo que assistiu e olhou bruscamente para Han, que sentiu o baque da mesma surpresa que o amigo; ele entrou na sala.
– O quê que é isso? – perguntou sem acreditar no que estava vendo.
Hyunjin afastou os lábios dos de Sooyan, mas seus rostos continuarem próximos, a garota permaneceu de olhos fechados, mas abaixou a cabeça. Hyunjin e puxou para perto a abraçando com o rosto em seu peito, ele olhou para o amigo.
– Não é a hora, nem o lugar. – disse sereno.
Han ignorou.
– Não, espera aí, eu quero saber o que foi isso. – ele insistiu. – Você... disse que vocês eram só amigos.
– Han, da um tempo. – disse I.N. – Agora não, eles acabaram de se encontrar.
– Eu também não sei o que está acontecendo aqui, mas vamos deixar esse assunto para depois. – disse Lee Know.
– Não. – disse Han olhando o Minho, e voltou a olhar Hyunjin e Sooyan. – Isso não foi emoção de reencontro, tem alguma coisa rolando aqui.
– Han, a gente conversa depois. – Hyunjin o disse. – Eu prometo que conto tudo a você.
Bagnchan se afastou de Thória e se aproximou de Han.
– Depois vocês conversam em particular.
– Não, eu não quero conversar depois. – disse Han, e voltou a olhar Hyunjin. – Foi por causa dele que o Jung Wook foi atrás dela, é por causa dele que ela quase morreu. Agora parece que ninguém está surpreso pelo que viram. De novo eu sou o último a saber?
– Que diferença isso faz? – Seungmin se pronunciou. – A Sooyan não tem nada com você, ela é livre para ficar com quem quiser.
– Seungmin, pega leve com ele. – disse Jyp se aproximando de todos. – Eu sou quem menos está sabendo de alguma coisa aqui, mas eu acho que esse não é o momento certo para ter essa discussão.
– NÃO EXISTE MOMENTO CERTO. – Han disse elevando a voz, quase gritando. – Ele estava junto quando ela terminou comigo, ele confessou que foi ele quem falou dela para o Jung Wook, e agora... – ele avançou dois passos, mas Lee Know o segurou pelo ombro, ele olhou para Sooyan. – Como que você... Por que ele?
Sooyan respirou fundo tentando manter o controle e fungou, ela olhou para Han.
– Han, por favor... agora não.
– Então quando? – ele perguntou, com um tom irônico. – Depois dos outros cinco?
– Han Jisung! – Jyp disse seu nome com um tom seco, como advertência. – Você ouviu, agora não é o momento. Seu amigo acabou de ser resgatado, já basta todo o estresse que deve ter passado, não o cause mais.
Han olhou para ele.
– Mas e eu? Por que parece que ninguém pensa em mim? Sabe quanto tempo eu chorei pensando que ela estava morta? Quanto tempo eu fiquei esperando uma mensagem dela?
– Jisung... – Sooyan tentou se explicar.
– Não, Sooyan! – ele a interrompeu e a olhou. – Não me peça para não dizer como eu me sinto, não me peça para enteder.
Novamente lágrimas se acumularam nos olhos dela, e ela se sentiu culpada, como se tivesse brincando propositalmente com os sentimentos dele.
Hyunjin se afastou da garota e se aproximou do amigo, Bangchan entrou no meio deles para tentar impedir qualquer ação imprudente de Han.
– Olha só, eu sinto muito, tá legal? – Hyunjin o olhou com sinceridade. – Você não faz ideia do quanto eu me sinto culpado por ter contado sobre para o Jung Wook, não faz ideia do quanto eu odeio sentir que estou magoando você agora. – ele pausou. – Mas eu não posso mais guardar o que eu sinto dentro de mim.
Changbin se aproximou deles e colocou a mão no ombro de Han.
– Deixa para lá, só segue em frente. – ele disse. – Se eles são a escolha um do outro, temos que ficar felizes por eles, são nossos amigos, somos uma família.
– "Somos uma família". – Han repetiu. – Como é que você consegue fingir que está tudo bem depois do que me contou?
Aquele comentário fez todos ali ficarem confusos, menos o próprio Changbin, e Seungmin também, que sabia do que ele estava falando.
– Cara, esquece isso. – disse Seungmin. – A Sooyan resolveu tudo o que havia de pendente entre vocês, para quê isso agora?
– Seungmin tem razão, você não está agindo com inteligência. – disse Bangchan tomando a atenção de Han. – Não tem motivos para você agir assim. Se controla.
Thória se esticou olhando por cima de todos e percebeu algo de errado com a amiga.
– Sooyan? – o tom dela estranho.
Changbin foi o primeiro a ouvir e olhar na direção da garota.
Sooyan estava inclinada para frente, com a mão no peito, ela estava respirando forte, hiperventilando.
Changbin correu até ela e arrastou uma cadeira para perto, ele a fez se sentar, Thória correu para pegar um copo d'água e se aproximou deles.
Changbin pegou o corpo na mão da garota e colocou o mesmo entre as mãos de Sooyan, que estava pálida, suando frio, o olhar caído e trêmula.
– Sooyan, bebe água. – pediu Changbin.
Tremendo sem controle, ela conseguiu segurar o copo em sua mão, mas não conseguiu se mexer.
Os outros se aproximaram em conjunto, confusos com o que estava acontecendo, Changbin olhou para Thória.
– Isso já aconteceu antes?
– Sim, não é a primeira vez que acontece. – ela contou. – Eu já presenciei uma vez, mas não sei se acontecerem outras.
Changbin olhou para trás, para Hyunjin.
– Beija ela.
– O quê? – ele perguntou confuso.
– Eu acho que ela está tendo uma crise de pânico. – ele contou. – Eu li uma vez, não me lembro onde, mas eu li que um beijo pode tirar a pessoa da crise enquanto ela acontece.
– Crise de pânico? – Hyunjin repetiu com interrogação. – Mas... como isso vai acabar uma crise de pânico?
– Porra, Hyunjin! – Changbin resmungou e se virou para Sooyan, ele se aproximou da garota e se inclinou, colou seus lábios nos dela bruscamente.
Sooyan automaticamente trancou a garganta e prendeu a respiração por um momento, mas logo ela soltou o ar pelas narinas lentamente e começou a respirar normal, seus batimentos foram diminuindo até se normalizar. O tremor em seu corpo cessou, e as sensações ruins que sentia sumiram.
Houve um estalo úmido quando Changbin afastou seus lábios dos da garota, mas seus rostos continuarem próximos.
Sooyan o reconheceu através de seus olhos pequenos e escuros, e por um curto milésimo de segundo ela desviou o olhar para os lábios dele, mas logo voltou a olhar em seus olhos.
– P-por que...? – Sooyan não concluiu seu questionamento, mas a pergunta havia ficado clara.
– Eu... li em algum lugar que um beijo pode cortar uma crise de pânico. – Changbin disse, o tom baixo como o dela.
– Sooyan, você está bem? – Hyunjin perguntou se aproximando.
Changbin recuou e enfiou as mãos nos bolsos, os olhos de Sooyan ainda nele o vendo dar alguns passos para trás.
– E-eu estou bem. – ela disse finalmente, e desviou o olhar para baixo.
Hyunjin se virou para Han.
– Não insista mais nesse assunto, eu disse que não é nem a hora e nem o lugar.
Han abriu a boca para falar, mas antes mesmo de qualquer pronúncia ele foi interrompido.
– Você criou um gatilho para ela ter uma crise. – disse Changbin. – É melhor sair daqui.
– Por que logo você acha que pode falar alguma coisa? – Han o perguntou com ironia.
– Hannie, você é importante de mais para mim, mas eu juro por Deus que se você não sair daqui, nós vamos ter um problema. – disse Changbin, o olhando sério.
Eles se encararam por um tempo, Han não acreditava que estava sendo tratado assim pelo amigo, e o olhar de reprovação de todos os outros, na mente dele, ele não havia feito nada de errado em demonstrar sua reprovação em relação a Sooyan e Hyunjin.
– Han, vem. – disse Lee Know segurando em seu braço e o puxando delicadamente para fora da sala.
– Vamos, filho. – disse Jyp o empurrando pelas costas para fora. – Você tem que esfriar a cabeça.
Antes de ceder Han deu uma última olhada em Sooyan, estava decepcionado, magoado; e assim ele foi levado para fora da sala.
Seungmin parou ao lado de Changbin e olhou os outros ao redor de Sooyan.
– Um beijo corta uma crise, é?! – questionou com um tom irônico e um sorriso disfarçado.
– Eu só estava tentando ajudar. – disse Changbin, vendo Sooyan beber um pouco d'água.
– Eu sei que sim. – disse Seungmin, e olhou o amigo de lado. – Mas não finja que não curtiu fazer aquilo.
Changbin olhou para ele, ambos se encararam com um sorriso sarcástico no rosto.
– Cala a boca. – disse Changbin, e o empurrou de leve, Seungmin riu.

v2 - Not Celebrity • Want You StayOnde histórias criam vida. Descubra agora