33. Desgraças a parte.

17 6 0
                                    

O cômodo inicial da casa era a cozinha, logo de frente para a porta de entrada, mais a frente havia um enorme balcão em L, que havia armários em baixo, uma cuia de pia com torneira flexível e um cooktop estavam separados na parte maior do balcão, a parte menor era como uma mesa; haviam três cadeiras cumpridas de encosto curto ali perto. Mais ao fundo havia alguns armários aéreos na parede e uma geladeira de duas portas.
A esquerda de quem entrasse, além do lado menor do balcão em L, ficava a sala, um sofá grande reclinável, um tapete felpudo, cortinas enormes, uma estante retangular com uma tv em cima e alguns quadros na parede. Tudo em tons neutros.
Changbin estava na cozinha cortando legumes enquanto Seungmin estava na sala assistindo a um dorama na TV.
- Levanta essa bunda magra daí e vem me ajudar. - disse Changbin no balcão, próximo ao fogão, cortando repolho em uma tábua de madeira.
- Eu falei para fazermos isso mais tarde. - respondeu Seungmin sentado no sofá sem tirar os olhos da TV. - Não vou pausar meu dorama só por que você é um morto a fome ansioso.
- Então, a noite você lá no Bangchan para jantar, não vou fazer a mais para você. - reclamou Changbin.
- Deixa de ser chato, é só parar o que está fazendo e deixar para depois. - disse Seungmin.
- Deixar para depois. - Changbin repetiu com ironia enquanto cortava uma banda de repolho em finas fatias.
Três partidas na porta chamou a atenção dele, e sem pausa demorada bateram novamente.
- Seungmin, ainda não consertou o comunicador da campainha? - perguntou Changbin.
- Ainda não.
- Levanta e vai abrir a porta, você sabe que eu estou ocupado, garoto!
- Pergunta quem é e manda entrar. - disse Seungmin.
- Seungmin, se eu for até aí...! - disse Changbin com um tom ameaçador e bateu a faca na tábua fazendo ecoar.
Seungmin rosnou um resmungo e se levantou de má vontade, ele foi até a porta e abriu a mesma, ficou surpreso quando viu quem era.
- Sooyan?!
- Oi, Seungmin. - disse a garota, parecia um tento nervosa. - Tudo bem?
- Tudo sim. - ele disse ainda confuso e surpreso em vê-la. - Aconteceu alguma coisa?
- Ah, não, está tudo bem. - ela sorriu. - O Binnie está em casa? Será que eu posso falar com ele?
- Ele está sim. - disse Seungmin ficando de lado e olhando para trás, indicando o amigo de costas no balcão da cozinha. - Changbin, a Sooyan está aqui.
Changbin parou surpreso quando ouviu Seungmin anunciar a garota, ele enfiou a ponta da faca, a fincando na tábua, e enxugou as mãos em um pano de prato, ele se virou sem sair do lugar e olhou a porta.
- Oi. - ele disse quando viu a garota. - Aconteceu alguma coisa?
Sooyan o encarou pensativa por um tempo, não sabia se queria realmente fazer o que foi até ali para fazer, estava tomada de raiva, queria fazer aquilo para provocar Soo-min e dar o troco por tudo, mas agora, olhando Changbin, ela não sabia se queria... - não na intenção de provar a garota.
Decidida, Sooyan deu passos largos passando por Seungmin e em direção a Changbin, quando se aproximou dele, segurou seu rosto entre as mãos e colou seus lábios nos dele.
Ainda que pêgo de surpresa, a reação instantânea de Changbin foi passar o braço pela cintura da garota e segura-la, porém os olhos abertos, cheios de confusão.
Seungmin olhou aquilo com uma gigantesca interrogação na cabeça, ele fechou a porta, mas continuou ali parado olhando.
Os lábios de Sooyan tocaram os de Changbin em um selinho, seco e sem vida, logo ela afastou seu rosto e o olhou; os olhos dele estavam arregalados, a boca entreaberta, a expressão de confusão e surpresa, sem saber o que aconteceu ali.
Sooyan pensou em dizer algo, mas não sabia o quê.
Mesmo não sabendo o que acabara de acontecer, havia sido uma boa surpresa para Changbin, ele olhou os olhos de Sooyan e desviou os olhar para os lábios dela, acabou não resistindo por tê-la tão perto, com a mão livre ele levou a nuca dela e a beijou.
Inicialmente um selinho, mas logo suas bocas se encaixarem e suas línguas começaram a dançar coladas.
Seungmin desviou o olhar ainda mais confusa que antes e caminhou sorrateiramente até a sala, e se aconchegou de volta no sofá olhando para a TV, fingindo que nada estivesse acontecendo ali atrás, na cozinha.
Changbin encostou Sooyan na bancada e apertou sua cintura, ela entrelaçou os dedos no cabelo da nuca dele e o puxou com leveza, o beijo feroz fez seus corações disparar, uma sensação quente crescem em ambos.
Changbin deslizou as mãos para cima pelo corpo de Sooyan e começou a desabotoar a blusa social dela, ela deslizou os lábios pelo rosto dele desferindo alguns beijos e mordeu levemente o lóbulo da orelha.
Pela visão periférica Changbin viu parte da silhueta de Seungmin sentado novamente ao sofá, por um breve momento ele esqueceu que o amigo estava alí; ele virou o rosto para olha-lo, e a garota continuou dando beijos em seu pescoço.
- Seungmin, vai dar uma volta. - disse Changbin.
Seungmin rosnou um resmungo e apertou o botão ON/OFF no controle da tv sem questionar, ele sabia que não iria demorar para que o amigo lhe pedisse que saísse de perto para não assistir, ou até mesmo ouvir, o que iria acontecer ali.
Ele se levantou e deu a volta no sofá.
- Eu vou para o quarto. - ele disse.
- Seungmin, sai daqui. - disse Changbin apontando em direção a porta; Sooyan abriu a fivela do cinto dele.
Seungmin viu.
- Ai, meu Deus, que baixaria. - ele colocou a mão deitada na horizontal cobrindo os olhos e caminhou em direção a porta. - Não façam isso na cozinha, por favor.
Changbin pegou o pano de prato e jogou na direção do amigo - mas não o alcançou.
- SAÍ, SEUNGMIN. - ele gritou.
- Estou saindo! Estou saindo! - disse Seungmin abrindo a porta, e logo saiu do apartamento fechando a mesma.
Ao ver o amigo sair, Changbin voltou toda sua atenção atenção para Sooyan, voltando a beija-la, a blusa dela totalmente aberta, ele deslizou as mãos pela cintura dela sentindo a pele quente.
Ele não sabia o que estava acontecendo ali, nem ao menos queria saber, estava confuso sim, mas havia esperado por um momento como aquele novamente a anos.
- O que deu em você? - ele perguntou pausando o beijo, porém deu algumas mordiscadas no pescoço da garota, que virou o rosto para cima expondo mais o pescoço a ser acessado.
- Cala a boca. - Sooyan pediu em um misto de sussurro e gemido enquanto sentia as mordiscadas dele e os apertões na cintura.
Changbin virou rápido a garota de costas, e ela debruçou um pouco sobre um balção, o rapaz colado nela beijando-lhe a nuca, ela sentiu a ereção dele em sua bunda. Ele afastou o cabelo da nuca dela o jogando para frente em um dos lados, apertou-lhe os ombros e deslizou os lábios devagar expirando quente e silenciosamente na pele dela.
Sooyan sentiu um arrepio da cabeça aos pés e se encolheu quando a sensação passou pela sua espinha, quando ela se abaixou ao se contorcer, Changbin apertou-lhe a cintura, o que a fez ficar ereta novamente, ele fungou no cabelo dela e até mesmo o cheiro dele o despertou mais tesão.
- Não sai daqui, eu já volto. - ele disse no ouvido dela antes de morder o lóbulo de sua orelha.
Changbin deu passos largos em direção ao quarto, na intenção de pegar uma caminha em seu guarda-roupa, quando ficou sozinha, Sooyan passou a mão no cabelo o jogando para trás, ela estava um tanto ofegante, seu coração disparado e a garganta seca.
Ela suspirou e se virou, se encostou no balcão cruzando os braços e olhou ao redor conhecendo o visual do cômodo; era bem aconchegante. Ela, então, começou a pensar, se perguntou o que estava fazendo ali, agora que Binnie não estava perto dela, ela sentiu um nervoso e um frio na barriga.
Será que não estava indo muito longe com aquilo? Com a revolta contra Soo-min, a ponto de usa-lo para provoca-la?
Não queria se arrepender de fazer nada movido pela raiva, e parte dela estava dizendo "relaxa, não está fazendo nada de errado, você é uma mulher livre, essa não seria a primeira vez", enquanto outra dizia "para isso por aqui, não desça no mesmo nível daquela garota, não vale a pena". Mas uma minúscula parte dela gritava tentando ter validade, lembrando do quanto foi bom ter ficado com ele a anos atrás, e nas poucas vezes que sentiu seu coração palpitar quando lembrava daquilo.
Changbin retornou com o punho fechado trazendo uma pequena embalagem metalizada em sua mão, Sooyan ainda não havia decidido se iria ou não continuar.
Ele se aproximou e notou a expressão indiferente da garota, parou bem próximo a ela, mas não a tocou, ele a encarou por alguns segundos.
- Está tudo bem? - ele perguntou. - Você...?
Sooyan o encarou de volta, ainda pensativa.
Ela suspirou e deu um leve sorriso, se afastou do balcão e deslizou as mãos pelo peitoral do rapaz até os ombros, ela envolveu os braços no pescoço dele e o deu um leve beijo, um selinho carinhoso; Changbin fez um biquinho quando seus lábios se tocaram para retribuir o selinho, ambos com os olhos abertos.
Sooyan se virou ainda segurando o rapaz e o guiou para trás, o fazendo encostar no balcão.
- Você da um bom caldo, sabia?! - ela disse baixo, com um sorriso leve, porém malicioso.
- Você acha?! - Changbin perguntou retoricamente devolvendo o sorriso de malícia e a puxando pela cintura.
Sooyan deslizou as mãos pelo corpo do ídol até o cinto aberto, ela abriu o botão do bermudão jeans dele, que estremeceu e sentiu o coração palpitar com força quando ela deslizou os dedos com delicadeza para dentro de sua roupa e acariciou seu membro rígido; Changbin arfou seguido de um murmurou arrastado.
Sooyan massageou com firmeza o membro dele ainda dentro da roupa, ele a apertou pela cintura e a beijou, mas o beijo não durou muito, logo ela se afastou um pouco tirando a mão de dentro da roupa dele, ela o olhou de um lado a outro os ombros largos do ídol.
- Por que você não tira a camisa para mim? - ela perguntou em um tom provocador.
- Quer que eu tire a camisa? - ele perguntou, e deu um riso abafado a vendo assentir mordendo o lábio durante um sorriso.
- A roupa toda. - disse Sooyan, depois ela se olhou, a blusa aberta deixando suas curvas e decote visíveis; ela olhou Changbin. - Depois você continua tirando a minha. - ela disse, o olhar dele fixado nos lábios dela, tomado de desejo.
Sooyan se aproximou novamente e passou os braços por ele, na altura do quadril, para apoiar as mãos no balcão, a mão direita dela pairou sobre a tábua e, em um momento de distração, os dedos dela passaram ao redor na lâmina da faca com a ponta fincada na tábua com certas velocidade e rasgou a pele, por um reflexo mal sucesso devido ao susto da fisgada ela recuou a mão um instante e segurou no que esbarrou, assim machucando a palma.
- Ai.- ela gemeu se afastando e sacudindo a mão antes de olhar a palma aberta.
- Ai, merda. - disse Changbin quando viu o sangue pingando sem parar da mão da garota, ele tirou a própria camisa e enrolou a mão dela as pressas. - Calma, calma. Espera.
Sooyan viu Changbin correr na mesma direção que foi antes quando a deixou sozinha a poucos minutos, ela olhou a mão envolvida pela camisa branca dele e olhou o chão, uma poça vermelha se formou pelas gotas de sangue que se juntaram. Sooyan ficou hipnotizada olhando o brilho e a cor daquele líquido, ela não estava nervosa, tampouco sentia incômodo com a dor no local do corte.
Ela fechou o punho com força apertando o pano, e a dor fina se tornou lancinante, o que ainda não a incomodava, ela percebeu uma mancha vermelha se espalhar pela camisa em sua mão, provavelmente pelo sangramento ter se intensificado quando ela fechou o punho.
Changbin retornou as pressas vestindo uma camisa marrom, ele estava com a chave do carro na mão.
- Vem, eu vou levar você para o hospital.
- O quê? Hospital? Não, não. - Sooyan o olhou. - É só fazer um curativo e está tudo bem.
- É claro que precisa, olha quanto sangue você já perdeu. - ele disse e indicou o chão. - Pode ter rompido um tendão, ou alguma veia.
- Binnie, não precisa, sério. - ela disse. - Nem está doendo, de verdade. Eu só me assustei.
- Não está doendo porque você está com o sangue quente, já que... - ele pausou a encantando. - Ah, deixa para lá. Mas, por favor, Sooyan, deixa eu te levar para o hospital.
Sooyan ficou o encarando, os olhos dele transbordavam preocupação, ainda que ela não estivesse sentindo dor, ele tinha razão; ela suspirou.
- Está bem.
- Ótimo, obrigada. Vamos. - ele disse, e foi em direção a porta.
- Espera. - Sooyan disse e o fez olha-la, ela desviou o olhar por um momento para a poça de sangue. - Eu preciso limpar isso aqui.
- Você está preocupada com o chão? - Changbin perguntou sem acreditar, e abriu a porta. - Esquece isso, vamos logo.
Sooyan caminhou em direção a ele na soleira.
- Mas, o que o Seungmin vai pensar quando chegar e ver isso?
- Depois eu mando uma mensagem para ele, vamos.
E eles saíram em direção ao hospital.

v2 - Not Celebrity • Want You StayOnde histórias criam vida. Descubra agora