v2 - Not Celebrity • Want You Stay

32. O troco.

Sooyan passou o dia sendo confortada por Yuh, a noite, Thória se juntou a elas e fizeram a noite das garotas, assistindo a Doramas e comendo besteira, a intenção era fazer Sooyan esquecer a desilusão com V.
Yuh contou que pediu um adiantamento de suas férias acumuladas, já que um de seus colegas de trabalho saiu de férias e iria para o Japão, eles foram juntos e era lá que estavam hospedados, mas pegaram o trem bala no dia anterior e vieram para Seul passar dois dias, ela não contou a amiga que viria por que queria fazer uma surpresa — só não esperava que quem fosse ficar surpresa com as novidades seria ela.
Também contou que na noite passada foi para a casa de Namjoon e o esperou chegar do desfile da Gucci, mas ele não havia se agradado tanto em vê-la, ainda não haviam se resolvido totalmente, mas que ela não iria deixar aquilo abalar suas férias, já que havia vindo para o aniversário de um aninho de Baby Eun-ho, que seria dentro de algumas semanas.
Na manhã seguinte, Thória foi para a empresa, e Sooyan encontrou Dong-Seok na frente do condomínio em que morava, eles iria juntos visitar um novo espaço para a expansão da empresa deles.
– Como você está? – Dong-Seok perguntou, havia percebido desde que a viu que ela não estava bem, a expressão meio pálida, os olhos um pouco inchados; mas a beleza dela prevalecia.
– Dong-Seok, por favor. – pediu Sooyan em um tom arrastado, ele entendeu o que aquilo significava.
– Eu só perguntei como você está! – ele disse a olhando por um momento, quando parou no sinal vermelho.
Sooyan recostou a cabeça e bufou, ela o olhou.
– Você sabe como eu estou, não é difícil de tirar a conclusão, porque eu sei que os meus olhos, assim como o meu rosto todo está inchado, o que indica que eu chorei a noite toda ou tive uma crise alergia. Mas se eu tivesse tido uma crise alérgica não teria saído de casa hoje. – ela pausou sua fala um tanto irritada. – Então, o que você quer que eu diga? Que você pode comemorar, por que em menos de vinte e quatro horas o V e eu terminamos o que nem tínhamos começamos? Então, você pode comemorar.
– Acha que eu gosto de ver você assim? – Dong-Seok perguntou a olhando. – Eu sei que ele é o pai do seu filho, mas não é a pessoa certa para você, nem mesmo para um lance casual. Se até eu já percebi que ele não te faz bem, como você mesma ainda não percebeu?
– Por que eu sou uma idiota, que gosta de se torturar mais e mais. Eu demorei a perceber que ele me fazia mal. – ela disse olhando pela janela. – Mas parece que só ter percebido não foi o suficiente, já que eu continuei me deixando levar.
– O que importa é que você não deixe mais acontecer daqui em diante. – disse Dong-Seok. – Ele é só pai do seu filho, essa ligação não obriga que você aceite ficar tendo nada com ele, principalmente se te desestabilizar assim, o seu filho precisa de você bem.
Sooyan suspirou e olhou Dong-Seok.
– Você tem razão. Mas eu não quero falar mais disso.
Dong-Seok franziu os lábios e assentiu, ele voltou olhar para o trânsito e o sinal já estava verde, então ele avançou, logo chegaram no local.
Dong-Seok parou o carro em uma zona azul, ele desceu e abriu a porta para Sooyan, que saiu em seguida.
– Sabe, eu andei pensando... – ele disse quando fechou a porta depois que ela saiu. – começamos a pensar em um nome para nossa empresa, mas ainda não decidimos.
– Bem lembrado. – disse Sooyan começando a caminhar do lado dele. – Isso é mais difícil do que parece.
– Eu pensei em um nome. – disse Dong-Seok caminhando calmamente com as mãos nos bolsos.
– Sério? – Sooyan o olhou. – O que você pensou?
Ele exitou por um momento, mas sorriu imaginando a reação da sócia quando ele dissesse.
– Eu pensei em algo como...
Um homem que vinha na direção oposta a deles passou por Dong-Seok e chocou seus ombros.
– Oh! – ele resmungou cambaleando dois passos.
– Desculpe, senhor. – disse o homem de cabeça baixa e mãos juntas como uma súplica para ele. – Eu estava distraído, me desculpe. Perdão.
– Vê se presta mais atenção. – disse Dong-Seok, e se virou para Sooyan. – Você está bem?
Ele havia se esbarrado nela quando se chocou com o homem.
– Está tudo bem. – ela disse e olhou na direção do homem, que foi se afastando. – Que estranho.
– Deve estar bêbado, que vergonha, logo cedo. – disse Dong-Seok, limpou os ombros e continuou andando com a garota.
– Me diz, qual foi o nome que você pensou para a nossa empresa? – Sooyan lembrou em perguntar.
– Ah. – Dong-Seok pausou. – Eu pensei em... Eundongyaan! (undonguian) – pausou novamente. – Empresarial Eundongyaan. Nossa sigla E.D.Y. (i di uai)
Sooyan parou o olhando.
– Eundongyaan?! – ela repetiu séria, se perguntando se significava o que ela estava imaginando.
Dong-Seok também parou e a olhou.
– É. – ele disse. – É a junção do nome do Eun-ho com o nosso.
Sooyan ficou parada o olhando, não sabia o que dizer.
Dong-Seok deu um leve sorriso para ela.
– Você não gostou?
– Está perguntando se eu não gostei? – Sooyan repetiu com a expressão serena. – É claro que eu gostei. Eu amei, Dong-Seok. – ela o abraçou.
Dong-Seok envolveu os braços nela pelo meio.
– Fico feliz que tenha gostado. – ele disse, e logo se afastou. – Faz um tempo que eu estava pensando, mas queria saber se você não tinha ideia melhor, já que sempre tem ideias melhores sobre tudo.
– Eu nunca pensaria em incluir o nome do Eun-ho em algo nosso. – disse Sooyan voltando a caminhar. – Eu não seria egoísta a esse ponto, a empresa não é só minha.
– Eu não veria problemas se quisesse propor isso. – disse ele a acompanhando.
– E é por esse tipo de coisa – ela passou o braço por um dos dele o abraçando de lado. – que eu gosto tanto de você.
Dong-Seok a olhou tendo o braço abraçado e murmurou com malícia.
– Gosta é?! – ele usou um tom provocante.
Sooyan murmurou um riso.
– Cala a boca, tarado.
Eles atravessaram a faixa e chegaram no destino.
O exterior era imenso, o prédio tinha cerca de vinte andares, um enorme estacionamento na frente do prédio, e um no subsolo do mesmo.
A fachada parecia um mosaico de vidro em preto e cinza, que causava uma leve impressão de que um QR Code era formado, a divisória de cada vidro era de parede branca recém pintada.
O exterior também havia sido todo pintado recentemente, o cheiro da tinta ainda podia ser sentido, haviam várias salas enormes e escritórios de paredes de vidro, os banheiros eram em cerâmica branca e mármore cinza. As torneiras pratas inteligentes com sensor de movimento e espelhos do chão ao teto. Todas as portas podiam ser trancadas e destrancadas por senha e cartão manual.
Sooyan havia ficado encantada com o local.
– Uau, aqui é incrível. – ela disse, andando de costas olhando ao redor.
Estavam no vigésimo andar, onde provavelmente seriam os escritórios individuais deles, caso alugassem o espaço.
– Eu gostei bastante, é bem melhor do que aquele último. – disse Dong-Seok caminhando calmamente enquanto olhava para se certificar de que Sooyan não esbarraria com nenhuma das caixas ou móveis cobertos ali. – É bem ventilado também, acho que um ar-condicionado nem precisaria ficar tanto tempo ligado no verão.
– Será que a gente conseguiria manter os funcionários, o aluguel, todas as contas é tudo mais? – Sooyan pensou.
– Sim. – disse Dong-Seok. – É só irmos atrás de clientes de nome e você continuar fazendo projetos incríveis, como já faz.
Sooyan se aproximou da parede de vidro e olhou para cidade lá em baixo.
– A vista também é linda. – ela comentou sorrindo.
Dong-Seok parou ao lado dela, mas não olhou a vista, ele olhou para ela. Ficou a admirando por um tempo.
– Gostou mesmo daqui?
Sooyan suspirou enquanto sorria levemente, ela se imaginou ali, com um grande negócio promissor.
– É, eu gostei sim.
– Que ótimo, então mudamos na próxima semana. – disse Dong-Seok tirando um chaveiro com algumas chaves e um cartão azul do bolso.
Sooyan o olhou confusa vendo-o com aqueles objetos na mão.
– Espera, como assim?
Dong-Seok suspirou e olhou ao redor.
– Esse aqui é a primeira sede oficial da Empresarial Eundongyaan. Sede fixa. – ele olhou Sooyan. – E essas aqui são suas chaves e o seu cartão de acesso.
Sooyan arfou e deu um largo sorriso.
– É sério? – ela pausou. – E a papelada do aluguel?
– Eu dispensei.
– Como assim?
– Mandei substituir pela papelada de venda. – ele deu um leve sorriso. – É nosso.
Levou um tempo para a ficha de Sooyan cair, ela não estava acreditando que Dong-Seok tinha comprado aquele lugar.
– AAAAAAAAAAAAAAAAH, eu não acredito. – ela pulou nele o abraçando, transbordando de felicidade.
Dong-Seok riu, ele já esperava aquele tipo de reação.
Eles ficaram mais um pouco no local, mas logo sairam, voltaram para onde estava o carro do Dong-Seok, mas tiveram uma surpresa quando chegaram lá.
– Ué, não foi aqui que deixamos o seu carro? – Sooyan perguntou confusa vendo a vaga vazia.
– Foi exatamente aqui. – disse Dong-Seok com a mesma confusão e surpresa, ele olhou ao redor.
– Não é uma zona azul? Como alguém levou o seu carro? – Sooyan perguntou sem acreditar.
– Porra, isso vai me causar um estresse danado. – resmungou o rapaz tirando o celular do bolso e abrindo a agenda de contatos do celular, ele apertou a ligação direta em um contato salvo. – Você pode pegar um táxi? Eu vou pedir para o seguro ativar o rastreio, vou esperar para ver se não o abandonaram aqui por perto, podem só ter roubado algumas coisas que estavam dentro.
– Claro, não tem problemas nenhum. – disse Sooyan. – Eu vou no shopping comprar algumas roupinhas para o Eun-ho, ele está crescendo rápido, quase nenhuma cabe mais.
– É, ele está enorme mesmo... Oi, alô. – disse Dong-Seok, e deu uma curta pausa quando atenderam a ligação, ele virou um pouco o celular para trás e pôs a mão na frente do smartphone, ele sussurrou para Sooyan. – Toma cuidado.
Sooyan assentiu e acenou para ele, ela foi caminhando em direção a uma parada de táxi por qual passaram mais cedo.
Alguns metros antes de chegar, ela foi barrada por uma garota em sua frente.
– Ora, ora, ora. – disse Soo-min com os braços cruzados e uma bolsa pendurada feito uma patricinha esnobe. – A famosa Tak Soo-yan.
Sooyan rosnou enojada.
– Sai da minha frente, garota. – ela disse, e tentou desviar, mas Soo-min seguiu seus movimentos a impedindo de passar. – Está querendo levar uma surra?
Soo-min ergueu as sobrancelhas surpresa por Sooyan enfrenta-la, e riu.
– Olha só, como está ousada. – pausou. – Por que todo esse estresse? O V não conseguiu dar o que você queria?
Sooyan ficou parada por um tempo, o comentário de Soo-min, ainda que parecesse uma provocação besta, fez ela imaginar que o rapaz tivesse falado com a garota depois de ter saído de sua casa; ela sorriu e cruzou os braços igualmente a outra.
– Acha que o V já ter transado com você me afeta em algum sentido? – perguntou ironicamente, e obviamente mentindo para si mesma. – Eu não estou nem aí. Da mesma forma que ele transou com você, eu transei com o Jungkook, e está tudo bem.
– Ahn, quem diria. – Soo-min murmurou com sarcasmo, o sorriso em seu rosto já não era mais tão convincente e debochado. – O que será que aqueles idiotas na internet vão achar dessa sua confissão? Afinal, no seu pronunciamento você disse que nunca aconteceu nada entre você e ele, não é mesmo?!
– Então, por que você não posta? – Sooyan perguntou com um sorriso. – Pega o celular agora mesmo, e posta. – ela pausou. – Só vai ter que lidar com as consequências depois, já que não vai ter como provar isso, mesmo dizendo que fui eu quem te falou.
Soo-min descruzou os braços, e o sorriso já não estava mais em seu rosto, uma raiva cresceu dentro dela por ver Sooyan sorrindo ao intimida-la.
– O que foi? – Sooyan perguntou com um tom irônico ao perceber o incômodo da garota. – Perdeu a coragem? – pausou. – Pode postar, eu prometo que não vou desmentir. Mas... Todo mundo vai ficar sabendo que você só está com dor de cotovelo por que seu namorado te deixou por minha causa.
– Por sua causa? Quem você pensa que é? – Soo-min questionou com um tom agressivo. – Você não sabe nada sobre mim e o Changbin, ele me ama, nunca me deixaria por causa de você. Nós tivemos um desentendimento, só isso.
– Ué, se foi por causa da foto, já faz muito tempo, não é mesmo? – o tom ainda irônico. – Se ele te amasse como você diz, não estariam tanto tempo passando por esse "desentendimento". – fez aspas com os dedos quando pronunciou a última palavra. – E se ele tiver passado a te ver do mesmo jeito que eu, ele não vai voltar com você.
Possessa e amargurada, Soo-min estava estérica por dentro, não pensou que a provocação iria ser devolvida ao abordar Sooyan.
– Você acha que pode seduzir o Changbin como fez com o V, com o Jungkook ou qualquer outro? – ela deu um risinho sarcástico. – Ele não é como os outros, fofa.
Sooyan suspirou sarcasmo.
– Você acha que é a única que já transou com idols de grupos famosos?
Soo-min sentiu um tremor.
– Do que é que você está falando?
Soo-yan deu um risinho.
— Ah, ele não te contou? – ela se aproximou ficando bem próximo a garota, e se inclinou na direção do ouvido dela. – Eu já transei com ele também. – ela se afastou.
Soo-min começou a tremer de raiva.
– Isso é mentira. – ela gritou estérica fazendo chique.
Sooyan murmurou um riu alto.
As pessoas que passavam ao redor olhavam assustados para a garota que acabara de chilicar.
– Ele terminou com você por mim, só usou a foto como desculpa. – disse Sooyan para provocar, mas aquilo não passava de uma mentira. – Ele quer mais de mim, mais do que ele quer de você.
– Voce está mentindo. – disse Soo-min. – Só está com raiva por que o V te contou que já dormimos juntos e quer me dar o troco com falsas afirmações.
– Acha mesmo? – Sooyan mexeu as sobrancelhas, um leve sorriso no rosto, ela tirou o celular da bolsa e mexeu parecendo digitar alguma coisa, logo o som de uma notificação anunciou a chegada de uma mensagem; ela olhou para Soo-min, ela passou pela garota e andou até o táxi parado ali. – Você sabe onde ele mora, não é?! Passa lá daqui a uma hora. Uma não, aliás, duas. Duas horas é o suficiente para nós. – ela sorriu acenando e entrou no carro, que não demorou a seguir.
– Sua vadia maldita. – Soo-min gritou para o carro enquanto ele saia da vaga de parada.
As pessoas que passavam olhavam para Soo-min se ela fosse alguém fugido de um manicômio, ela notou que estava sendo alvo de olhares e cochichos. Ela balançou a cabeça tentando disfarçar e jogou o cabelo por cima do ombro, ficou olhando na direção que o táxi de Sooyan foi e ficou remoendo por dentro uma raiva imensurável.

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