34. Justiça falha.

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Sooyan tentou se manter firme, mas a noite, depois que Baby Eun-ho adormeceu, ela chorou encolhida em sua cama sendo amparada por Thória até amanhecer.
Thória quis faltar ao trabalho para ficar com a amiga, mas ela disse que ficaria bem sozinha, e a fez ir para o trabalho. Porém, em todos os momentos que ficava sozinha ela desabava em lágrimas, e seu consolo vinha de Baby Eun-ho, que engatinhava até ela e se levantava abraçando suas pernas.
Ela não estava bem em casa, sem ter o que fazer, lembrando por últimos momentos de Yuh, então arrumou o bebê a si mesma e foi para a empresa. Assim que viram Sooyan chegar com o filho, todos os funcionários se entre olharam estranhando com surpresa a presença dela ali.
Ela passou direto indo para sua sala, a qual dividia com Dong-Seok, que não estava na empresa.
Thória bateu na porta e entrou na sala, Yind logo atrás dela.
- O que você está fazendo aqui? - Thória perguntou.
- Eu preciso trabalhar, não é?! - Sooyan disse, a voz fanha pelo nariz entupido, o rosto inchado de tanto chorar.
- Chefe, vai para casa, você precisa descansar. - disse Yind. - Nós podemos dar conta de tudo o que tem para resolver hoje.
- Eu não aguento ficar na quietude daquela casa com os meus pensamentos gritando. - disse Sooyan. - Aqui é melhor, eu tenho o que fazer, fico um pouco desfocada e ajudou vocês, já que, pelo visto, o Dong-Seok vai faltar hoje.
Thória e Yind se entre olharam; Thória foi até o carrinho e pegou Baby Eun-ho, ela o entregou para Yind, que o recebeu com um sorriso.
- Leva ele para brincar um pouco enquanto eu converso com a Sooyan.
- Oi, bebê, eu sou a Yind, tudo bem com você? - Yind brincou com o bebê em seu colo quanto caminhava para fora da sala, Thória fechou a porta quando ela saiu e cruzou os braços voltando a atenção para Sooyan, a expressão indecifrável.
Sooyan bufou.
- Por favor, não insiste para eu ir embora. - pediu.
- Não é isso. - disse Thória, e se aproximou da mesa, a qual a amiga estava de pé atrás. - O Dong-Seok ligou pouco antes de você chegar.
- O que ele queria? - perguntou. - Ele disse por que não veio hoje?
Thória respirou fundo criando coragem para pronunciar as palavras.
- Ele foi preso.
- O quê? - Sooyan perguntou instantaneamente se sentando com o susto.
- Ele disse que foi até a delegacia prestar queixa sobre o roubo do carro, mas quando passou os dados da placa eles o prenderam como autor de um atropelamento ontem. - conto Thória.
- Atropelamento? - Sooyan repetiu. - O Dong-Seok estava comigo ontem, ele não atropelou ninguém, e o carro dele foi roubado.
- Eu também não acredito que tenha sido ele. - disse Thória desanimada, e se sentou na cadeira de frente a mesa. - Mas algumas testemunhas anotaram a placa do carro envolvido, e as descrições do veículo batem com o dele, disseram que ele não teria sido preso como suspeito se tivesse ido fazer a denuncia do roubo antes do acidente acontecer. E o carro foi achado em um estacionamento de rua próximo a casa dele.
- Quê? Isso tudo é um absurdo. - disse Sooyan inconformada com o que ouvira. - O Dong-Seok nunca faria uma coisa dessas, como podem ignorar o fato dele ter ido até lá fazer a denuncia do roubo?
Thória exitou, mas precisava contar.
- Tem mais uma coisa... - ela olhou Sooyan, as sobrancelhas franzidas, a expressão entristecida. - Foi o acidente da Yuh.
Sooyan se sentiu tonta com a última frase que Thória disse, ela sentiu um aperto no peito, e pôde ouvir seu coração batendo tão forte que sua cabeça latejava, o ar faltou em seus pulmões e ela começou a suar frio, tudo ao redor pareceu girar.
- Sooyan? - Thória chamou percebendo gotas de suor se formarem na testa da amiga.
Sooyan começou a hiperventilar, mas não conseguia respirar, ela sentiu uma sensação fria e angustiante em seu estômago, e começou a tremer.
- Sooyan? - Thória insistia chamando.
A visão da garota estava desfocada, tudo girava, mas ela pôde ver a silhueta embaçada da amiga dando a volta na mesa, e um zumbido afastado que se assemelhava com a voz dela.
Os braços de Sooyan começaram a formigar, e uma dor fantasma causou pressão nas feridas de sua mão.
- Sooyan, está me ouvindo? Está tudo bem? - Thória segurou a amiga pelos ombros e a sacudiu.
Ao ser chacoalhada, as sensações que Sooyan sentia foram se afastando rapidamente, deixando apenas um leve formigamento em sua mão direita, ela tomou fôlego lembrando de respirar e piscou forte algumas vezes antes de olhar a amiga.
Thória foi até um mini bar ali no canto da sala e encheu um copo d'água, ela voltou para perto da amiga e estendeu o copo para ela.
- Bebe um pouco de água... Você está bem? - ela disse. - O que aconteceu? Você ficou pálida de repente.
- Não foi nada, eu estou bem. - disse Sooyan, a voz trêmula, ela pegou o copo d'água e bebeu um pouco, depois passou a mão na testa para limpar o suor frio. - Eu só... não esperava essa coincidência.
- Sei que pode ter levado um susto, mas isso foi bem estranho. - disse Thória vendo a cor normal da garota retornar a seu rosto.
Sooyan colocou o copo na mesa e se levantou.
- Pode ficar com o Eun-ho para mim? - ela deu a volta na mesa passando pela amiga e pegou sua bolsa na poltrona.
- Eu fico. - disse Thória a vendo ir em direção a porta e pegar a bolsa. - Onde é que você vai?
- Para a delegacia. - ela disse. - Eu preciso sair em defesa do Dong-Seok.
Thória se aproximou da amiga.
- Espero que seu depoimento sirva para declararem ele inocente, já que vocês estavam juntos quando o carro dele sumiu.
- É. - Sooyan suspirou. - Eu vou pegar um táxi, te ligo quando sair de lá.
- Tudo bem, boa sorte. - disse Thória, e viu a amiga sair pela porta.

v2 - Not Celebrity • Want You StayOnde histórias criam vida. Descubra agora