Capítulo 20 | Voices

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Catando mais resíduos da minha destruição.

Catando mais resíduos da minha destruição

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Eu fui quase morta.
Eu quase morri ontem.

Se eu não tivesse conseguido e se eu tivesse falhado? Será que eu estaria respirando hoje.E o meu irmão com quem ficaria se eu tivesse evaporado do mundo?

O pânico começa a me subir a cabeça, sinto as minhas mãos tremerem junto das minhas pernas, sinto elas falharem, sinto o meu coração na garganta o choque e o medo me invadem e torna tudo numa total escuridão, as paredes ficaram pequenas me sufocando e me encolhendo, vozes ecoam na minha cabeça.

_Você é uma inútil_

— Não,Não,Não — eu falo desesperada enquanto a voz continua sussurrando no meu ouvido

_Você nem consegui se proteger a si mesma..._

— Isso não é verdade, cale-se por favor — grito e tapo os meus ouvidos tentando não escutar mais aquilo continua

_Você vai falhar, e se matar..._

— Ca..cala a boca — ordeno com dificuldade apertando as mãos nos ouvidos

_E MATAR O MEU FILHO, SUA BASTARDA DE MERDA_

— CALA A PORRA DA BOCA — grito com raiva e bato com mão em um punho no espelho

O vidro quebra e os cacos espalham-se na minha mão e se fundem com o sangue que escorre entre os dedos, eu sentia uma dor, uma dor que não vinha do punho mais sim do merda do meu coração, uma dor insuportável e profunda, perdi a Lin, estou sem rumo sem suporte sem nada com oque eu possa falar sem fazer questões ou julgar.

Estou sentindo a minha direção ficar turva, estou perdida outra vez, os fantasmas que pensei já não existirem voltaram e mais fortes, me deixando impulsiva e perigosa. Tenho medo de sair daqui e magoar as pessoas de quem eu gosto, tenho medo de me tornar no monstro que eu tenho carregado nas costas desde que nasce, me fazendo impura e diferente, tudo em mim é sujo e vergonhoso.

Tento chorar, tento jorrar alguma gota de água dos meus olhos para colocar pelo menos algum alívio em meu coração, para poder soltar em cada fungada tudo que tenho guardado por esses últimos anos, mais nada, parece que tudo em mim está parado em um circuito de tempo indescritível onde eu não percebo nada além da minha desgraça.

— Lilian — ouço a Hannah me chamar em pânico e entrar no quarto — Lili você já viu as notícias? O... — ela pausa quando entra no banheiro e vê a minha mão ensanguentada

— Lilian oque você está fazendo? — ela vem até mim rapidamente e guarda o iPad que está entre as suas mãos,encara o espelho quebrado e depois olha para o meu rosto

— Você está sagrando, olha esses cacos todos,meu Deus — diz segurando no meu punho — Precisamos ir ao hospital ver i..

— Não é preciso — corto-a tirando a minha mão dos sua e me virando

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