A Casa do Lago - Onde tudo começou...

Capítulo 54

Ana Carla: E então Priscilla no que eu posso te ajudar? – eu contei tudo ela do meu relacionamento com a Natalie, do meu filho, do meu antigo relacionamento, da incerteza sobre casar que eu senti nos últimos dias e me sentia mal por sentir isso.

Eu: E é isso Ana Carla. Eu sinto que estou arrastando a Natalie para o meu caos. Ela não tem que fazer isso, ela não tem que ser mãe do meu filho, ela não tem que se casar comigo e se sentir obrigada a ser mãe dele.

Ana Carla: Priscilla, você não pode interferir no livre arbítrio da Natalie. Ela é adulta, ela sabe no que ela está se envolvendo. Se você vê tanto amor saindo dela, tanto amor dela pelo Noah, dos pais dela, a sua mãe que você tinha uma péssima relação parece que virou outra pessoa depois da chegada dele. Ela não faria isso por obrigação, até porquê, vocês duas ainda não tem um relacionamento no papel e mesmo se tivessem, para obriga-la a ser mãe dessa criança. Se ela está fazendo isso é porque ela já nutre um sentimento por ele, é porque ela já o ama, e ela quer. Ela estabeleceria limites se não fosse desejo do coração dela ter o bebê com você, ser mãe dele com você. Ela topou viver isso com você. É completamente normal a sua insegurança, porque nem você queria estar vivendo agora, você não planejou ter uma criança agora, essa criança veio de maneira totalmente errada pra sua vida. Aquela mulher foi extremamente louca, desonesta, injusta e ela te enfiou isso tudo. O seu medo da Natalie viver tudo isso com você é que você está sendo obrigada a viver isso. – e era verdade. – Você não queria estar vivendo isso. Você vai casar em outubro, vai viajar de lua de mel, e queria poder curtir isso por mais tempo. Mas você é mãe agora do filho de uma mulher que te fez mal de todas as maneiras e quase destruiu sua vida e sua carreira e você não queria isso. Está pesado pra você assumir essa maternidade – eu comecei a chorar.

Eu: Eu amo meu filho. Eu já o amo demais, que chega a doer.

Ana Carla: Eu sei... Eu acredito nisso. Mas não estava nos seus planos e você está com medo dessa experiência, e seu medo de viver isso está se tornando num medo da Natalie viver isso e de certa forma isso afetar o casamento de vocês. – foi uma longa conversa e que tirou um caminhão de cima de mim. Eu estava com medo de ser mãe, eu estava com medo do que podia acontecer a partir do momento que o Noah fosse pra casa. Ela me encaminhou para um psiquiatra porque eu estava com um inicio de depressão também. Eu consegui passar pelo psiquiatra que ela me indicou assim que sai de lá. Conversei bastante com ele e mais uma vez chorei muito. Ele pediu um exame de sangue completo, umas coisas bem diferentes, e me indicou um antidepressivo leve para me ajudar, mas pediu que eu fizesse o exame de sangue primeiro antes de comprar, que dependendo do resultado talvez ele mudaria. Sai de lá marquei o exame de sangue para o dia seguinte, precisaria de 8 horas de jejum. Eu vi a Natalie no fim do dia, quando eu fui ver o Noah. Ela chegou lá no hospital e eu já estava lá. Ela teve audiência o dia inteiro.

Nat: Oi... – me deu um beijo.

Eu: Oi...

Nat: Oi filho... – eu estava dando mamadeira pra ele. – E ai como foi a terapia?

Eu: Foi muito boa. Esclarecedora. Ela me encaminhou para um psiquiatra, vou fazer um exame de sangue que o psiquiatra pediu.

Nat: E o que o psiquiatra disse?

Eu: Que eu estou com inicio de depressão. Amanhã cedo vou fazer o exame e levo pra ele assim que ficar pronto.

Nat: Amor... Quer falar sobre isso agora?

Eu: Não. Não quero falar sobre isso em momento algum. Eu resolvo, fica tranquila. Agora eu quero fica aqui cheirando cada pedacinho do pescocinho do meu pintinho amarelinho. – fiquei grudada com ele por horas. Só saímos de lá depois de termos sido expulsas pela pediatra de plantão. – Vou pegar nosso jantar não estou a fim de cozinhar, o que você quer comer?

Nat: Ah, sei lá... O que você quiser.

Eu: Vou passar no Italiano ok?

Nat: Tá bom. – ela foi para o carro dela, eu fui para o meu, parei no restaurante, peguei canelone e lasanha, peguei uma sobremesa e fui pra casa. Ela já tinha chegado, estava no banho, eu coloquei a mesa e ela logo veio. – Não vai tomar banho primeiro?

Eu: Não. Eu tenho só até as 21 horas para comer, e já são 20:15. Vou comer primeiro. Vai querer vinho?

Nat: Sim. – peguei o vinho pra ela e um suco de laranja pra mim. – Recebi a notificação da entrega do carrinho, do bebê conforto da cadeira de balanço e do cadeirão do Noah. Chega amanhã de manhã, eu não vou estar em casa, tenho audiência as oito. E está lá que chega entre 8 e 9 da manhã.

Eu: Eu vou fazer exame as 7 e venho pra casa pra esperar depois eu vou trabalhar. O Moises também vai ser entregue amanhã de manhã chegou notificação pra mim hoje a tarde. Já viu sua roupa pra casar?

Nat: Sim. Mandei apertar vou pegar amanhã a tarde e você?

Eu: Sim, já está tudo certo. – sorri. Conversamos sobre o almoço de casamento nos meus pais, depois eu fui tomar banho, ela foi lavar a louça. Depois do banho escovei os dentes, hidratei meu corpo e fui pra cama. Natalie foi fazer a higiene dela e logo veio pra cama também. – Como foi sua audiência?

Nat: Ganhei a causa, mas a outra parte vai recorrer, então vai pra segunda instância e vou pedir uma indenização milionária porque não tem como ganhar essa causa em segunda instancia é inconcebível.

Eu: Pelo que você tinha dito é mesmo. Acho que eles estão tentando tanto ganhar em cima da empresa que você representa, que eles vão perder e muito, isso sim.

Nat: Sim. E vão ter que decretar falência. – ficamos em silêncio – Vamos falar sobre o inicio de depressão?

Eu: Ai amor... Eu não gosto de falar das minhas fraquezas. – suspirei.

Nat: Não é fraqueza. Você está sendo forte pra caralho amor. Olha tudo que você passou e tudo que está passando agora com a chegada do Noah. Eu sou sua esposa. A gente precisa conversar sobre isso, eu preciso saber o que você está pensando amor...

Eu: Eu não estou pensando nada. Eu não consigo pensar em nada. Eu estou buscando ajuda profissional pra tudo isso, eu não sei o que eu estou sentindo eu não sei te explicar isso. – comecei a chorar, eu estava nervosa.

Nat: Tudo bem... – me abraçou – Eu te amo e eu estou com você ok?

Eu: Obrigada. Eu te amo, muito. – eu não dormi direito, estava tendo pesadelos. Acordei cedo morrendo de fome, mas não podia comer nada.