OO2 | Você tá obcecada por mim?

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     E ENTÃO, desde aquele dia, sou cuidadosa na escola.

— Fala sério, Yura. Vai viver. - Aran se referia ao meu medo de esbarrar com o filho do senhor Nishimura. — Pelo menos o garoto era bonito?

— Não sei, ele não me olhou direito. - confesso, tirando os meus materiais da mochila. — Quer dizer, não. - paro e reflito. — A gente se olhou, mas foi só umas encaradas.

— Hmmmm... - ela diz com tom malicioso.

— Não seja assim, Aran. Eu estaria mais próxima de namorar o pai dele do que ele em si. - sento no meu lugar e olho minha melhor amiga que estava em cima de sua classe.

— Então por que tanta cautela? Ele é um zé ninguém. - Aran cruza as pernas.

— Nossos pais são amigos. Já imaginou ele falar que sou uma estranha no intervalo e isso chegar lá em casa?

— E daí? Aliás, você não faz nada no recreio a não ser ficar brincando de pergunta e resposta de matérias que caíram horas antes comigo. - ela apoia suas mão na classe que estava sentada sobre.

— Você me faz parecer uma chata viciada em notas. - reviro os olhos.

— Convenhamos, Yura. Se você no mínimo não virar presidente da Coréia do Sul, eu mudo meu nome para Batman. - Aran tira um pirulito do bolso. — Quer?

— Não, obrigada. - pego meu celular.

— Qual o nome do idiota mesmo? - ela põem seu doce na boca.

— Nishimura Riki do segundo ano. - confiro as notificações na barrinha.

— E a turma?

— Não perguntei. Amiga, ele era o cúmulo da ignorância. - disponho minha atenção inteira na nossa conversa ao largar meu celular. — Se não fosse pelo pai dele, nem o nome do garoto eu teria perguntado.
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     Por mais sociopata que isso soe, eu realmente gosto muito de estudar.

     Desde pequena me cobrei muito nessa questão. Gosto de elogios, principalmente nas coisas que eu realmente me esforço, como os meus estudos, por exemplo.

     O fim de aula havia chegado e, rapidamente vou até a biblioteca da escola.

     Toda semana, depois das aula, eu venho até aqui e desperdiço algumas poucas horas do meu dia apenas para revisar e me aprofundar no conteúdo passado.

     Já que existem blocos na escola, passo pelo ginásio, e então por um portal ao ar livre que, se caminhar um pouco mais, me da a chance de chegar até a porta do bloco da biblioteca.

     No mesmo local, existem outras diversas salas como: as de canto, de dança, as dos grupos de estudos e até mesmo a dos professores. É um extenso corredor.

     Abro a porta principal.

     Nesses horário, todos os alunos estão indo para as suas aulas. Então, existia um amontoado considerável de pessoas.

     A dúvida que não quer calar: "Por que estudar sozinha na biblioteca ao invés de um grupo de estudos?".

     Simples: sou individualista demais para esse trabalho em equipe. Eu gosto desse controle de estudar o que eu quero, com o meu tempo, sem ter que ficar ajudando e ouvindo todos o tempo inteiro.

— Bom dia, querida. A aula foi boa? - a bibliotecária me conhecia pelo cotidiano.

— Bom dia, senhora Lim! Foi tudo ótimo, obrigada. - me afasto para chegar até a mesa e finalmente começar.
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     Ufa! Me espreguiço no lugar e começo a guardar meu material.

     "Papai, tô liberada!" é digitado no meu celular. Assumo que torcia mentalmente que não acontecesse outro incidente do tipo que eu precisasse ir de carona com um desconhecido.

     Se bem que, isso tudo só aconteceu porque naquele dia eu não havia ido para cá. Mais um motivo para eu não parar com essa rotina.

— Tenha uma boa tarde, senhora Lim. - seguro na maçaneta da porta da biblioteca com a intenção de sair.

— Boa tarde, Yura! - sinto-a sorrir.

     Caminho até a saída do bloco para ir encontrar meu pai, que provavelmente já me esperava, quando:

— Ei! Garota! - uma voz desconhecida me chama. Viro.

— É comigo? - aponto para mim mesma.

— Sim, com quem mais seria? - era o garoto da carona, Nishimura Riki.

     Agora, na claridade da hora do almoço, eu conseguia ver seu rosto.

     Ele tinha cabelos negros, uma pele clara com olhos bastante japoneses. Alto, estilo despojado e mãos largas que passavam por seus fios repetidas vezes. O garoto suava.

— Não entendi, o que você quer? - pergunto em dúvida do porquê disso tudo.

— Vem cá, você tá obcecada por mim? - ele havia superado todas as minhas expectativas de questionamentos que o japonês tinha possibilidade de fazer.

— Do que está falando? - relaxo a postura com a interrogação repentina.

— É, você sabe do que eu estou falando. Está me perseguindo até nos fins de aula.

— Você tá maluco? - não iria assumir que fiquei observando cuidadosamente o intervalo inteiro para me esconder caso o mesmo fosse enxergado por mim. Mas de fato, eu não o vi hoje.

— Você que tá. Além de que me esperou acabar a aula de dança para ir embora comigo. Só faltava entrar na sala para me olhar de perto. - então, eu rio.

— Você tem muito ego, Riki. - o garoto não entendia o motivo da risada, era claro pela sua expressão.

Sua feição muda.

— É Ni-ki. Ninguém me chama de Riki aqui.

— Que seja, Riki ou Ni-ki. Eu estudo todos os dias na biblioteca. E outra, por que eu perseguiria um ignorante desses? Falando sério, eu me prezo. - o olho.

— Quem viria para esse lugar passar duas horas estudando depois de mais de cinco só de aula? - ele se defende.

— Eu. Minato Yura iria. Agora se me dá licença, tenho mais o que fazer a não ser falar com um desgovernado. - e sem mais delongas, o deixo sozinho ao sair do bloco.

     Aquilo tinha sido o ápice da loucura para mim. Com certeza iria rir disso pro resto da semana.

𝗩𝗘𝗡𝗨𝗦, n. ni-kiOnde histórias criam vida. Descubra agora