OO8 | A verdade

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𝜗𝜚

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     A ESCOLA começou a ser algo perturbador desde então.

     Ni-ki tinha muito ego, isso era um fato. Mas, de uma coisa ele tinha razão: algumas garotas já sabiam e realmente se sentiram ofendidas com o acontecimento.

     Eu estava envolvida, mas não tinha controle algum sobre a situação. O que falariam, como me olhariam e a forma como tratariam todas essas informações não era algo que eu pudesse mudar.

     Nós, "o casal de japoneses", nos afastamos naturalmente

     Nem eu, nem Ni-ki tínhamos o saco de suportar tamanha implicância, fofoca e provocação recebida. Como se voltássemos ao ensino fundamental.

     Toda vez que vinham falar comigo sobre tal assunto, eu me defendia. E era sempre a mesma resposta: "A carta é falsa, não é minha a letra."

     Minha relação com Heeseung não mudou, já que ele parecia evitar essa polêmica também.

     O problema em si é que, não pensava que Ni-ki fosse tomar a mesma atitude que eu. E por isso, nehuma palavra foi trocada desde o último "tchau" dado.

     Não que fosse chocante, é só surpreendente. Sempre considerei Nishimura uma grande criança insuportável com maturidade de sete anos mentais. Mas, não. Ele pensou igual a mim.

     Já faz uma semana que tudo aconteceu.

     Apesar de as bocas não se conversarem, os olhos pareciam fazer esse papel.

     Pegava Ni-ki me encarando na hora do recreio. Sendo que, de acordo com seu pai, ele jogava basqute nos intervalos.

     Heeseung nunca falava comigo quando o japonês estava junto.

— Ei, o que você tá pensando? - Aran me tira dos pensamentos dando um estalo na frente do meu rosto.

— Que estou com fome. - mastigo.

— Você está comendo, Yura. - ela soltava uma risadinha. E olha para trás. — Adivinha quem chegou? - Aran vira de volta para mim rapidamente.

— Não me diga. - bufo e localizo meu olhar para minha comida

— Vai se resolver com o Ni-ki quando? Eu quero falar com o meu namorado em paz. Ele nunca fala comigo quando está com o seu chatinho.

— Vocês nem se beijaram ainda, Aran.

— E dai? E você que nem fala mais com o seu. - ela se referia a Ni-ki?

— Está falando de Riki?

— E de quem mais seria?

— Aran, eu agradeço todos os dias por termos nos afastado.

     Tomo coragem para encarar Heeseung.

     Ele sorri para mim, e eu, sem graça, sorrio de volta.

     Vejo Yang Jungwon com os três.

— Eles realmente adotaram Jungwon. - falo baixo, novamente me concentrando na comida.

— Jungwon? Sempre foram amigos... - Aran sabia do que falava.

— Jura? Pensei que haviam se aproximado por interesse, já que ele é da nossa turma.

— Não, Jungwon e Jake são próximos desde o fundamental.

     Os garotos decidem sentar na mesa atrás de mim.

     Eu sinto todos passarem por mim, até mesmo Jaeyun atirando um beijo a Aran.

— Ei, não olha para trás.. - Aran diz estranhando. — Mas Ni-ki está encarando suas costas como se fosse a refeição dele.

— Minhas costas? Tem algo nelas?

— Não tem nada, mas são as costas de Minato Yura. - ela ri fraco. — Se o objetivo dele era te ignorar, o coitado tá passando por uma psicologia reversa.

— Como assim? - de onde Aran ficou tão inteligente?

— Deve ter posto na cabeça dele que era pra te ignorar, mas só te nota cada vez mais. - a garota abaixa a visão. — Ele te come pelos olhos, Yura.

— Não fale bobagem. Esse cara é maluco e você mais louca ainda por achar essas coisas.

— Por que te mentiria? Você odeia ele, eu não implicaria com você sem motivo.
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     Ontem, após o episódio do intervalo, dormi mal.

     Que diabos foi aquilo, Aran? E por que penso tanto sobre isso?

     Quer dizer, de verdade, ninguém nunca me encarou assim como me descrevem. Por mais que seja o temido Nishimura Ni-ki fazendo isso, permanecia sendo algo novo para mim.

— Bom dia... Você parece cansada. - Aran diz ao me ver no dia seguinte.

— Fiquei pensando em ontem. Isso é loucura total. - eu sempre serei honesta com a minha melhor amiga.

— Ficou pensando em Ni-ki?

— Não, fiquei pensando no que você falou.

— Foi tão marcante assim? - concordo com a cabeça.

— Minato Yura!! - ouço uma voz num tom sorridente da porta da sala me chamar.

     Era quem eu nem imaginava que pudesse ser: Nishimura Misola

— Misola! Oi! O que está fazendo aqui? - respondo com a mesma intenção que ela parecia ter.

— Podemos... - ela olha preocupada para minha amiga. — Falar fora da sala?

— Claro, sem problemas. - Misola me segue até chegarmos aonde a mesma entrou.

     Ela fica calada por um tempo, como se pensasse.

— O que aconteceu, Misola? - eu havia feito algo de errado?

— Vim me desculpar. - eu a olho. - Ni-ki me mandou vir até você me desculpar. - ela reformula a frase.

— Ni-ki? - o que ele tinha a ver com a situação?

— É... Sabe.. A carta. - ainda estava sem entender. — A culpa não é minha, meu irmão não aproveita as chances que a vida dá na cara dele. Ele só deixa passar!

— Do que está falando?

— Eu que escrevi a carta. - era óbvio. Como nunca pensei nessa possibilidade?

— Então, foi você? - ria de o quão patético isso era.

— Sim, fui eu. - ela percebe que não fiquei tão brava assim, então vê uma grande oportunidade de continuar.  — Eu provoquei ele até o limite em relação a você. Te chamo de namorada do Ni-ki.

     Uau, que maluquice.

— Meu Deus, Misola.

— Até os amigos dele souberam, zoam ele até hoje. - rio. Eu sou estúpida. — Desculpa, Yura.

— Tá tudo bem, Misola. Já passou. - e estava mesmo.

— Parcialmente, eu fiz sem querer. - Misola ainda tentava explicar. — Impliquei sobre você com ele, mas não sabia que ele estava de ligação com Heeseung e Jake.

— Você definitivamente acabou com os contatinhos do seu irmão.

— E dai? Quero que você seja minha cunhada, seria um prazer. - crianças...

— Você é engraçada, Misola. - o sinal bate.

— Você sempre fala isso. Pare de rir e leve a sério.

     Que despedida mais aterrorizante.

𝗩𝗘𝗡𝗨𝗦, n. ni-kiOnde histórias criam vida. Descubra agora