OO9 | Droga!

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𝜗𝜚

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𝜗𝜚

     MINHA MATÉRIA favorita de estudar é física. Além da minha facilidade, eu me interesso cada vez mais, já que tudo sempre se completa nos conteúdos passados.

     Mas depois de hoje, estava difícil ter foco.

     Ok, eu me entendo. É uma confusão justa. Vou trocar para matemática que é só lógica, certo?

     Começo a fazer os cálculos dos exercícios do meu livro como se fossem me dar respostas sobre o que fazer em relação a Nishimura.

     Aqui é só aplicar bhaskara, e... Merda, não consigo raciocinar direito.

     Que raios estava acontecendo?

     Nem nos falamos mais, eu odeio ele.

     Chega! Já era o suficiente. Passei mais tempo aqui, sentada, tentando produzir algo do que em qualquer outro dia.

     Era sexta-feira, eu teria todo o resto do fim de semana para estudar o que eu não consegui hoje.

     Pego minhas coisas.

     E só saio pela porta.

     Senhora Lim não estava lá, até onde sei, a mesma teve uma urgência familiar.

— Yura. - eu sabia quem era, mas preferia não me virar. Vai ver era alucinação.

     Mas, ele não insiste mais.

     E se fosse algo de relevância?

     Paro a alguns passos de distância.

     Finalmente, o olho. Era Ni-ki.

     Ele me esperava totalmente transpirado. Parecia estar a minha chegada fazia algum tempo, já que não bufava. Teria ele sido cuidadoso a respeito dos meus compromissos?

     Eu não o vi quando atravessei porque o japonês aguardava-me grudado na parede da porta, aonde não se é visível quando passa.

     Nishimura tinha seus traços mais destacados quando estava suado. Isso o deixava mais bonito.

— Ah, oi.

— Misola falou com você? - ele coçou a nuca e se desencostou da parede para se aproximar.

— Sim, falou. - sou breve, como se estivesse com pressa.

     E eu não estava, na verdade, eu iria comer um aperitivo na loja de conveniência mais perto de mim logo depois de sair da escola.

— É.. Me desculpa o transtorno...

— Tá tudo bem. Como você disse, ela só tem quatorze anos. - relembro do que o garoto falou.

Ni-ki me olha aliviado.

— Com quatorze anos já se tem noção das coisas. - ele estava certo, mas eu adorava Misola. — Ela criou uma fofoca gigantesca com o seu e o meu nome. Acredito que esteja sendo ruim para você.

— Não se preocupe. Não é tão grave essa mentirinha. Você que deve estar magoado com ela. - Nishimura transparecia confusão em seus olhos, querendo saber qual das razões que eu estava falando. — Já que você perdeu contatinhos por minha causa.

— Isso não é tão importante. - como não? Ele só fala da sua aparência e de como é admirado pelas outras.

— Eu desmenti a todos que me perguntavam. Tentei limpar sua barra. - mais ou menos. Queria que Ni-ki se ferrasse um pouco.

— Nossa, obrigado. Não precisa se incomodar com isso. - o assunto havia chegado ao fim. — Me desculpa também pelo... Pelo meu comportamento no carro e.. Também pelo jeito que te abordei aquele dia, te acusando de obsessão.

     Sou surpreendida. Bom garoto.

— Você foi fofo agora. - sorrio de uma forma calorosa, o que faz com que o gelo quebre aos poucos. — Obrigada por me deixar claro seu arrependimento, eu te desculpo.

— Mas de qualquer forma, minha irmã errou muito. Mais do que eu em todos os incidentes. - parecia que ele queria provar que era merecedor de um perdão.

— Claro, mas ela é justificável.

— E eu não sou?

— Hmmm... Depende. Você tava de tpm?

— Não?

— Então, não é. - Ni-ki deixa um sorriso de lado escapar. Bonito.

— E o que justificaria? Eu estava tendo um dia ruim, tá bom?

— Pronto, justificado. - era bem mais fácil do que parecia.

     De repente, nossa intimidade voltava a tona como se nunca tivesse sumido. Como se essa uma semana sem nenhum tipo de comunicação (a não ser a visual que foi muito utilizada) nunca tivesse existido.

     Ás vezes, até mesmo eu me perguntava da onde surgiu tanto sentimento de conforto ao falar com Ni-ki. Nós nos odiamos. Então por que tanta proeza em manter uma conversa?

— Preciso ir, Yura. Misola já já sai da sua aula e a última coisa que eu quero é que ela se encontre com você. - ele vai se afastando. — Até alguma hora, por aí.
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— Eu sou uma idiota. - bato na minha testa, na mesa da loja de conveniência.

Que droga, Yura. Por que você foi discutir com o japonês bem essa semana? - Aran, que estava comigo por ligação, diz. — Qual é, você não lembrou nem um pouco do meu aniversário? Não tem como eu desconvidar ele.

— Merda, merda, merda. - digo baixo, além de estar em lugar público, eu sentia vergonha de mim pelo o que estaria por vir.

Ele é um dos melhores amigos do Jake. Sem chance de eu desmarcar. - ela esfregava na minha cara que eu deveria agir.

— Eu sei, Aran, mas não sei como reagirei.

Simples: se ele está num canto, vá para outro.

— E eu vou ficar nessa logística por horas de festa?

Eu sei melhor que ninguém que você se dá muito bem em festas. Não é tão difícil assim. - ela suspira. — Ei, Ni-ki é super hiper mega alto. É fácil achá-lo na multidão.

— Não exagera, ele só é um pouco. - relembro o que Aran falou. — Mas e se eu achar ele? O que eu faço?

Sua besta, é só sair dali. Já não te expliquei? - eu estava com o canudo na boca, bebendo meu café como uma recém-condenada.

     As palavras de Aran entravam num ouvido, e saim em outro. Eu estava tão nervosa que era impossibilitada de manter a atenção em qualquer assunto.

— Aran?

Oi?

— Você promete vir na minha casa se arrumar comigo?

Mas é claro.

— Isso é única coisa que me deixa minimamente alegre. - me deito na mesa do lugar.

Não esquece que também é o meu aniversário, da sua melhor amiga. E eu tô lá pra você se não aguentar.

— Obrigada, Aran. Vou precisar muito dessa ajuda. - ela ri do ênfase que dou.

𝗩𝗘𝗡𝗨𝗦, n. ni-kiOnde histórias criam vida. Descubra agora