9| desapontamento

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Apoiado na balaustrada da sacada do meu quarto, inclinei a cabeça enquanto buscava encher meus pulmões com o ar da noite, tentando organizar meus pensamentos contraditórios

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Apoiado na balaustrada da sacada do meu quarto, inclinei a cabeça enquanto buscava encher meus pulmões com o ar da noite, tentando organizar meus pensamentos contraditórios.

Mesmo com os braços apoiados, meu olhar vagava pela vasta propriedade, envolta na quietude da madrugada fria e úmida. No entanto, o meu corpo ainda trazia os vestígios do que aconteceu, da minha impulsividade ao beijar Jimin. Por mais que eu tentasse convencer a mim mesmo de que ele estava mentindo sobre sua inexperiência, não conseguia. A forma como me beijou, sem qualquer conhecimento do ato, me deixou intrigado e, ao mesmo tempo, mais possessivo.

- Droga! - resmunguei, esfregando meu rosto com a mão livre.

Os pensamentos tumultuados impediam meu raciocínio, pois tudo o que eu conseguia ver em minha mente era a imagem daquele garoto nu, a sensação de seu corpo junto ao meu e a doçura de seus lábios.

Fiquei atônito quando, assim que amanheceu o dia lá na mata, ele decidiu tocar no meu pau como se fosse uma experiência científica. Não, aquilo não era fingimento. Ele verdadeiramente parecia inocente, desprovido de malícia ou entendimento sobre a relação entre homens.

Como isso podia ser possível?

Inalei meu cigarro, deixando a fumaça espessa se misturar ao ar noturno, imerso em pensamentos sobre a situação em que me envolvi sem intenção.

Mesmo tentando ignorar, a presença do Jimin continuava a desencadear reações no meu corpo, lembrando-me de que, sim, ele me afetava de maneira única. As longas horas de caminhada desde a floresta até a ponte e dali até o posto de gasolina mais próximo para obter a ajuda que precisávamos foram tão estressantes quanto a noite que passamos juntos.

Lembrei-me da sua mão atrevida percorrendo meu corpo, suas perguntas desconcertantes e seu narizinho empinado ao pensar que eu estivesse zombando de suas dúvidas aparentemente sinceras.

Abanei a cabeça, sem acreditar que ele se expôs diante da minha família durante o jantar, revelando que ficou nu na minha frente, e que, inclusive, me viu de pau duro. O que mais perturbava minha mente era essa crescente necessidade que surgiu desde que percebi sua completa pureza... um desejo de corrompê-lo, dominá-lo e usá-lo a meu bel-prazer. E, porra, minha mente estava preenchida com ideias perversas.

Subitamente, as batidas suaves na porta do meu quarto interromperam meus devaneios. Terminei de fumar e apaguei o cigarro no cinzeiro sobre a mesa da sacada, depois caminhei pelo quarto. Consultei rapidamente o meu relógio de pulso e notei que já passavam das três da manhã.

Não me surpreendeu que a insônia estivesse me prendendo, embora também me sentisse curioso para saber quem poderia estar batendo à porta do meu quarto naquela hora da madrugada.

Ao abrir a porta, fiquei momentaneamente atônito com o que se desenrolou à minha frente. Nada me preparou para encarar a personificação dos meus desejos mais intensos e cruéis, parado ali, em pé diante de mim, usando uma maldita camisola de seda.

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