Gay Caricato

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Karina ainda era criança quando viu o pai ser expulso de casa.

Nunca tinha visto sua mãe tão furiosa antes. Se lembrava de quando acordou no meio da madrugada e ouviu os barulhos de gritos e coisas quebrando pela sala.

A garota andou toda encolhida até lá, desceu as escadas de fininho e espiou pelas brechas quando sua mãe apontava o revólver na direção do homem, cujo estava com as mãos levantadas, rendido. Era o mesmo revólver que ela usava para trabalhar.

Seu pai tinha muitos ferimentos pelo rosto, provavelmente vindos de sua esposa. A senhora Yu era delegada, brigar e usar uma arma era praticamente hobbie.

— Abaixa a arma, não faz isso — O homem dizia com a voz trêmula, tentando manter a calma.

— Cala boca, juro por deus que eu atiro — Segurava a arma com força — Seu imundo, depósito de aids. Eu nunca mais quero te ver na vida.

— A Karina precisa de um pai. Você não pode me impedir de criar minha filha — Mesmo com risco de morte, ele conseguiu dizer.

— Ela precisa de um pai que seja homem de verdade, não você. Já pensou o perigo que é deixar ela perto de você?

— Minhee, por favor, vamos conversar. Eu sinto muito — Tentava engolir o choro.

— Sai daqui. Agora. — A mulher apontou a arma para a porta — E nem ouse chegar perto da minha filha.

No outro dia, bem de manhãzinha, encontrou sua mãe jogada no banheiro, perto do vaso. Seu rosto estava inchado de tanto chorar, ela também deve ter vomitado a noite inteira. Karina entrou no cômodo e ficou no canto, querendo que sua mãe notasse sua presença.

— Ele nos traiu, abandonou a gente — A mulher disse em um fio de voz.

Foi difícil para uma garotinha de dez anos ver a família desmoronar daquele jeito. Sua mãe entrou em uma depressão tão grande que mal conseguia se levantar da cama. Mas sempre esteve lá ao seu lado, pronta para pegar um copo d'água ou ajustar seu cobertor.

Suas avós e tias vieram visitar alguns dias depois. Foi só então que soube o motivo da separação de seus pais.

Aparentemente, seu pai mantinha relações com outros homens.

Nem sabia que aquilo existia, que pessoas faziam isso. Mas vendo o quão mal aquilo fez a sua mãe, pegou as dores dela.

Depois de um ano a senhora Yu conseguiu sair daquele quadro depressivo. Ela se empenhava na igreja, mas nunca obrigou sua filha a ir. Assim Karina cresceu. Hoje com dezoito anos, era uma jovem problemática de comportamento agressivo, mas estava pouco se lixando.

Sua mãe sempre a acobertava em casos extremos, usava dos privilégios de ser uma delegada, e Karina nunca se meteu em problemas com ela por isso. Parecia até que sua mãe compactuava com aquele temperamento.

Quem não lhe temia queria andar consigo, ser seu amigo, ir para festas com ela e curtir junto. Era óbvio que Karina chamava atenção, era esbelta, além de um corpo de arrancar suspiros, tinha um rosto lindo. Nunca estava só em questões de parceiros, tinha muitos e poderia ligar para qualquer um a hora que quisesse que vinham correndo.

No momento, seu ficante mais duradouro era o Jay. Um garoto alto e segundo as meninas do seu colégio, um pica das galaxias. Ele era gostoso e só isso bastava para si. Ryujin era uma de suas melhores amigas e parceiras na hora de fazer confusão, a outra era Isa.

Tinha mais um monte de puxa-sacos, mas nem se dava o trabalho de lembrar dos nomes deles.

Sempre tinha tudo o que queria e nunca era pega pelo que fazia. Essa tem sido sua vida até agora.

Teenager Sucks - WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora