Inferno

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Capitulo a seguir contem menções a violencia e abuso.


Karina chegou em casa a noite. Soltou a fumaça do cigarro e fechou a porta. Esmagou o cigarro no cinzeiro que ficava na mesa da sala, já tinha muitos por lá, sinal de que sua mãe estava em casa.

— Mãe? — Chamou enquanto entrava na cozinha, mas nada.

Subiu as escadas e começou a ouvir um barulho. O quarto da sua mãe estava com a porta aberta, a luz do cômodo iluminava o corredor escuro. Quando chegou próxima suficiente para enfiar a cabeça no quarto voltou quase de imediato. Era sua mãe transando com algum cara.

Franziu a testa. Não era uma cena incomum, cresceu com ela levando uns caras para casa, isso não lhe incomodava. Desceu as escadas e sentou-se no sofá da sala ligando a Tv no máximo, não queria ouvir a foda. Apoiou as pernas na mesa e deitou as costas no sofá, catou um cigarro do bolso e acendeu.

Um filme aleatório passava na Tv, algum dos anos dois mil, uma comedia chata, besteirol americano e essas coisas. Pensou em Minjeong, talvez ela gostasse dessas coisas, e já que ela chegaria amanhã, quem sabe pudessem ver um filme juntas. Embora não soubesse dos tipos que ela gostava, poderia perguntar pra ela. Se sentiu mal por alguns minutos.

Não sabia nem o tipo de filme que Minjeong gostava.

Saiu dos seus pensamentos quando ouviu barulho de passos descendo da escada. Tragou o cigarro, prestando atenção no filme.

— Em casa já — Sua mãe disse, mas parecia ser mais para o homem que estava com ela do que para a filha — Ramsay, essa é minha filha, Karina.

Só levantou a mão, ainda com a atenção na Tv, dando um aceno. Não queria olhar pra eles.

— Prazer, Karina.

Arregalou os olhos, quase engolindo o cigarro. Olhou para trás lentamente, era ele. O homem que ela e Minjeong tinham dado um sura na saída do bar. Sentiu suas mãos suarem. Ele não iria se lembrar dela, não é?

Encarou os dois, sua mãe de roupão e ele apenas de calças jeans, os dois com cerveja na mão, conversando sobre qualquer merda.

Continuou olhando para eles, não tinha como evitar, estava ficando apavorada.

— Oh — O homem disse, um meio sorriso na boca enquanto encarava Karina de volta — A filha é quase tão bonita quanto a mãe.

Karina voltou a olhar pra frente, o corpo empedrado. Ele não se lembrava, claro que não, estava porre. Queria prestar atenção no filme, mas ouviu a conversa dos dois.

— Conseguiu achar as chaves do carro? — Sua mãe perguntou.

— Não, acho que jogaram fora ou eu perdi — Ele falou.

Karina já sentia vontade de vomitar, se passasse mais um tempo ouvindo, com certeza iria. Se levantou do sofá, saindo de lá para seu quarto. O estomago revirando.

Precisava dormir.


(...)


— Acho que mais um e tá bom por hoje — Minjeong disse esticando as costas na cadeira.

— Sim, por favor — Sunoo levou as mãos até a cabeça e fez uma massagem na têmpora — Se eu ver mais numero na minha frente vou enfiar esse lápis no canto do meu olho e fazer uma lobotomia.

Os dois estavam na casa da Kim, na cozinha estudando para a próxima semana de provas.

— E isso aqui — Sunoo cutucou o pescoço da garota com o dedo, bem numa marca roxa — Apanhou ou os pernilongos da sua casa tão tomando fermento?

Teenager Sucks - WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora