No bairro era comum acordar com o barulho da sirene da polícia, Minjeong nunca teve problema com isso.Por isso que hoje acordou normalmente com os tons de tiro vindo do quintal, pareciam pássaros.
Rolou na cama e esfregou os olhos, tentando estabilizar a visão turva. Olhou para os lados na busca de encontrar algum meio de identificar que horas eram. As janelas estavam abertas, as cortinas voavam com o vento que trazia o verão. Não parecia ser tarde, talvez fossem umas nove da manhã, o que é incrível acordar essa hora, foram dormir às seis, transando sem parar.
Estava no quarto de Karina, pelada, seu corpo jogado aos lençóis finos que mal lembrava de onde saiu. Mas a mais velha não estava lá.
Esfregou o rosto novamente e se sentou na cama como veio ao mundo, pelada. Espreguiçou-se e ficou de pé, catando seu sutiã e calcinha, vestindo em seguida sua calça. Desceu as escadas e já espremeu o rosto com os barulhos de tiro que ouvia com mais intensidade. Atravessou a cozinha e no quintal viu Karina atirando em uns alvos improvisados, latinhas de cerveja, garrafas e outras tralhas.
— Tá fazendo o que? — Perguntou chegando mais perto, segura o suficiente para a Yu não tomar um susto.
Karina desviou o olhar do alvo e abaixou as duas mãos que seguravam a arma, olhando para a Kim.
Sorriu sem mostrar os dentes.
Estava no mesmo estilo da Kim, apenas com o jeans e o sutiã, na sua boca, um cigarro e em seu corpo uma mistura de marcas de sexo e agressão, igual o corpo de Minjeong.
Seu cabelo preto comprido caía sobre suas costas pálidas pintadas de roxas. Minjeong conseguiu ver a marca nos próprios lábios no cóccix na mais velha.
— Terapia — Karina respondeu mordendo o cigarro. Tirou do bolso mais um pente e enfiou na arma — E esvaziando isso pra dá trabalho pra ela. Bala é caro pra cacete — Esticou as mãos e voltou a mirar no alvo, atirando.
— Saquei — Cruzou os braços — E não é mais fácil só jogar tudo num rio do que acordar a vizinhança?
— Até parece que uns tiros vão incomodar esse lugar — Karina sorriu ao acertar o alvo. Enfiou a arma no cós da calça e virou para a namorada — Bom dia.
— Bom dia.
— Eu fiz um lance... — Disse sem jeito, coçando a nuca — Vem — Entrou na cozinha com a mais nova seguindo.
Lá dentro, na mesa, um pequeno café da manhã improvisado com umas torradas, geleias e café amargo quente. Minjeong abriu os olhos e pôs as mãos na cintura, impressionada.
— Olha só...— Sorriu admirada — Que recatada.
— Eu saí mais cedo e passei na mercearia, não deu tempo de fazer tanta frescura — Era cômico para a mais jovem ver Karina perdendo o jeito de falar a cada frase. Estava amando.
— Já dá pra casar desse jeito — Sorriu de canto, adorando ver as orelhas de Karina tomando uma coloração vermelha e sua cara ficando séria.
— Não fode, fiz só hoje. Não vou virar dona de casa e usar porra de avental.
— Que pena, ficaria uma gracinha — Chegou mais perto de Karina, acertando um tapa na bunda dela. Sentou-se à mesa, já enchendo sua caneca de café.
— Cala essa boca e come, precisa recuperar sua força depois de eu te comer de jeito ontem — Sentou ao lado da Kim, também enchendo a caneca de café, tirando o cigarro da boca e apagando na mesa.
— Então bebe água porque depois de ontem você tá rouca de tanto gemer meu nome — Bebericou o café — Pai amado... Não tem açúcar nisso não?
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Teenager Sucks - Winrina
RomanceO tiro saiu pela culatra ao tentar dar uma de heroína dos desfavorecidos. Agora, Minjeong arrumou sérios problemas com a "criminosa de guerra" Karina, e tudo só parece piorar quando ela descobre seu segredo. É um perfeito caos, seu mundo virou de po...