Minjeong cresceu em uma casa barulhenta, aprendeu a conviver com aquele caos e já era normal, mesmo que para muitas outras pessoas não fosse.Bater na porta do banheiro de manhã com as pernas entrelaçadas e bexiga cheia enquanto xingava quem estava dentro era quase certo em todas as segundas. Estar tomando um banho quente e ouvir alguma daquelas malucas entrando no banheiro pra escovar os dentes também era rotina.
A família era grande. Taeyeon era sua mãe, fora ela tinha suas tias. Tias era apenas um modo de falar, eram amigas de sua mãe a tanto tempo e nasceu sendo cuidada por elas, então as considerava. Sooyoung era altona e engraçada, tinha língua afiada e não levava desaforo para casa, Hyoyeon era quase o mesmo, se tivesse sóbria.
Incontáveis eram as vezes que acordava para ir pro colégio e ela estava esparramada na calçada depois de pegar porre.
Yuri foi morar lá após largar o marido, e o que era para ser apenas alguns dias viraram anos. O tal marido era um japonês meio calvo que dirigia um fusca. Foi com ele que teve sua filha Aeri, mas todos a chamavam de Giselle, sua prima e parceira de crime que também morava lá. Por fim, Irene, sua irmã.
Nunca conheceu seu pai e nem tinha interesse. Dizendo sua mãe, ele era um vagabundo que dormia pelo meio fio da cidade. A vida tem dessas mesmo.
Também tinha Kibum, seu vizinho, que ironicamente era irmão genuíno da sua mãe e não morava lá.
Não tinha do que reclamar, eram felizes e não trocaria aquela casa barulhenta por nada. Era aconchegante chegar em casa depois de um longo dia e ver a sala cheia daquelas tias bêbadas se xingando.
— De pé ou vão perder o ônibus — Taeyeon bateu na porta do quarto com as duas mãos fazendo um barulho extremamente irritante.
— Já vai... — Minjeong disse arrastado. Estava mais dormindo do que acordada. Saiu das suas cobertas e desceu da cama de cima do beliche que dividia com Giselle. Sem cerimônia, puxou todos os lençóis que cobriam o corpo da prima.
— Hã? — Foi o único sinal de vida que Giselle deu. Seus olhos ainda fechados.
— Café da manhã.
Saiu do quarto esticando os braços, ouvindo o barulho dos ossos estalando. Ah, a juventude era linda.
Desceu as escadas com pressa dando de cara com a cozinha cheia. Taeyeon e Yuri faziam o café da manhã e por serem mães, Minjeong acredita que elas têm um senso de responsabilidade maior que as outras – ou pelo menos tem ele. Já na mesa, tomando café, Sooyoung e Hyoyeon comiam conversando e Irene comia enquanto olhava para o celular. Ela já estava na faculdade e fazia enfermagem.
— Bom dia — Saudou. Foi até a ilha da cozinha pegando algumas torradas e um café.
— Cadê a Aeri? — Yuri perguntou checando o relógio de pulso.
— Aqui — Apareceu. Dessa vez apenas um dos olhos estava aberto.
— Dormiu tarde outra vez? — Yuri deu um beijo na cabeça da filha.
— Não foi minha culpa. Minjeong e eu ficamos acordadas carregando a Hyoyeon pro quarto — Juntou-se à mesa com as outras.
— Quando voltei pra casa ela tava jogada na sala. Foi engraçado — Minjeong riu junto de Giselle.
— Foi por isso que eu acordei na cama. Valeu garotas — Hyoyeon sorriu de orelha a orelha. Como de habitual, apanhou uma garrafa de vodca e misturou na xícara de café.
— Não tem vergonha das suas sobrinhas de dezessete anos te carregarem porque não se aguenta em pé? — Irene era bruta e certeira nos argumentos. Nem olhava direto para a tia enquanto falava.
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Teenager Sucks - Winrina
RomantiekO tiro saiu pela culatra ao tentar dar uma de heroína dos desfavorecidos. Agora, Minjeong arrumou sérios problemas com a "criminosa de guerra" Karina, e tudo só parece piorar quando ela descobre seu segredo. É um perfeito caos, seu mundo virou de po...