"Quero a garota, ou então.."

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Isabella Parker.

  O cara mais velho que aparentava ter por volta de 30 a 35 anos, cabelos falhados e umas entradas enormes, me olhou furioso. Será que eu aviso que o estresse pode causar essa calvície que ele tem? Coitado! Da sobrancelha dele direta até o fim da entrada direita dele, é 50 reais de uber. Esse aí não vai envelhecer bem não.

A noite estava escura, apenas pontuada pelas luzes brilhantes da pista de corrida clandestina que cortava a escuridão.

Podia sentir a brisa fresca bater em meu rosto enquanto alguns fios do meu cabelo eram levados com a brisa. Nós dois já havíamos dado partida em nossos carros individualmente, neste exato momento, eu estou um pouco a sua frente, mas não seria difícil ele me passar se eu desse abertura, porém, se eu o fechasse, seria capaz dele bater no meu carro, o que causaria em uma grande desvantagem e talvez o motivo do meu túmulo.

O mundo ao meu redor se transforma em um borrão de cores e luzes. Sinto o asfalto tremer debaixo de mim, cada curva exigindo precisão milimétrica. Sei que qualquer erro aqui pode ser o último.

Percebo que o cara estava jogando sujo quando no meio da multidão, soltam uma bomba, a qual eu julgaria ser de fumaça, provavelmente quem está do lado do cretino estava tentando me desestabilizar, entretando, acho que calcularam errado, pois deu o tempo certo de eu passar pela bomba de fumaça e quem foi atingido, nada mais, nada menos do que o arrombado das entradas.

Aquilo me faz soltar uma gargalhada genuína.

Fechei os vidros do carro no botão automático, meus cabelos voando poderiam atrapalhar a minha visão e eu não queria perder, um dos meus pontos é que eu sou tão competitiva quanto a própria competição.

O carro no qual eu estava dirigindo estava marcando quase 170km/h, pode parecer bastante quando se trata de andar em ruas de cidades normais, porém, com o jogo sujo que o grupo deste cara estava levando, 170km/h era o mínimo pelo qual eu teria que acelerar, o problema são as curvas, são muitas curvas para eu dirigir rápido de mais, e ficar tendo que diminuir e velocidade na hora , acho que seria uma perca de tempo.

Joga na mão de Deus e seja o que ele quiser.

Parei de pensar e apenas pisei fundo, levei meus olhos ao marcador e estava chegando a marcar 320km/h.

Certo, primeira volta concluída, metade caminho andado, eu preciso apenas enfrentar os filhos da puta que provavelmente tentarão me desestabilizar novamente.

Pela minha surpresa, até agora, tudo bem, nada de trapaças. Olhei para o retrovisor eletrocrômico — ou fotocrômico. Mais conhecido como retrovisor interno e pude observar que o carro do maluco só estava se aproximando cada vez mais, pisei fundo e dessa vez, sem me preocupar com a velocidade ou com os perigos que isso me causaria nas curvas.

Cada curva parece um novo desafio, e a reta final surge como um prêmio. Estou na frente, mas ouço os outros motores se aproximando. Meus olhos estão fixos no ponto à frente.

Respiro fundo, concentro-me na última curva e, com uma precisão cirúrgica, faço a ultrapassagem. O carro responde como se fosse uma extensão do meu corpo, e então vejo a linha de chegada se aproximando rapidamente.

Em questão de segundos, ultrapassei a linha de chegada pela segunda vez, o que significa que eu ganhei a corrida, desci o vidro e olhei para o carro que chegou alguns segundos depois, o que me fez sorrir.

A adrenalina diminuia corria pelo corpo, mas o coração ainda martelava no peito. Eu consegui.

É isso porra, eu consegui!

Pego meu Gloss e faço como se fosse uma propaganda da marca, mostrando para ele.

— Compre um e experimente 5 segundos antes de alguma corrida, talvez, te dê sorte. - Soltei um sorriso amarelo e abri a porta do carro, saindo dele onde fui esmagada pelas meninas.

Entre luxos e simplicidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora