Noite Estranha, Revelações Piores.

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Isabella Parker.

Já era tarde da noite, e o silêncio envolvia a casa. Todos nós estávamos reunidos, espalhados pela sala depois de um longo dia na praia. O ambiente estava pesado, como se a "bateria" social de todos tivesse se esgotado. O cansaço era visível nos rostos ao nosso redor.

De repente, o som da campainha quebrou o silêncio, ecoando pelas paredes. Eu estava mais próxima da porta e, antes que alguém me mandasse atender, levantei-me por vontade própria e fui em direção à entrada.

— Vai lá, Isabella.

Quando ouvi Pedro Henrique dizer, 'Vai atender, Isabella,' meu impulso parou na hora.

Fala sério! Não tem nada pior do que estar prestes a fazer algo por conta própria e alguém te mandar fazer exatamente aquilo. Eu definitivamente ainda vou encher essa peste de porrada um dia.

Sem pensar duas vezes, dei meia volta e me joguei de volta no sofá

Pedro Henrique soltou uma risadinha, ciente de que seu comentário me irritava. Ele adorava provocar.

Gustavo, que estava mais afastado, levantou-se e foi até a porta. Alguns segundos depois, ouvi uma voz masculina, aparentemente pedindo algo. Pelo que consegui entender, o rapaz queria açúcar. Provavelmente estava no meio de alguma receita.

— E aí, tranquilo? — Meu irmão cumprimentou o visitante.

— Tudo certo. E com vocês? Nunca vi vocês por aqui, são novos na área? — O rapaz perguntou, curioso.

— Só estamos de passagem. Viagem entre amigos. — Pedro Henrique respondeu casualmente, e o cara assentiu com a cabeça.

— Interessante, estou com uma galera ali do lado. Estamos comemorando a vitória de um amigo nosso. Quanto mais gente, melhor. Por que vocês não passam lá? — Ele sugeriu, agora de frente para mim. Seus olhos verdes brilhavam sob a luz suave do ambiente, e seu rosto salpicado de sardas se destacava.

Antes que eu pudesse processar o convite, Duda já estava animada, pulando pela casa.

— MODO FESTA: ATIVAR! — Ela gritou, arrancando risadas de todos nós enquanto corria em direção ao seu quarto para se arrumar.

As meninas começaram a levantar, contagiadas pela energia de Duda, e eu as acompanhei. Enquanto isso, meu irmão se aproximou de Gustavo, que ainda estava na cozinha, demorando-se na tarefa de conseguir o açúcar.

Senti uma mão segurar meu braço de repente.

— Você vai, né? — O rapaz perguntou, seus olhos brilhando de expectativa.

— É... sim. — Respondi, um pouco desconcertada.

— Ótimo. — Ele sorriu de lado e me soltou, o que me fez apressar o passo em direção ao meu quarto.

— Tá bom, esse cara é meio estranho... - Pensei alto enquanto entrava no banheiro. A água quente do chuveiro era um alívio, lavando toda a sujeira e o cansaço da praia.

[...]

Depois de me arrumar, desci as escadas e vi Gustavo saindo do banheiro do corredor. Ele já estava pronto, e não pude evitar notar o quanto ele estava bonito. Por um momento, quase esqueci o cansaço.

— O último fecha a porta! — Pedro Henrique gritou enquanto saía da casa, e todos nós corremos juntos.

Lucas veio logo atrás, não perdendo tempo de soltar mais uma de suas palhaçadas.

— Minha namorada me troca pela namorada dela o tempo todo! — Ele resmungou ao passar por mim e Antonella, que começamos a rir.

Ao chegarmos na festa ao lado, o cara do açúcar nos recebeu com um sorriso de orelha a orelha.

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