11 - A Batalha de Tessélia - Parte I

3 0 0
                                    

Sanna, conhecida como a Lady de Prata, cavalgava imponente à frente de sua tropa. Seu cabelo prateado caía em ondas luminosas sobre a armadura detalhada, refletindo a luz tênue que penetrava a densa floresta. Montada em um majestoso cavalo branco, ela emanava uma presença ao mesmo tempo serena e poderosa. Apesar de sua juventude, Sanna já demonstrava a determinação de uma líder nata. Filha única do senhor de Prada-do-Sul, uma cidade vassala de Azaban, Sanna crescera cercada por histórias de guerra e honra. Ao saber das movimentações das tropas aliadas rumo a Glariong, não hesitou. Reuniu seus homens, todos ostentando a insígnia prateada da família, e marchou pela traiçoeira Floresta Oca para se juntar às forças além do rio. O som da marcha reverberava pela floresta. O ritmo dos cascos contra o solo úmido ecoava como um tambor de guerra, enquanto os cavaleiros avançavam em fileiras ordenadas. O ranger das armaduras e o sussurro das espadas em seus cintos criavam uma sinfonia de preparação para a guerra iminente. A cada passo, Sanna sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros jovens, mas não demonstrava fraqueza. Seus olhos, fixos adiante, captavam cada movimento na floresta, cada sombra e cada farfalhar das folhas. A determinação em seu rosto era inabalável, um reflexo do espírito indomável de seu pai e do legado de sua casa.

Enquanto liderava sua tropa, Sanna sabia que o destino de muitas vidas dependia do sucesso de sua missão. A Floresta Oca, com seus segredos e perigos ocultos, parecia curvar-se diante de sua presença, reconhecendo a liderança daquela jovem guerreira. A marcha prosseguia, o som da tropa fundindo-se ao vento que sussurrava entre as árvores. O brilho das armaduras prateadas de seus cavaleiros era um farol de esperança na penumbra da floresta. A cada passo, o coração de Sanna batia em uníssono com o de seus homens, unidos pelo propósito comum de defender Azaban e seus aliados. A floresta logo daria lugar ao campo aberto além do rio, onde se encontrariam com as forças aliadas. Sanna estava pronta, cada fibra de seu ser vibrando com a antecipação do que estava por vir. Ela liderava com a coragem de uma veterana, mas com a esperança e a paixão de sua juventude. O destino os aguardava, e a Lady de Prata estava pronta para enfrentar o que viesse, com a mesma determinação que guiara sua marcha pela Floresta Oca.

O exército de Sanna era composto por guerreiros experientes, mestres espadachins, arqueiros habilidosos e cavaleiros destemidos. Sob o estandarte prateado da Lady de Prata, sete mil homens marchavam, confiantes na liderança jovem, porém resoluta, de Sanna. Ela cavalgava à frente de suas tropas, guiada pela certeza de seu propósito. Ao cair da noite, chegaram às margens do rio Aluind. Ali, montaram acampamento, as fogueiras lançando reflexos em movimentos sobre a água calma. O crepitar das chamas e o murmúrio do rio criavam uma atmosfera de calma, enquanto os homens se preparavam para descansar. Alguns ficaram de vigia, os olhos atentos à escuridão que os cercava. A floresta, embora ameaçadora, parecia um santuário à espera do amanhecer. Porém, quando o céu começava a clarear com os primeiros indícios do amanhecer, uma trombeta soou em alerta. O som cortou o ar como uma lâmina, e uma nuvem negra de flechas desceu sobre o acampamento, transformando a tranquilidade em caos. Soldados caíam sem vida, enquanto outros sacavam suas espadas, prontos para lutar em nome da Lady de Prata. A batalha começou de forma brutal. Sanna, com sua espada reluzente, cortava através dos Ashers, criaturas sombrias com dois pares de mãos e pernas ágeis. O choque das espadas e os gritos de combate ecoavam pelo acampamento. Ela se movia com a graça de uma dançarina e a ferocidade de uma guerreira, tentando manter suas tropas de pé. Os Ashers eram implacáveis, e a situação tornava-se cada vez mais desesperadora. O exército de Sanna estava sendo brutalmente cercado e encurralado. A batalha parecia perdida. No entanto, a Lady de Prata, com um grito de coragem e determinação, incitou seus homens a erguerem-se e retomarem a luta. A visão dela, brilhando como uma estrela na escuridão, inspirou seus soldados a continuarem lutando. Apesar da bravura de Sanna e seus homens, os Ashers eram incansáveis, forçando-os a recuar para a Floresta Oca. Lá, entre as árvores antigas, a batalha recomeçou. De repente, um uivo ressoou pela floresta. Lobos gigantes, sob o comando do metamorfo Lerys, surgiram das sombras, atacando os Ashers com fúria. Faunos, guiados por Nerys, emergiram do bosque, suas lanças e arcos prontos para a batalha. A chegada dos lobos e faunos virou o jogo. Juntos, combateram os Ashers com renovada esperança. Sanna, ao lado de Lerys e Nerys, liderou o ataque final contra as criaturas sombrias. Cada golpe de espada, cada flecha disparada, cada dentada dos lobos gigantes era um passo mais perto da vitória. Finalmente, após uma luta árdua, os Ashers foram derrotados antes do nascer da noite. No entanto, a vitória veio a um preço altíssimo. Mais de cinco mil homens de Sanna caíram no combate, além de inúmeros lobos gigantes e faunos. A tristeza se abateu entre os sobreviventes. A floresta, que testemunhara tanto sangue derramado, agora parecia chorar com eles. Sanna, de pé entre os corpos de seus soldados e aliados caídos, sentiu o peso da responsabilidade e da perda. A Lady de Prata havia vencido, mas a um custo inimaginável. Ela sabia que a memória daqueles que morreram ali viveria para sempre, um lembrete eterno do sacrifício e da bravura mostrados naquela manhã.

Ladar - Sangue & SacrifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora