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—Nai, precisamos sair agora ou vamos nos atrasar para pegá-los no aeroporto!

—Estou descendo, só precisava colocar o Eros no espaço dele!

—Esse gato continua aprontando? - Sorrio fraco.

—Sabe como ele é temperamental, mas vamos lá, não quero deixar meus sogrinhos esperando!

Ela me oferece sua mão para sairmos de casa, abre a porta do carro e entra do seu lado dando partida.

—Espero que o voo deles esteja no horário, pois demoram tanto! — Reclamo me encostando no banco enquanto vejo-a sorrir fraco.

—Você que não tem paciência para nada, além de que o pessoal geralmente é muito pontual. Sabe como os ingleses são!

Rimos enquanto uma das músicas que escrevi começa a tocar, You ruin me toca por The Veronicas, ouvia essas duas cantarem desde que me entendo por gente e agora tenho uma letra minha na voz delas.

Chegamos com folga no aeroporto e esperamos por vinte minutos até o voo deles ser anunciado, então nos encaminhamos até ao desembarque internacional.

—Becky! — Minha mãe sorri abertamente vindo em minha direção e corro até ela recebendo-a em meus braços.

—Mãe! — Sorrio recebendo vários beijos no rosto!

—Senhor Armstrong! — A voz de Nai se faz presente logo atrás de mim.

—Senhorita Silva!

—Qual é Nai?! — Richie abraça-a brevemente. — Está cada vez mais bonita!

—Obrigada Richie, você tá um bagaço!

Eles riem.

—Como foi a viagem? — Olho para meus pais.

—Tranquila, primeira classe dá pra descansar bem nessas longas viagens! — Meu pai sorri fraco. — Seu irmão roncou tanto que tiveram que acordar ele três vezes!

—Pai!

—Vai dizer que é mentira?

—Não, mas não precisa dar munição para Becky ficar implicando comigo depois!

—Vamos? — Nai nos interrompe. — Aposto que estão loucos para tomarem um banho e deitar numa cama confortável!

—Claro, claro! — Minha mãe sorri entrelaçando o braço com o dela que leva sua mala no outro braço avançando sem nos esperar.

—Sua mãe gosta muito dela! — Meu pai toca meu ombro.

—Eu também gosto, papa! Vamos?

Ajudo-o com algumas malas maiores e Richie impunha as suas duas grandes com a bolsa de lado.

—Como tem estado o trabalho? — Ele pergunta assim que as alcançamos no carro.

—Becky tem tido problemas com as composições.

—Algum motivo especial, filha?

—Não, mãe. — Encaro Nai pelo retrovisor. — Tem dias que preciso sair de casa para ter inspiração.

—A inspiração dela tá lá na Tailândia, mãe! — Nai segura o riso mordendo o lábio.

—Dá pra você calar a boca, sua babaca!

—Rebecca Patricia Armstrong?! — Meu pai me encara firmemente.

—Ela quem começou! — Cruzo os braços fazendo bico.

—Não importa!

Nai me fita vitoriosa pelo espelho e ri, o caminho até em casa é tranquilo e cheio de risadas, minha mãe conta todas as novidades sobre tudo o que aconteceu nos últimos seis meses desde que nos vimos, como se não nos falássemos a cada dois dias.


—Acha que as pessoas vão mesmo se deslocar para passar cinco dias dentro do mato para comemorar 10 anos desde que fizemos aquele acampamento? — Ergo a sobrancelha para Nam que está empenhada na frente do computador fazendo os convites virtuais e o...

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—Acha que as pessoas vão mesmo se deslocar para passar cinco dias dentro do mato para comemorar 10 anos desde que fizemos aquele acampamento? — Ergo a sobrancelha para Nam que está empenhada na frente do computador fazendo os convites virtuais e os que vai enviar.

— Acho que sim, elas devem estar loucas para tirar uns dias longe de tudo e todos. Alguns de nossos colegas daquela época tem até filhos hoje em dia.

Rio baixo mexendo no celular para contactar essas pessoas de alguma forma.

—Rebecca Patricia está trabalhando em mais algum novo projeto! — Mostro o celular para ela do post dela.

—Você e essa sua obsessão por essa mulher que ninguém sabe a cara! — Nam me olha de braços cruzados.

—Às vezes queria saber o rosto dela, mas acho tão bom esse mistério de não conhecer a face daquela que faz letras que mexem comigo.

—Pode voltar o foco ao nosso trabalho?

—Ok!

Abro o instagram da Becky, ela é a próxima na lista da Nam, rolo o feed e sorrio fraco.

—Não me diga que está no perfil dela de novo, Freen?!

—É o da Becky! — Mostro o celular para ela. — Você não pediu para ver se tem o contato dela aqui?

—Você é a maior babaca velho, sorrindo bobo para uma paixãozinha da época da escola.

—Se continuar implicando comigo vou te largar aqui sozinha visto que nossa amiga Noey tem compromisso hoje.

—Não se atreva a isso! — Nam vem para cima de mim me abraçando pelos ombros. — Só tenho você!

—Ok, não tem nada aqui viu!

—Manda DM e fala que preciso falar com ela!

—A Becky não vai vir Nam, ela parece estar bem ocupada com seja lá qual trabalho que tem e com a namorada.

—Freen, só manda a DM, afinal está com meu celular mesmo e ela nem vai imaginar que é você.

—E se a namorada dela for controladora e tiver ciúmes?!

—Você está sendo covarde Freen, porra manda logo essa mensagem. — Ela segura meu rosto entre as mãos. — Pelo o que disse Becky já superou você e está com outra pessoa, então para de ter medo que ela nem vai saber que é tu que tá mandando nada.

Suspiro abrindo a DM da Becky pelo perfil da Nam, é agora ou nunca.

—Agora é esperar para ver o que ela vai falar!

—Nam ela respondeu e agora? - Sinto meu corpo vibrar por uma simples interação com meu passado.

—Responde ela de volta, diz que é algo importante e vê se ela manda o número.

O que diabos acabei de mandar?

Ainda bem que ela acha que é a Nam!

—Pronto aí está o número da Becky do LINE! — Entrego o celular dela de volta.

—Você elogiou a Becky? Meu Deus que decadência Sarocha, decadência mesmo!

Reviro os olhos me encostando no sofá e olhando para o teto, até posso saber qual o LINE dela, mas nunca entraria em contato visto que deve querer me matar por todas as coisas que nos aconteceram.

Rhythm Of The SongOnde histórias criam vida. Descubra agora