Cap 25

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     Sammantha deu um passo cambaleante para longe, mas com os braços do loiro ainda rodeando sua cintura não conseguiu fugir.
     -É o Riddle Sam, não precisa fugir. -Malfoy sussurrou delicado próximo ao ouvido dela a arrepiando.
     -Eu não quero que ninguém veja isso. Pode não ser errado pra você, mas pra todo mundo vai parecer Draco. -Ela respondeu virando-se de frente pra ele novamente e seus olhos se prenderam aos dele.
     -Não tem porque disso Sam. Somo livres, porque não poderiamos só fazer o que temos vontade? -A pergunta a incomodou mais do que ela gostaria de admitir.
     -Draco é errado porque somos da mesma família. Pensa bem, se ainda fosse um sentimento verdadeiro até consideraria, mas estragar o laço familiar por desejo? Não isso é muito errado! Eu de verdade estou gostando muito de ser sua amiga, mas isso aqui não pode se repetir. -Os olhos dela traziam lágrimas que ela não sabia porque. O peito da ruiva doía da mesma forma que o dele. E Draco pode apenas se afastar dela.
     -Se é assim que prefere princesa, continuamos amigos sim, eu só preciso de um tempo. -Malfoy a soltou quase fazendo-a cair. Mas não olhou para traz andando rápido em direção ao castelo.
      -Oi Sammantha, porque ele não esperou? Era só brincadeira. -Mattheo chegou sorrindo animado em fazer as pazes, mas viu o rosto dela.
      -Eu... me abraça Matt, por favor? Talvez eu tenha feito uma burrada muito grande, mas na minha cabeça era o certo. -A ruiva se jogou nos braços do melhor amigo que a abraçou forte.
      Alguns minutos mais tarde o moreno a afastou e olhou para ela perscrutando o que se passava em seus olhos.
     -Vem, vamos lá pra torre? -Mattheo perguntou sorrindo e ela assentiu.
     Andaran devagar e em silêncio, sem comentar sobre nada, apenas perdidos em seus próprios pensamentos.
    Quando chegaram na torre sentaram-se escorados na balaustrada olhando o céu.
     -Desculpa por não ser o amigo que você merece.  -Mattheo quebrou o silêncio pacífico.
     -Você nunca deixou ser meu melhor amigo Matt! Eu sabia que em algum momento eu ia te perder pra alguém. Só quis acreditar que ia demorar mais. -A ruiva respondeu sem olhar para ele apenas olhando para o céu.
     -Você não me perdeu Sam, eu só preciso ajudar a Kath. Ela precisa muito de mim agora, preciso que ela esteja bem. -O moreno respondeu angustiado e algo dentro dela  fez com que percebesse que ele já sabia que aquela que estava com ele ultimamente não era a Katrina. Mas a ruiva preferiu não tocar no assunto.
     -Se você diz... Foi estranho ter só o Malfoy como amigo essa semana. Porque veja bem, justo o Malfoy! Aquele rato smilinguido albino que me inferniza a muito tempo. -Ela falou brincalhona e ele riu.
      -Malfoy fez um excelente trabalho! -Não te deixou sozinha e ainda me falou que eu estava sendo um imbecil com você. -O Riddle pontuou e ela fez careta.
     -Ele me ensinou a voar também. -Sammantha falou, bufou e desviou o olhar desconfortávelmente.
     -O que está te incomodando agora? Não é nossa amizade bagunçada, não é? -Mattheo segurou o rosto dela fazendo com que o observasse.
    -Eu... ele me beijou, e eu disse que era um erro. Droga eu não quero perder a amizade dele. Que merda eu me apeguei nele. -Ela se entregou as lágrimas e Mattheo a abraçou.
    -Como você é boba Sam, porque não pode simplesmente deixar acontecer? Porque é tão errado gostar dele garota? Por Salazar. -O amigo perguntou preocupado e irritado com a teimosia dela.
     -Porque não é gostar Mattheo. Ele não me ama, entende? É só desejo, atração, tesão, o que você quiser chamar. E eu não vou perder um bom amigo que além de tudo é da família por uma coisa boba assim. -A garota se afastou ficando de pé para olhar a tarde começar a dar espaço as estrelas. O céu prateado começava a dar espaço para o azul enegrecido da noite.
     -Você só pode ser cega Sammantha Lestrange Black. Você é a garota mais inteligente que eu conheço, mas é muito burra quando se trata de sentimentos. -Mattheo também se levantou e andou para o lado oposto.
     -Vai dizer que ele me ama Riddle? Que ele está apaixonado por mim? Não me faz rir. Eu até aceito que ele se interesse fisicamente por mim. Não sou tão estranha assim. Se não fosse pelo meu corpo mais cheinho eu até mesmo arriscaria dizer que sou bonita. Mas daí a gostar de mim de verdade? Não tem nem cabimento! -A voz irônica dela demonstrava o quão quebrada ela era e ele sabia muito bem disso.
     -A compulsão voltou, não é? Voltou a comer pra descontar sua raiva e tristeza, então sua alta estima voltou a cair e o idiota do Potter te chamou de gorda, agora acha que não merece amor. Eu te conheço Sammantha! Não é assim que você luta contra tudo isso. Eu sei a guerreira que tem aí, não tenta esconder ela. Deixa que mais alguém conheça você de verdade, sem as ressalvas e a sua armadura de diamante. -A irritação na voz dele e o quão alta ela estava fazia a ruiva se assustar.
     -Eu não quero que ele veja mais nada Riddle. Ele já viu demais, e eu não pude encara-lo por muito tempo por conta disso. E todos os demais que eu deixei entrever debaixo da armadura se assustaram e me deixaram. -Ela gritou de volta sentindo todo o peso que carregou por anos em seus ombros.
     -Eu estou aqui Black, não fugi, não te deixei, e nunca deixaria. -O moreno se aproximou um pouco, mas ela se moveu ficando de costas.
     -As vezes eu acho que deveria deixar! Você não merece ter que sempre largar tudo pra me apoiar. -Ela sentia as lágrimas embargando sua voz.
     -Você foi a única que não me olhou com julgamento por eu ser filho de quem sou! Nunca tentou me modificar ou ditar moral para cima de mim Sammantha. Se você diz que eu apoio você. Tenho que te dizer que é você que me apoia também. Por isso eu te considero mais minha irmã do que meu próprio irmão. -Mattheo se aproximou vagarosamente sabendo que ela estava instável demais.
    -Porque eu julgaria você pelas merdas que teu pai fez? Eu matei uma pessoa com dez anos Mattheo, não era nem para eu saber aquela maldição nessa idade. Mas eu sabia, e usei. E quer saber eu nunca me arrependi... e juro pra você que me senti tão bem que as vezes eu ainda me questiono se eu sou tão diferente dos monstros que estudamos nas aulas de história. -Sammantha se voltou com um sorriso de escárnio, mas seus olhos traziam um brilho perigoso.
      -Não somos diferentes deles eu acho. Só não arranjamos algo pelo que lutar ainda. -O sorriso do moreno a desarmou e acabou gargalhando.
     -Idiota! Você é o único que não foge com minhas crises. -Resmungou sentindo que ele a abraçava.
      -Em casa eu tinha um bem pior querida. Você é fichinha perto do Tom. -Ele abriu um sorriso travesso.
      -Credo, nem fala. Ele tem cara de psicopata. -Ela caiu na gargalhada.
       -Olha quem fala. -Mattheo a provocou e eles ficaram rindo e brincando em uma conversa bem mais agradável.
       Enquanto isso no quarto Draco se remoía. Porque ela não podia ver o que estava escrito nos olhos dele? Porque ela não conseguia ver ele de verdade? Ele não sabia colocar em palavras o que sentia. Nunca foi dessa forma que foi expresso para ele. Seu pai expressava com presentes e mimos caros e sua mãe com atos de serviço. Como ele conseguiria explicar pra ela que não conseguia ficar um dia longe dela?
Irritado e triste resolveu chamar Blaze.

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