Agora ele estava naquela situação. Uma de suas amigas mais próximas, sentada no sofá com uma expressão depressiva, encarando a televisão desligada do apartamento dele. Harry não tinha a menor ideia do que fazer.Obviamente queria ajudá-la. Ginny era alguém muito importante para ele, e simplesmente ficar em silêncio não era o melhor jeito de confortar alguém.
Mas como podia confortar alguém se nunca foi confortado?
Era como falar uma língua estrangeira sem nunca tê-la escutado antes.
Então ele fez um chá de camomila com mel, e entregou a xícara velha prontamente para a mulher ruiva no sofá dele.
O clima se mantinha fechado, um vento frio e o céu nublado, como se ameaçasse a continuar a chuva forte daquela madrugada. Ver o azul acinzentado do céu de Londres fez Harry sentir um arrepio passar pelo seu corpo, de maneira que ajeitasse as cortinas para não ver mais o lado de fora.
Só conseguia lembrar de Malfoy.
Malfoy e o olhar distante que ele possuía aquela manhã.
Se sentou no sofá marrom claro, ao lado da amiga, prestes a entrar em uma série de questionamentos sobre hipóteses de ter feito algo para ter deixado o outro daquele jeito, até sentir Ginny tocar seu ombro hesitante.
- Me desculpa. - Foram as palavras que saíram de seus lábios, Weasley dirigindo os olhos castanhos direto para a xícara em mãos, o que fez Potter ficar confuso.
- Pelo o quê?
- Vir assim. Nem sei se você tem planos de sair... Eu só invadi aqui sem mais nem menos.
- Você bateu na porta. Acho que isso conta como um "convidada a entrar".
Ela sorriu sem graça sem olhá-lo, bebendo um gole do chá quentinho que lhe foi servido. Realmente parecia ajudar no peso em seu peito, mesmo que minimamente.
- Eu sei. Acho que só estou me sentindo culpada.
Harry se manteve em silêncio, obviamente confuso, ajeitando os óculos no seu rosto.
- Toda vez que alguma coisa acontece, meu irmão, a Hermione e eu corremos pra você. Falamos tudo. Mas...eu não lembro de nenhum de nós realmente te ouvir. Sobre seu passado. Sobre o que aconteceu com a Cho.
- Eu não falo sobre mim mesmo. Não gosto de me abrir. - Ele deu de ombros.
- Mas a gente nem tenta. Minha mãe estava errada em me chamar de egoísta por gostar de garotas, mas eu sou egoísta. Com você, nós todos somos.
Ele suspirou, se sentindo desconfortável com a maneira que a conversa tinha se tornado sobre ele, e as coisas ruins que já haviam o acontecido. Harry sabia que inúmeras coisas ruins já tinham acontecido consigo, mas preferia correr longe da lembrança de qualquer uma delas.
- Aquela garota imbecil namorou com você por um ano, você descobriu a traição e terminou. E nós não conversamos de verdade sobre uma vez sequer. - A voz de Ginevra falhou, fazendo ela respirar fundo para se recompor antes que começasse a chorar.- Eu não estive aqui pra te oferecer meu ombro pra você chorar.
- Não precisa disso, Gin. Aconteceu... E não tem o que fazer sobre. Eu superei.- Ele ofereceu um pequeno sorriso para a amiga, que aceitou a resposta dele, mesmo que hesitante.
Era óbvio que Weasley queria pressionar e ir a fundo, mas Harry não parecia nada afim.
- Como foi seu dia ontem?
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Rockstar - Drarry
FanfictionPotter e sua banda estavam prestes a entrar na sua agência dos sonhos, finalmente alcançado o tão esperado reconhecimento. Mas... foi aí que perderam a vocalista. Eles não tinham ideia que o dono da agência tinha uma solução para eles. Uma solução...