𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐈𝐍𝐀 sempre foi uma bailarina talentosa, apaixonada pelo palco e pela graça do ballet. Contudo, sua vida mudou drasticamente após um acidente terrível durante uma apresentação.
Desanimada e descrente do futuro, Angelina decidiu visitar...
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━ 𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐄𝐈 com uma sensação de desconforto, mas me forcei a levantar. Escolhi um vestido simples de verde pastel com detalhes em renda branca e prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto, com mechas soltas na frente, e usando um laço branco para complementar.
Olhando no espelho, eu me sentia estranha, como se estivesse vestindo uma versão de mim mesma que não era realmente eu.
Saí do quarto e desci até a cozinha, onde a garçonete morena estava sozinha, arrumando a mesa do café da manhã.
Ela era mais jovem do que eu pensava, com cabelos lisos e escuros caindo pelos ombros.
A máscara preta que cobria sua boca dava um ar enigmático a ela, mas seus olhos castanhos, grandes e expressivos, mostravam uma tensão que eu não conseguia ignorar.
─ Bom dia - disse eu, tentando iniciar uma conversa.
Ela se sobressaltou ligeiramente ao ouvir minha voz e olhou para mim com nervosismo, suas mãos trêmulas hesitando sobre os talheres que organizava.
─ B-bom dia... - respondeu ela, a voz abafada pela máscara.
Percebi que ela estava claramente desconfortável, como se falar comigo fosse proibido ou perigoso. Isso só aumentou minha curiosidade.
─ Está tudo bem? - perguntei, tentando parecer amigável.
─ Você parece preocupada.
Ela evitou meu olhar, os dedos ainda tremendo enquanto organizava os pratos. Finalmente, ela murmurou, quase como se estivesse falando para si mesma:
─ Não deveríamos estar conversando... ele não gosta...
─ Ele? - Apontei com a cabeça para onde Jason poderia estar, mas ela só sacudiu a cabeça, os olhos enchendo-se de medo.
─ Já houve outras pessoas aqui antes de mim? - continuei, tentando puxar mais alguma informação.
A garçonete parou, seus olhos castanhos se fixando nos meus por um momento longo demais.
Eu vi uma luta interna nela, como se estivesse tentando decidir se deveria me contar algo importante ou permanecer em silêncio.
─ H-houve uma garota... - Ela começou, a voz baixa e nervosa, mal audível.
─ Cabelos grisalhos, olhos violetas... Ela... Ela se chamava...
De repente, ela interrompeu, seus olhos se arregalaram, e sua respiração ficou irregular, como se estivesse prestes a ter um ataque de pânico.
─ Desculpe... eu... eu não posso... - gaguejou, voltando ao trabalho com movimentos rápidos e desajeitados.
Eu podia sentir o medo irradiando dela. Ela estava apavorada, e eu sabia que não era apenas medo de Jason, mas de algo muito maior, algo que talvez envolvesse aquela garota de cabelos grisalhos.
