𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐈𝐍𝐀 sempre foi uma bailarina talentosa, apaixonada pelo palco e pela graça do ballet. Contudo, sua vida mudou drasticamente após um acidente terrível durante uma apresentação.
Desanimada e descrente do futuro, Angelina decidiu visitar...
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━ 𝐄𝐋𝐄 olhou para o boneco, e pela primeira vez, vi algo diferente em seus olhos: medo.
─ Você não sabe o que está fazendo - ele murmurou, dando um passo para frente.
─ Se você o destruir, destruirá uma parte de você também.
─ Mentira! - eu gritei, minhas mãos tremendo enquanto apertava o boneco ainda mais.
O rosto de Jason contorceu-se em agonia. Ele se dobrou levemente, ofegando, enquanto uma dor visível se espalhava pelo seu corpo.
Seus olhos, que antes pareciam tão impenetráveis, agora estavam tomados pelo terror.
─ Você sente isso, Jason? - perguntei, agora com um tom de desafio.
─ Cada movimento que faço, cada toque, você sente. Isso não é apenas um brinquedo. É você.
Jason cambaleou, seu rosto suado e contorcido de dor.
─ Angelina, você não entende... - ele tentava respirar, suas palavras mal saindo, e o controle que ele antes tinha sobre a situação começava a desmoronar.
Eu olhei para o boneco, meu coração pesado de emoção. Sabia que a decisão estava em minhas mãos.
O poder de destruí-lo estava comigo, e eu podia sentir o desespero dele crescendo a cada segundo.
Lembrei-me da minha avó, das suas palavras de perdão. De como Jason havia destruído tudo o que ela amava. Mas também de como ela tentou, por um momento, salvá-lo.
─ Eu poderia acabar com você agora - eu disse, apertando o boneco com tanta força que ouvi um estalo vindo de dentro dele.
Jason gritou, caindo de joelhos no chão, suas mãos agarrando o peito, onde a caixinha de música pulsava dolorosamente.
─ Não faça isso! - ele implorou, sua voz um misto de raiva e desespero.
─ Você não sabe o que está fazendo! Se me destruir, estará destruindo parte de si mesma!
Eu hesitei por um momento, sentindo o peso das palavras dele. Jason era manipulador, sempre encontrando um jeito de torcer a verdade.
Mas dessa vez, havia algo diferente em sua voz, uma vulnerabilidade que eu nunca havia percebido antes.
─ Você acha que eu tenho medo de perder algo que você me deu? - perguntei, apertando ainda mais o boneco.
Outro grito rasgou a garganta de Jason, e o som me fez perceber que, pela primeira vez, ele estava completamente à mercê de alguém.
Ele levantou a cabeça, seus olhos me encarando com uma mistura de ódio e súplica.
─ Você pode me salvar. Pode me libertar dessa maldição. Angelina, por favor.
Eu podia sentir a verdade por trás de suas palavras. Havia uma chance de salvar Jason?
Uma pequena parte de mim ainda se agarrava à memória da minha avó, da amizade que eles tiveram antes de tudo dar errado. Talvez, em algum lugar dentro dele, houvesse algo bom. Algo que pudesse ser salvo.
