𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐈𝐍𝐀 sempre foi uma bailarina talentosa, apaixonada pelo palco e pela graça do ballet. Contudo, sua vida mudou drasticamente após um acidente terrível durante uma apresentação.
Desanimada e descrente do futuro, Angelina decidiu visitar...
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━ 𝐉𝐀́ se passaram dias desde que recebi aquela última carta de "M". Cada palavra estava gravada na minha mente, e fiz tudo exatamente como ela havia mandado.
Fingi estar mais próxima de Jason, aceitei seus presentes, suas palavras doces, como se eu fosse completamente dele. O medo e a desconfiança foram escondidos atrás de um sorriso ensaiado.
Uma das coisas que mais me preocupava era a garçonete morena. Ela estava com a boca costurada, um símbolo claro de que Jason não tolerava a insubordinação. Fiquei incomodada com aquilo, não só pela crueldade, mas também pelo fato de que ela parecia querer me ajudar, mesmo que discretamente.
Então, um dia, tomei coragem e pedi a Jason que removesse as costuras dela. Falei com a voz mais suave e persuasiva que consegui, tentando soar como alguém que estava apenas preocupada com o bem-estar dos outros.
Para minha surpresa, ele atendeu ao meu pedido. No dia seguinte, a vi na cozinha, sem as costuras, seus lábios finos finalmente livres. Mas ela estava diferente, mais quieta, mais afastada.
Mesmo assim, agradeceu-me com um olhar rápido e nervoso antes de se retirar para fazer suas tarefas. Era como se esperasse uma punição por aquela pequena liberdade.
No entanto, percebi que Jason não fez mais nada por ela. Ele não a tratou melhor, mas não a deixou menos apavorada.
Aquela pequena concessão parecia ser apenas para me agradar, para continuar me prendendo em sua teia de manipulação. E isso apenas alimentava minha determinação de encontrar uma maneira de escapar.
Mas, apesar de todo o meu esforço, apesar de seguir cada instrução de "M", ainda sinto que estou no limite de algo perigoso, como se um passo em falso pudesse desmoronar tudo o que estou tentando construir.
Jason continua sendo uma presença constante e intimidante, e eu... continuo fingindo, jogando esse jogo que parece ter um final que ainda não consigo enxergar.
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Depois do café da manhã, Jason sugeriu que passássemos algum tempo na sala de música. Era um cômodo amplo, com um piano de cauda no centro e paredes cobertas por partituras antigas e instrumentos pendurados.
