Capítulo 6

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- Onde pensa que vai, seu maldito Sabá?

Harry ficou paralisado ao ouvir aquela voz bem às suas costas, mais ressentido por estar numa posição desfavorável para um ataque do que por ter sido surpreendido.

Voltou-se lentamente, evitando qualquer movimento muito brusco, até que finalmente pôde visualizar o dono daquela voz tão ameaçadora.

- Oh, é você, Draco? - Harry perguntou, casualmente, mal contendo um pequeno sorriso de satisfação.

O descaso do Tzimisce pareceu irritar o loiro ainda mais, mas ele conseguiu se controlar em tempo recorde.

- Pensei que Dumbledore havia lhe dito para não deixar o castelo. - falou em tom de ameaça.

- Disse, é?

- Você sabe. - Draco rangeu os dentes.

Harry fingiu estar pensativo:

- Sabe, por mais que eu me esforce, não consigo me lembrar dele ter me dito algo parecido. Nossa, que cabeça a minha. - Harry botou a mão na testa, teatral - Ainda bem que você me lembrou a tempo. Nenhum de nós quer um Sabá malvado solto pelas ruas, não é verdade?

- Cale-se! Quero ver se você vai continuar bancando o idiota quando estiver na frente de sua Majestade.

- Falando em lapsos de memória, veja só como são as coisas... Quando eu ouvi o seu sobrenome que, presumo, você herdou do seu mestre, senti que ele era estranhamente familiar. - Harry continuou, sem se importar com as ameaças de Malfoy.

- O que está tentando dizer, seu desgraçado?

Potter levantou as mãos:

- Nada... Só estou tentando dizer que a minha memória anda péssima ultimamente. Mas quem sabe com a ajuda de Dumbledore eu consiga lembrar de alguma coisa?

A expressão de Draco pareceu refletir perfeitamente a repentina confusão que se passava em seu interior. O loiro hesitou, visivelmente irritado com a ameaça velada que Potter acabara de lhe fazer, mas logicamente sem saber o que dizer.

Não importava muito. Harry apenas se deixou apreciar aquela bela visão, sem demonstrar qualquer pressa em ouvir a resposta. Por fim, Draco pareceu se decidir e, avançando um passo, segurou a camisa do Tzimisce, puxando-a furiosamente, quase ao ponto de rasgá-la.

"Nunca olhe nos olhos de um vampiro" (1) . - A voz do mestre de Harry surgiu em sua cabeça numa lembrança tão vívida que parecia que estava ouvindo aquele conselho naquele exato instante. E por mais que desejasse se deliciar com o ódio daquele Ventrue arrogante, Harry apenas segurou as mãos que o tornavam cativo.

- E, então? O que me diz de esquecermos as adversidades? - Harry sugeriu, enquanto sua mão acariciava as de Draco, ainda presas em sua camisa.

Draco empurrou o vampiro e deu dois passos para trás, furioso.

- Não pense que você vai conseguir se sair tão bem assim.

- Eu prometo. - Harry respondeu, divertido, enquanto via o vampiro desaparecer pelo interior do castelo.

Draco não quis falar com ninguém pelo resto da noite. Estava perturbado demais com as palavras de Potter e tinha muito o que pensar sobre elas. Bateu a porta do quarto com força, começando imediatamente a andar de um lado pro outro.

Antes de tudo, deveria manter a calma. Era grande a possibilidade de que Harry estivesse apenas blefando. Mas por outro lado, Draco duvidava muito que aquele Sabá houvesse tirado aquela ideia do nada.

O loiro estava certo de que Harry sabia de alguma coisa e ele tinha que descobrir de alguma forma o quanto aquele maldito vampiro sabia antes de tomar alguma atitude precipitada.

Sangreal (wolfstar) (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora