Capítulo 9

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Lucius estava sentado em seu escritório, assinando alguns papéis referentes a seus negócios, quando percebeu uma aproximação conhecida.

Olhou em volta, procurando por algo em meio às paredes brancas até que, parecendo finalmente encontrar o que buscava, preferiu começar a conversa:

- Eu estava mesmo precisando falar com você. - disse, olhando para a sombra desenhada na parede.

No mesmo instante, uma figura vestida de negro pareceu emergir das sombras (1) , aproximando-se altivo e sem qualquer pressa da mesa do Ancião Ventrue.

- Sente-se, Severus. - Lucius convidou, educado, apontando uma bela cadeira do lado oposto de sua mesa.

Com um movimento gracioso, o vampiro ajeitou suas roupas e sentou-se no local apontado enquanto encarava Lucius, a espera de suas palavras.

- Por certo você transmitiu o meu recado ao mestre... - Lucius sugeriu, tentando deixar claro no seu tom que não havia dúvidas disso.

- Mas é claro. - Snape respondeu com naturalidade - Afinal de contas, é a minha missão, não é verdade?

- Sim, é claro. - concordou - Espero que também tenha lembrado de dizer que eu recebi instruções explícitas de Dumbledore para não me retirar da cidade e só por isso não pude ir ao encontro dele pessoalmente.

- Não se preocupe quanto a isso... - Snape respondeu, dessa vez com um olhar de desagrado.

- E então? Quais são as instruções? - Lucius rapidamente desviou o assunto.

- Aguardar.

- Aguardar? Como assim? Nosso lorde enlouqueceu por acaso? - O Ventrue protestou, indignado. - Vai deixar aquele traidor vivo e livre pra fazer o estrago que bem entender?

- Muito cuidado com suas palavras, Lucius. - Snape alertou.

- Está certo. Retiro o que disse. Mas, exijo uma explicação!

- Nosso mestre não vê qualquer necessidade de dar explicações a você, Lucius. Ele apenas ordenou que aguardasse calado, e que não tentasse fazer nenhuma besteira que revelasse a sua identidade. Você entendeu?

Lucius abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas, logo em seguida, pareceu desistir e só então respondeu, num tom absolutamente distante.

- Pois, muito bem. Farei como me diz, Severus. Mas espero que você me mantenha inteirado dos acontecimentos.

- Não é o que estou fazendo nesse exato momento? - Snape perguntou antes de levantar da cadeira, sua figura desaparecendo para dar lugar a uma sombra densa, que caminhou pela parede até sumir por completo.


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Sirius estava em apuros desde a noite em que provara o sangue de Remus. O efeito da vitae do lobisomem tinha sido determinante para que não pudesse mais olhar para o outro sem sentir comichões; mais do que isso, inúmeras eram as vezes em que Sirius tinha que conter o impulso de se atirar sobre o outro e sugar-lhe o sangue lentamente até a última gota. Mas, esse não era o único motivo de seu nervosismo, também havia o fato de Remus não demonstrar qualquer sinal de receio, apesar de ter caído vítima de suas presas. Na verdade, talvez fosse a imaginação de Sirius sendo traída por sua fome, mas, de vez em quando, ele tinha a sensação de que Remus parecia escolher o ângulo que melhor deixasse a mostra o seu pescoço sempre que queria falar alguma coisa com ele. Somando tudo isso ao fato de Sirius ter ficado uma boa dezena de anos sendo alimentado com sangue de ratos, e qualquer um concordaria que o Gangrel tinha boas razões para se desesperar.

Sangreal (wolfstar) (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora