Capítulo 16

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Um soco caprichado no queixo e Harry foi arrancado brutalmente do mundo dos sonhos. Desnorteado, o vampiro acariciou o local atingido, mas logo teve que abandonar o ferimento, rolando pra fora da cama para evitar um segundo golpe, que acabou atingindo o colchão.

- Você enlouqueceu? - Harry finalmente perguntou quando viu Draco levantar-se da cama, claramente disposto a continuar seus ataques.

Parecendo não se importar sequer com sua própria nudez, o Ventrue se aproximou do outro e suas mãos agarraram a camisa de Harry com firmeza, abrindo-a com um puxão violento. Harry por um instante pareceu profundamente interessado naquela atitude, mas o sorriso que havia se formado em sua face quando viu os botões saltarem se transformou rapidamente quando a mão de Draco agarrou a fita azul que envolvia o seu pescoço.

- O que significa isso, seu desgraçado? - o loiro perguntou, sua face transtornada de ódio.

- Isso o quê?! - Harry respondeu com a cara mais inocente do mundo.

Foi demais pra Draco, que o sacudiu violentamente pela camisa como se quisesse acordá-lo.

- Não se faça de idiota! Você sabe muito bem! - Draco gritou, descontrolado - Eu estou falando dessa merda dessa fita que você tem no pescoço!

- Ah... isso? - Harry finalmente pareceu perceber a que o Ventrue se referia - Você está zangado por causa disso?

- Você estava fingindo o tempo todo!! Você sabia de tudo e não fez nada!

- Acredite, eu ia dizer. Mas você parecia tão entusiasmado que não tive coragem...

A mente de Draco deu rodopios de ódio ao ouvir aquela fala. Como sempre, Harry tinha conseguido reverter a situação a seu favor, humilhando-o de uma forma que ele simplesmente não conseguia suportar.

- Você fez de propósito! - Draco acusou, batendo as costas de Harry contra a parede.

- Francamente, Draco... Não vejo o menor sentido nessa conversa. - Harry respondeu, muito calmo, apesar do divertimento estampado na face - Bem, confesso que nunca pensei que você ainda fosse um adepto desses hábitos humanos, mas... bem, toda a experiência é válida.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!!! - Draco não conteve um grito de raiva antes de levantar Harry do chão e atirá-lo com toda a sua força em direção à porta do seu quarto. O corpo do Tzimisce se projetou no ar, destruindo a madeira sólida e indo parar na parede do corredor - SEU DESGRAÇADO! SUMA DAQUI!

- Arght... - Harry gemeu de dor, tateando o chão na tentativa de recuperar seus óculos, perdidos no meio do seu lançamento.

A primeira coisa que Harry pareceu se dar conta quando recolocou seus óculos foi que estava nu da cintura pra baixo; a segunda foi que se ele tivesse o atrevimento de voltar para o quarto para resgatar o resto de suas roupas, Draco com certeza entraria em frenesi e o mataria. Então, ele retirou a camisa, ou o que sobrou dela, a usou para envolver sua cintura e andou até seu quarto rezando para que ninguém o apanhasse no meio do caminho. Foi só quando se viu seguro, na escuridão dos seus aposentos, que Harry se entregou às lembranças da noite anterior, bem como da fúria de Draco no dia seguinte, ao descobrir que os seus planos de humilhá-lo não tinham dado tão certo quanto ele acreditava.

Draco era mesmo um inocente se acreditava que aquele tipo de coisa lhe importaria, mesmo que ele estivesse realmente sob o efeito da Presença jogada por ele. Mas, já que teve a sorte de Dumbledore ser um homem cuidadoso a ponto de pensar e prevenir todos os possíveis riscos, não achou má ideia fazer com que aquele Ventrue adorável provasse um pouco do seu próprio veneno.

Sangreal (wolfstar) (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora