Capítulo 23

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Notes:

Aviso: Este capítulo contém descrições explícitas de sexo e violência.

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Remus sentiu a sala ficar mais fria, tamanho o silêncio que os envolveu após a revelação de Sirius de que partiria ainda naquela noite. Sentado de frente para o vampiro, milhões de palavras e argumentos encheram a cabeça do lupino quando ele lhe explicou que precisava resgatar outra pessoa, filho de seu melhor amigo, morto há décadas por outros vampiros, mas não teve forças para dizer coisa alguma.

Por mais que os argumentos de Sirius fossem convincentes e que ele reconhecesse a necessidade de o vampiro partir, Remus sabia que, se abrisse a boca naquele momento, seria para pedir, até implorar, para que ele não fosse embora. Por isso, o lupino estava bem mais preocupado em abafar uma espécie de revolta que crescia em seu peito e que ele não conseguiria explicar.

- Não fique tão calado... - Sirius pediu depois de alguns minutos de um insistente silêncio - Prometo que vou voltar assim que resolver isso.

- Você não vai conseguir voltar. Não com a vigilância que andam fazendo...

- Então venha comigo!

- Não posso fazer isso. Meu lugar é aqui...

- Quem te disse isso?

- Eu sou um Garou. Você é um vampiro.

- E o que isso importa? - Sirius se exasperou.

- Eu não posso simplesmente deixar os meus e ir embora com você. - Remus rebateu, cansado.

Sirius ficou alguns segundos em silêncio antes de finalmente explodir:

- Seu lugar não é entre esses lupinos. Seu lugar é comigo, Remus Lupin!

Remus arregalou os olhos, mas o vampiro não o deixou dizer coisa alguma. Em dois segundos ele tinha avançado na direção do lupino, puxando-o pelo braço na sua direção.

- Você é meu! Está escutando? - Sirius o sacudiu como se isso fosse capaz de fazer com que suas palavras fossem absorvidas com mais facilidade.

- Sirius... - Remus pediu, assustado - Pare com isso...

O vampiro finalmente pareceu se dar conta do que estava fazendo, largando o braço do outro e virando de costas imediatamente.

- Me desculpe... - ele falou, um pouco constrangido, passando as mãos pelos cabelos pretos, nervoso.

O clima de constrangimento era quase palpável, mas Remus fez questão de ignorá-lo e tratar de racionalizar as coisas, como era de seu feitio.

- Esse dia era uma questão de tempo acho. - o lupino encolheu os ombros ao som de suas próprias palavras - só estávamos adiando o inevitável...

- Eu não quero deixá-lo aqui... - Sirius se virou novamente na direção do lupino - Venha comigo...

- Já disse que não posso fazer isso. - ele explicou, paciente.

- Sim, porque você é um lupino e eu sou um vampiro. - Sirius respondeu, de repente cheio de mau humor - essa delimitação de raças não me convenceu nenhum pouco.

- Não é só isso... - Remus tomou ar - eu tenho percebido algumas movimentações estranhas por parte do Greyback... e, não sei explicar, mas eu sei que ele está aprontando alguma coisa séria... alguma coisa que pode destruir a todos nós. Não posso simplesmente ir embora e deixá-lo fazer o que quiser.

- Eles vão saber se virar. - Sirius argumentou, impaciente - Você é só um garoto.

- Isso não quer dizer que eu possa simplesmente dar as costas aos meus irmãos, sabendo que há algo muito errado acontecendo. Seria o mesmo que você dar as costas ao filho do seu melhor amigo!

Sangreal (wolfstar) (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora